Um lugar só nosso

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Estou mais uma vez nas costas do John. Meu tornozelo desinchou, mas ainda dói quando eu forço ele no chão, então eu fui obrigado a ser carregado de novo. A sorte é que esse John é muito forte e parece que meu peso não faz diferença nenhuma para ele, o que me deixa em partes, mais aliviado.

Taehyung está mais a frente com seu pai. Eles estão analisando mapas e guiando o restante da tripulação até a cachoeira, que por sorte, parece ser bem perto de onde estava nosso acampamento, em comparação com a distância que andamos da praia até aquele lago sem vergonha.

Agora todos temos bastante água, e por mais que eu sentisse um certo nojo por lembrar dos piratas se lavando com aquela água, eu sei que quando a sede bater, não haverá sujeira que me impeça de beber, porque só eu sei como minha garganta ardeu de sede no dia anterior.

Eu estou em partes desolado. Depois de refletir tudo o que refleti ontem e depois de dizer para Taehyung que o amo, a gente ficou distante. Não é como se eu esperasse que ele me tratasse como um namorado ou coisa do tipo, mas o abismo que se formou entre nós, me deixou triste, e agora eu sei que não devemos falar nada quando o desespero bate, porque o desespero pode ser pior que uma bebida alcóolica. Você pode dizer coisas que farão você se arrepender depois.

Naquele momento a gente até chorou bastante juntos. Ficamos naquela posição, depois acabamos nos deitando e ele me acolheu em seu peito, sem me deixar olhar em seu rosto. Com isso, acabamos dormindo e eu só acordei hoje cedo, enquanto os piratas faziam mingau para o café da manhã. Ele já havia se levantado e estava estudando mapas com o capitão, e tudo o que fez quando me viu, foi dar bom dia e perguntar como estava meu pé. Nada mais.

Agora estamos indo para a cachoeira. Nosso principal destino é esse, já que lá teremos muito mais água doce, e estaremos em outra extremidade da ilha. Estamos torcendo para encontrar algo do tesouro no meio do caminho, mas até agora, não vimos nada.

— Me preocupo com o almoço. — Namjoon murmura e eu vejo que ele fala com John e não comigo. — Onde é que vamos montar uma fogueira para assar a comida?

— O sol já está no topo. Deve ser meio dia e pouco — John resmunga. — O capitão deve pedir que paremos em algum lugar para comermos, não é possível.

— Estou com muita fome. — Jimin murmura, como se fosse chorar. — O capitão acha que eu me sustento com um pouco de mingau?

— Tem mais na garrafa, beba. — Namjoon o oferece e ele aceita sem relutar.

Meu estômago também está roncando e eu estou com sono e dor de cabeça. Sei que isso é falta de comida, porque almocei peixe ontem, não jantei e bebi uma caneca de mingau hoje. Minha pressão deve estar baixíssima, mas eu não vou falar isso com Taehyung porque não quero ser um fardo mais uma vez.

Eu me sinto meio fraco e de repente, noto minhas pálpebras pesando. Eu não queria dormir, para não dificultar para John, mas de repente, tudo está escuro e eu já não ouço mais nada.

Quando acordo, estou sobre um colchão e tem um Jimin emburrado me abanando. Vejo seus olhos triplicarem de tamanho quando ele me vê acordado, e ele bufa tão forte, que sou obrigado a fechar os olhos para eles não secarem pela quantidade de vento que o rapaz soprou em mim.

— Quer matar a gente de susto, quer? — Ele murmura, mas num tom bravo.

— Qual é, não posso dormir?

— Dormir? Sabia que deve ter uns quarenta minutos que estamos tentando te acordar e você não dá sinal de vida?

— Eu estava respirando, então estou vivo. — Me forço com os cotovelos e fico sentado. Meu estômago está doendo muito, e só parece piorar quando vejo os piratas assando um animal grande na fogueira que fizeram.

Leom (jjk+kth)Where stories live. Discover now