A dois

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Taehyung está na minha frente, bebendo o chocolate quente que eu pedi para que trouxessem no quarto, junto com croissant de goiabada. A chuva finalmente resolveu cair, e eu queria que ele ficasse quentinho, por causa do vento que tomou lá fora.

Agora, sem a touca, percebo que ele desfez do cabelo vermelho, e por mais que eu amasse aquele cabelo, eu me surpreendo com o castanho escuro que agora toma conta dos seus fios lisinhos, não mais enfeitados com uma bandana.

Ele está absolutamente lindo, e eu nunca imaginei que aprovaria a atitude de tirar o vermelho dos cabelos. Mas está aprovadíssimo.

— Hum, continue. — Me ajeito na cama, puxando meu edredom para cima das minhas pernas. — Vocês roubaram o Leom e depois disso?

— Depois a gente foi pra Xangai. Sério, coloquei o Leom na direção de Xangai e só parei quando chegamos no porto. Foi meio complicado porque a gente passou até fome. Jimin pegou algumas coisas pra gente lanchar, mas no meio do caminho, tudo tinha acabado, e a gente estava lá, no meio do oceano, sem comida. Foi... complicado. — Ele dá uma golada no chocolate e suas pálpebras até tremem, sentindo o bom gostinho do líquido quentinho.

— Está gostoso?

— Magnífico. Muito bom, de verdade.

— Que bom. Vou pedir pra trazerem todos os dias pra você. Mas vai, me conta, o que mais vocês fizeram?

— A gente deu um jeito de esconder o escrito do Leom, né. Ele chama a atenção, mas acho que o nome lá do lado é muito mais chamativo. Mas resumindo, passamos fome, sede e depois de cinco dias, a gente chegou em Xangai. Demorou, muito. Eu esperava que a gente chegasse mais rápido, mas eu fiquei com medo do Leom não aguentar a barra, e meio que fiquei alterando a velocidade dele com os remos.

— Hm?

— Enfim. A gente chegou, e imediatamente fomos até a Qian. Alugamos um quartinho pra tomar banho e compramos umas roupas pra passarmos despercebidos com os pais dela, e funcionou, por incrível que pareça. O pai dela ficou falando do meu cabelo de novo e... foi engraçado, até. Passamos uma noite lá, pensando no que faríamos para resolver esse problema, até que a maluca resolveu contar tudo pro pai dela.

— Mentira! Ela não fez isso!

— Fez.

— E ele? — Eu sinto meus olhos arregalados e não consigo esconder minha cara de surpreso. Tampo a boca com as duas mão, já imaginando o desfecho nada feliz dessa história.

— Ele pirou, claro. Falou um monte de coisas, mas no fim das contas, resolveu ajudar a gente, porque é claro, ele teria parte daquele tesouro, e inclusive, me perdoe, eu precisei fazer isso pra conseguir vir até você.

— Não tem problema, está tudo bem. Nem ligo mais para o tesouro. Mas e aí, o que aconteceu?

— Ele pegou o Leom. Tipo, mandou algumas pessoas da marinha chinesa tomarem conta dele sem tocar em nada. Fizemos o trato de dividir as coisas e só faríamos isso, quando estivéssemos os três juntos, e a Qian garantiu que o pai cumpriria a promessa.

— E como você veio pra cá? Eles trouxeram você?

— Eles iriam me emprestar um navio, mas eles só tem navios atuais, tipo os seus, assim, nada comparado ao Leom e ao Baem. Assim, o Baem tem os motores dele lá, mas são equipamentos que meu pai colocou para melhorar ele, né, mas ainda assim, ele é um veleiro. Agora os da marinha, não. Eu nunca saberia pilotar um daqueles, e também, não entraria num navio com outra pessoa comandando ele. Nunca se pode confiar cem por cento numa pessoa.

Leom (jjk+kth)Where stories live. Discover now