Volta para casa

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"Fique no seu quarto, vamos resolver alguns assuntos pendentes logo que eu terminar essa reunião" foi a única coisa que ouvi do meu pai, após ele e minha mãe fazerem um check up para ver se estou inteiro.

Foi um desânimo completo a minha volta pra casa. Hyungsik veio falando o tempo inteiro sobre o fato de eu não ter deixado ele afundar o Baem, além de questionar um Leom de todo tamanho, logo atrás. Ele estava me enchendo tanto o saco, que precisei dar uma ordem para ele se calar e me deixar em paz. Eu já estava completamente acabado por não estar com Taehyung e por nossos planos terem sido cortados pela raiz, e naquele momento, tudo o que eu não queria, era um puxa saco do meu pai me questionando por não ter deixado ele matar meus amigos.

Agora estou em minha cama. Terminei um banho bem quente, com muita espuma, e sabão o suficiente para eu ter que enxaguar no chuveiro, por ser água corrente. Já penteei meus cabelos — dispensando completamente os exageros da minha mãe, em oferecer alguém para me vestir — e já passei aquele hidratante corporal que... caramba, eu senti falta.

Minha cama é perfeita. Macia, com colchas confortáveis; meus travesseiros dão o encaixe perfeito da minha cabeça, e o clima é agradável, onde eu não precisarei de dormir no chão e nem sentir frio por causa do clima gelado do alto mar.

Meu pijama é quentinho e minha meia protege meu pé do frio e de qualquer pernilongo que ousar entrar pela janela. Resumindo? Estou feliz por estar em casa, mas é óbvio que, em partes. Melhor seria se tivesse um pirata ruivo aqui, revirando minhas coisas, cheirando meus perfumes e experimentando cada um deles. Isso sim me deixaria completamente feliz, mas eu sei que tenho que contentar com o que tenho, porque agora, não há nada que eu possa fazer.

Pego meu celular e abro num joguinho qualquer, mas sou impedido por meu pai que bate na porta, pedindo permissão para entrar.

Me sento na cama e ele vem andando tranquilamente. Puxa uma cadeira, se senta bem confortável e coloca um papel sobre minha cama — o bilhete que deixei para eles, quando fugi com Taehyung.

— Um bilhete? — Cruza os braços e levanta as sobrancelhas, enquanto espera uma explicação minha. — Vamos, tenho todo tempo do mundo para ouvir.

— Pai... — Suspiro. — Eu encontrei! Quer dizer, nós encontramos! O tesouro é real, não foi-

— Eu não quero saber disso. Encontrou o tesouro? Muito bem, meus parabéns, fico orgulhoso da sua perseverança e da sua esperteza por achar algo que todo mundo achava que era um mito. Mas eu ainda quero explicações sobre sua atitude de sair daqui com um bando de piratas, levar coisas que eram do seu bisavô e deixar um bilhete falando que estava com a tripulação do Baem e que não era para nos preocuparmos.

Eu fico um pouco em silêncio, até perceber que não adiantaria dizer nada.

— Desculpa. — Abaixo a cabeça.

— Acha que desculpas resolvem? Sua mãe ficou apavorada, seu irmão também, e eu? Primeiro você sai daqui como se tivesse sido sequestrado e de repente você deixa um bilhete, dizendo que estava bem. Você planejou tudo aquilo? Foi um sequestro falso?

— Não. — Murmuro. — Eu fui sequestrado de verdade.

— Ah é? Então vamos lá, me conte essa história direito, tenho todo tempo do mundo para você agora.

Meu pai é insistente e eu sei bem que ele só vai sair daqui, se eu contar tudinho, com os mínimos detalhes, então eu começo. Falo tudo o que ele quer saber, e aproveito para falar sobre Namjoon, Jimin e Taehyung — sem entrar em detalhes sobre este último. Falo sobre nossa ida ao castelo Feng e sobre nossa amizade com a princesa Qian. Conto como o capitão é uma pessoa horrível e como John me carregou quando estávamos na ilha. Deixo bem claro como eu gosto das pessoas que fiz amizade, e de como o Tae me protegia da tripulação.

Leom (jjk+kth)Onde histórias criam vida. Descubra agora