Nada a Esconder [Concluído]

Capítulo 4 - Oops!... I Did it Again

"Opa, eu fiz isso de novo, brinquei com o seu coração, e me perdi neste jogo"
Oops!... I Did it Again - Britney Spears

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Algumas semanas se passaram desde aquele dia. E certa noite, ele me chamou na casa dele para pesquisar alguns hotéis em Garanhuns, para passarmos um fim de semana nas férias dele em Setembro.

Ele morava com a irmã e dois sobrinhos. A irmã era enfermeira e trabalhava a noite, a gente nunca se cruzou ou se viu, e ele também evitava isso, me fazendo ir na casa dele somente quando ela não estava.

Os sobrinhos dele eram, Rafael que tinha 27 anos e Júlia que tinha 24.
Eram os únicos que me conheciam, e me tratavam muito bem, embora não se importassem em saber exatamente, qual o tipo de relação eu mantinha com o tio deles.

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Então, naquela noite, eu mais uma vez cheguei direto do trabalho. Ele mesmo abriu o portão pra mim, e pediu pra eu ir ligando o notebook, enquanto ele tomava banho.

- Bruno, vai vendo aí algum hotel com um preço em conta no Booking, seleciona os melhores que achar e a gente analisa junto. Vou tomar banho, e volto logo.

- Ok então, vai lá!

Fui fazendo as pesquisas, e de cara encontrei um hotel bem legal em Garanhuns. O quarto bastante confortável e o preço estava muito em conta pelo que oferecia.

Até que dado momento, o celular dele que estava em um canto da mesa do computador, recebeu uma notificação do WhatsApp. Até me deu um susto pois eu não o tinha notado ali, continuei vendo as especificações do quarto, só que a minha atenção não se voltava mais para o site.

Ele não tinha idéia que eu sabia a senha. Eu o vi um dia digitando-as enquanto estávamos no cinema, e os 4 números despretensiosamente ficaram na minha cabeça. Embora nunca tenha precisado usá-los pra nada, tampouco para fazer aquilo que eu estava pensando em fazer naquele momento. Mas fiz.

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Ele saiu do banho e se trocou próximo de mim. Eu estava olhando para a tela do notebook sem fixar em nada específico.

- Olha só, encontrei um - aí apontei para a tela.

Ele pegou o mouse e foi passando as fotos e lendo as informações que constavam sobre o hotel.

- Caramba, ótimo custo-benefício, faz a reserva nesse mesmo, tá ótimo. Adorei.

Enquanto ele se trocava, joguei algo que estava na ponta da língua.

- Adriel, posso te fazer uma pergunta?

- Pode.

- Você vai achar estranho, mas, você ainda tem aquele fetiche de fazer sexo à 3? Lembra? Você me falou a algum tempo que tinha, se não me engano.

- Tipo, tenho sim mas, como já disse, eu nunca fiz, só curiosidade.

- Ahh, tá.

- E agora eu tô com você né, não rola.

- Ah, tá bem.

- Porque a pergunta agora?

- Nada não, só me veio à mente.

- Ok então. Olha só, o jantar tá pronto, vamos pra mesa.

Ele deu as costas em direção à cozinha, e tudo o que eu pensava naquele momento, era em como ele tinha a capacidade de ser tão dissimulado. Mas nada fica em oculto por muito tempo não é mesmo?

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Passadas algumas horas, eu precisava voltar pra casa. Pedi um Uber na casa dele e nos despedimos no portão. Quando entrei no carro, mais uma vez, a minha fraqueza veio a tona. Aquela porra estava lá de novo.

"Porra, caralho, droga!" - eu xingava mentalmente.

Graças a Deus o motorista do Uber não puxou conversa, durante o percurso eu só fiquei perdido em meus pensamentos, mais uma vez eu deixei passar.

Mas naquela noite, quando cheguei em casa, batemos um papo no WhatsApp antes de dormir, e combinamos para no dia seguinte, irmos assistir um filme no cinema. Era a minha deixa, eu o jogaria contra a parede novamente, e estava preparando meus ouvidos pra saber qual seria a explicação dessa vez.