Nada a Esconder [Concluído]

Capítulo 1 - O Início de Um Longo Fim

"Sou mais do que aquilo que você fez de mim"
Listen - Beyoncé

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Era uma quinta-feira, e marcamos de nos encontrar na antiga Livraria Cultura do Recife Antigo à noite. Eu estava indo direto do trabalho, assim como ele também.
Era comum sairmos no mínimo 1 vez na semana para algum lugar, fosse para fazer um lanche, ir no cinema, jantar, ou passear pelas ruas do Recife.

Naquele dia, ele queria jantar comigo nos Armazéns do Porto lá no Marco Zero. Mas antes, queria dar uma passadinha na livraria para gravar uma mensagem de aniversário para uma amiga dele, no qual eu nunca cheguei a conhecer.

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Acontece que, meu relacionamento com Adriel era escondido aos olhos das pessoas, e ele era 12 anos mais velho. Eu tenho 1,78, magro, cabelo preto e volumoso, porém, sempre bem cortado.

E ele tinha 1,67, corpo comum, nem muito magro nem muito gordo, e ele tinha muitos fios grisalhos no cabelo, que usava sempre na máquina 2, o que fazia parecer ainda mais maduro.

Na época em que a gente se conheceu, eu tinha 19 e ele 31, só que isso pra mim nunca foi barreira ou empecilho.
Na verdade, meu gosto sempre foram homens mais velhos, não muito avançados, claro, tipo 16 ou mais anos de diferença acima, com idade para ser meu pai ou algo parecido.
Mas, que ao menos estivessem acima da minha faixa etária, pois nunca me interessei por garotos gays da minha idade. Na minha cabeça, grande parte eram imaturos, e muitos ainda dependiam dos pais para tudo. Então isso me afastava dos garotos mais novos, e minha atenção era atraída pelos rapazes mais velhos.

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Adriel nunca foi assumido, nem para os amigos, nem para a família. Na época eu também não era, e não me interessava em ser, ele prezava por isso e queria continuar assim, sempre.

Nossos gostos eram muito parecidos, como música, gêneros de filmes, até mesmo em assuntos do cotidiano a gente se dava bem, sempre tínhamos algo para conversar. Raramente a gente discutia, e quando acontecia, na maioria das vezes eram por coisas bobas, e no dia seguinte (ou até no mesmo dia), voltávamos a conversar.

Sempre resolvíamos as coisas na base do diálogo, compreensão e sinceridade. E era essa sinceridade mútua, que nos envolvia mais e mais.

Até o fatídico dia do encontro na livraria.