Capítulo 20 - Vulnerável

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"Estou apavorada, mas eu não vou desistir. Eu sei que tenho que passar por este teste"
Russian Roulette - Rihanna

•••

- Eu não ligo, não ligo pra nada disso que você falou. Se a gente tá aqui, vamô continuar, esquece isso.

- Olha, se não quiser, realmente não tem problema, não precisa achar que eu vou ficar… - ele me empurrou na cama, e subiu em cima de mim, prendendo minha cintura entre as pernas.

- Ssshhh, cala a boca. Eu já disse que não tem problema. Agora deixa eu me divertir um pouco tá!

Ele abriu o fecho da minha bermuda e jogou-a pra longe no quarto. Eu fechei os olhos e permiti que ele fizesse o que desejava. Aos poucos, cada peça de roupa foi sendo tirada, e o desejo dentro de mim começava a arder, enquanto eu tateava cada parte do corpo dele.

Entre beijos e carícias, tudo parecia perfeito, até que o tapa veio com força no meu rosto.

"Pafffff"

- Eii, pega leve leve ai, essa doeu viu!

- Você ainda não viu o que é dor - ele estava colocando a camisinha naquele momento, e eu pensei que isso era algum trocadinho com o tamanho do pau dele.

- Você falou claramente lá no app que gosta que batam em você.

- É mas tem que ser algo prazeroso, sem pegar muito pesado, cuidado! - eu tinha acabado de passar o lubrificante em mim até que ele me virou de costas, abruptamente.

- Então deixe isso mais claro da próxima vez...

•••

Não houve aviso, não houve trégua. Se o significado de ver estrelas fosse literal, então eu posso dizer que naquele momento eu vi.

Não foi prazeroso. Foi violento, bruto, e meus olhos lacrimejaram enquanto eu sentia cada centímetro sendo penetrado. Como se a dor fosse pouca o bastante, ele pegou o meu cabelo e puxou para trás, naquele tempo eu estava com o cabelo na altura dos olhos quando molhado.

Aquilo estava doendo pra caralho, e não era um trocadilho.

- Fernandes, me solta!

- Soltar? Mas eu comecei agora!

- É sério, eu vou ficar com dor de cabeça, para de puxar meu cabelo

- Só vou parar quando eu quiser, entendeu?

Aquela frase fez o meu coração palpitar, eu sabia os meus limites. Mas naquele momento, eu estava com uma pessoa na qual eu tinha acabado de conhecer, dos limites dele eu não sabia, e isso me assustava.

Ele finalmente soltou o meu cabelo, me dando um alívio momentâneo, até que ele me virou novamente, ficando no meio das minhas pernas. Quando eu fiz que iria dizer algo, outro tapa, dessa vez mais forte que o primeiro veio no meu rosto.

- Sai de cima de mim agora, viado - eu tentei me desvencilhar dele, mas ele segurou minhas mãos acima da minha cabeça. Ele era alguns centímetros mais alto que eu, e era mais forte. Com uma mão, ele segurava os meus braços no alto da cabeça, contra a cama, e com a outra, ele apalpava meu corpo, enquanto me deixava imobilizado com as pernas dele em cima da minha cintura.

- Olha pra cima - ele falou

Ele fez o favor de dizer exatamente aquilo que eu estava pensando, ao ver a nossa imagem no espelho de teto.

- Tá vendo como você está vulnerável? Eu posso fazer o que eu quiser com você aqui, e agora.

Naquele momento eu não podia crer que aquilo estava acontecendo comigo, eu estava trancado num quarto de hotel, imobilizado por um predador sexual. Ainda que pra ele, aquilo fosse um fetiche sexual, aquilo me apavorava.

Nada a Esconder [Concluído]Where stories live. Discover now