Capítulo 5 - Pagando de Louco

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"Baby, eu não sou feita de pedra, isso dói. Te amar do jeito que eu amo, isso dói"
Hurts - Emeli Sandé

•••

O dia seguinte chegou. Fui para o Shopping Guararapes direto do trabalho e me encontrei com ele minutos antes do filme começar. Não me recordo qual filme fomos assistir, pois a gente era quase semanalmente indo no cinema, quando o filme terminou, fizemos um lanche na praça de alimentação. Dessa vez, não esperei terminar refeição alguma.

- Olha eu sei.

- Sabe o quê? - exclamou sem entender, ainda terminando de mastigar o sanduíche.

- Sei que o Grindr ainda está instalado no seu celular.

- De novo essa história Bruno? - ele falou, um pouco mais exaltado que o normal - Poxa, sério mesmo que desde aquele dia você não tirou isso da cabeça? Desde aquela última conversa no qual eu afirmei que desinstalei esse app!

- Mentira - falei convicto - Eu peguei seu celular e vi.

- Como você pegou meu celular?

- Você pode não saber, mas eu consegui desbloquear ele. E fiz isso naquele dia, em que estava procurando os hotéis no Booking lá na sua casa. E eu vi com os meus próprios olhos, o aplicativo estava lá instalado.

- Pois os seus olhos estão lhe enganando, não tem mais aplicativo nenhum - ele tirou o celular do bolso e me mostrou, colocando no menu - Tá vendo? Nada.

- Isso não me convence. Simplesmente poderia ter desinstalado a qualquer momento. Você desinstala sempre que sabe que vamos nos ver, só naquele dia da livraria que cometeu um deslize. Mas não há nada que fique em oculto por tanto tempo Adriel.

- Não tem aplicativo nenhum Bruno, poxa vida. E da última vez eu expliquei o que houve, desde aquele dia eu não instalei mais.

Ele poderia não estar notando, mas eu estava fazendo uma análise corporal, e cada feição, cada gesto, cada alteração na voz me alertava. Mentira.

- Está desconfiando de mim? Acha que eu estou traindo você?

- Não estou dizendo nada, pois não tive o prazer de abrir o app pra ver suas conversas.

- Então está insinuando que tive conversas?

- Aquele app não serve pra assistir filmes, nem ouvir música. É pra conversas mesmo.

- Você tá delirando, você acha que viu aquele app, mas não viu.

Eu estava incrédulo, com tamanha capacidade da pessoa tentar me fazer de louco, por não ter uma desculpa convincente pra me dar.

- Então eu devo pagar de doido né isso? Só falta você dizer com todas as palavras que é isso!

- Claro que não! Mas se você não acredita em mim como podemos continuar Bruno? Isso vai ficar na sua cabeça agora. Caralho, você desbloqueou meu celular sem eu saber!

Naquele momento ele tocou no meu lado fraco. Ele até poderia estar errado, mas eu também errei. Mostrando que ainda estava desconfiado, a partir do momento em que desbloqueei o celular dele para tirar minhas conclusões. Ali, eu mais uma vez eu me rendi.

- Tudo bem Adriel, vou esquecer isso. A gente estava tendo uma noite ótima, e não quero estragar isso por causa de uma coisa da minha cabeça.

- É isso - ele disse se aliviando - Poxa, tá sendo maravilhoso, é ótimo estar com você. E quero que saiba que pode confiar em mim. Saiba disso sempre Bruno.

- Eu sei, e faremos uma viagem maravilhosa.

- Ahh, com certeza. Partiu Garanhuns!

Nada a Esconder [Concluído]Where stories live. Discover now