A ilha

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Para mim está sendo estranho. Às vezes eu me sinto um safado pervertido, porque não paro de encarar Taehyung com outros olhos. Ele passa perto de mim e eu já sinto um arrepio; ele fica sem camisa e eu já o seco com os olhos; ele fala qualquer coisa, e eu já me lembro daquela voz sussurrando em meu ouvido. É literalmente bizarro. Eu paro até de prestar atenção nas coisas que preciso, porque ele tira minha atenção, e a minha atenção agora só fica fixa naquilo que não deve e na hora errada. É como se um desejo muito forte tivesse tomado conta de mim, e eu passasse a querer aquilo a qualquer momento.

Ele está tranquilo dessa vez. A gente conversa normal, não ficou um climão, e assim que pode, ele ainda me dá um selinho, mas nada demais. Enquanto eu pareço um virjão desesperado que quer ir para a cama o tempo inteiro. Mas fazer o quê? Ele mexe comigo, e depois que ele despertou esse interesse em mim, eu simplesmente não consigo mais controlar. É inevitável não olhar para ele dessa forma todo frio com os piratas e todo poderoso, e não sentir tesão ou vontade de tê-lo de novo.

É o que eu disse, está bizarro. Minha bunda dói, mas eu quero de novo.

— Jungkook, segura isso. — Do nada Namjoon me estica uma espingarda e eu o encaro assustado, sem entender. Como eu disse, eu venho divagando no Taehyung, e muitas vezes eu não percebo que está acontecendo a minha volta, como por exemplo, nesse momento. — Tae mandou você ficar com isso. Acho bom você pegar. — Na sua outra mão estava outra arma idêntica a que ele me entrega. Ele a ativa e então eu percebo que os piratas estão preparando para um ataque.

— O que está acontecendo? — Pergunto confuso, vendo toda a correria no convés. O capitão está ditando ordens e alguns piratas estão soltando todas as velas possíveis do navio.

Existe uma neblina forte em nossa volta, o que dificulta a nossa visão, e o Baem está navegando rápido demais.

— A ilha. Ela está próxima. Navegamos pelo caminho que o Taehyung ordenou, mas não sei se foi uma ideia muito boa. Qualquer coisa que nos atacar aqui, não terá como nos defender.

— Mas-

— Só fica perto de mim. Ele mandou eu tomar conta de você, então por favor, não faça nenhuma besteira. — Ele apoia a arma no ombro direito e se vira, escorando suas costas nas minhas.

— E o que eu tenho que fazer com isso? Eu não sei atirar.

— Xiiiu. — Namjoon encara todos os lados. O navio de repente fica silencioso e todos estão com uma arma, seja ela uma espada, uma pistola, uma espingarda ou até mesmo os canhões, que posso ter certeza que vi alguns tripulantes descendo com pólvora.

— Eu não sei atirar com isso. — Sussurro, mas ele não me dá ouvidos.

De cima, próximo ao leme, eu consigo ver Taehyung segurando uma arma igual a que eu seguro. O capitão guia o navio e todos estão muito atentos à volta.

Eu sinto medo e se alguém me perguntar, eu não vou nem negar, porque estou me borrando e minha cara deve denunciar isso.

Jimin também parece assustado, mas ele pelo menos tem uma arma pronta para atirar, apoiada em seu ombro, enquanto eu tenho Namjoon, que pode nem ver se algo vier na minha direção.

Volto a encarar Taehyung, naquela pose prepotente. Ele parece o próprio capitão, enquanto seu pai só serve para girar o leme. Provavelmente colocou o filho lá para defendê-lo, porque ele precisava guiar o navio.

A neblina ainda está forte, e o Serpente continua navegando rápido. Os piratas estão atentos a tudo, assim como eu, que resolvi usar a espingarda para acertar qualquer coisa que resolvesse vir na minha direção.

Leom (jjk+kth)Onde histórias criam vida. Descubra agora