Festival de cerveja

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— Mesmo que eu não concorde com sua escolha caso ela seja sim, eu devo perguntar. — Taehyung chegou na cabine, me trazendo uma maçã. — Pegue, não foi tomar café hoje.

— Qual escolha? — Perguntei, aceitando a maçã, sem graça.

Estávamos no dia seguinte da festa da fogueira e eu não sabia onde enfiar minha cara, depois de ter sentado no colo de um pirata e tê-lo beijado até não aguentarmos mais e dormirmos abraçados. Sim, isso mesmo. Quando acordei, era impossível identificar onde começava o Taehyung e onde terminava eu. Só não digo que éramos um só, porque isso soaria muito gay, e eu não gosto de meninos.

Enfim, eu até tentei me afastar e sair dos braços dele para deitar no chão antes que ele acordasse, mas quanto mais eu tentava me afastar, mais embolado a gente ficava, até ele se pronunciar sem mesmo abrir os olhos.

— Quer fugir para fingir que a gente não dormiu junto, bem agarradinho? — Me puxou de volta, apertando os braços em volta de mim e rindo perto do meu ouvido.

— Taehyung, me solta. — Pedi, morrendo de vergonha.

— Por quê? Está tão bom ficar com você aqui.

— A questão é que isso não está certo.

— Nada na minha vida é certo, Jungkook.

— Taehyung, é sério, deixa eu sair daqui. As pessoas podem ver.

— Primeiro que absolutamente ninguém entra na minha cabine sem a minha permissão, e segundo que eu não ligo para o que pensam.

— Mas eu ligo de ficar aqui. — Reclamei, o empurrando e finalmente conseguindo me soltar dos braços dele.

— Como você é chato, Jungkook! Aff que preguiça. — Se virou para o outro lado, abraçando o travesseiro.

— Chato é você. — Resmunguei, ajeitando minhas coisas no chão, para deitar.

Depois disso, ele ficou um tempo resmungando sozinho, até que se levantou e saiu, e eu só saí de lá, para me lavar, afim de tirar aquele resquício de rum, da noite passada. Depois eu voltei para a cabine, para ficar lendo os livros e tentando descobrir mais coisa — ou só disfarçar mesmo.

— Qual escolha? — Voltei a perguntar, vendo-o se jogar na cama e pegar um dos livros.

Mordi a maçã que por sinal estava muito gostosa.

— Estamos a caminho para Itsukushima. — Folheou o livro. — Se você realmente quiser desistir de procurar o tesouro, eu ajeito as coisas para te deixar perto de Busan. Mas preciso saber com antecedência, porque terei que desviar o caminho para fazer isto. — Pigarreou. — E aí, o que me diz?

— Como eu voltaria, se para seu pai, eu sou um prisioneiro?

— Vou mudar o curso do navio e vou dizer que foi você. — Me encarou, sorridente e eu retribuí o olhar, cético. — Meu pai vai ficar puto e vai fazer você andar na prancha e cair no mar. Só que eu já terei preparado um bote e você vai poder remar até a praia.

— Está maluco?

— Único jeito de te deixar em Busan. — Deu de ombros. — O máximo que posso fazer pra você, é disparar um tiro de canhão na direção da cidade, e isso vai chamar a atenção deles, o que obviamente vai ocasionar em te verem e irem te salvar.

— Claro que não! Nunca concordaria com isso.

— Isso quer dizer que não vai voltar para Busan? — Riu de lado.

— Não irei. — Deixei um resmungo escapar e ouvi sua risada grossa.

— Você é demais, Jungkook.

Leom (jjk+kth)Donde viven las historias. Descúbrelo ahora