Victim of Love [ 2jae ] [REESCREVENDO]

O Impacto

Como pôde ser tão descuidado assim? Jaebeom se vira e sai do café, esperando por Youngjae na porta.

O vê ao longe, com um sorriso no rosto, praticamente correndo na neve. Não esperava que ele viesse sem o segurança. Droga. Jaebeom dá um passo para frente e no intervalo de batidas de seu coração ele ouve o barulho do tiro e em seguida o grito de Youngjae, já no chão. Jaebeom corre até o menino, se abaixando e checando rapidamente se o rapaz ainda possuía pulso. Deixa Youngjae no chão, saca sua arma da cintura e segue o vulto pelo beco, correndo com tudo o que podia, mas o assassino já havia escapado.

Retorna o mais rápido que consegue até Youngjae, checando seu ferimento. Felizmente, a bala não o havia atravessado. Suspira e retira seu cachecol, envolvendo a ferida, tranquilizando Youngjae no processo.

— Calma, está tudo bem. Você não foi ferido gravemente. — Diz o mais calmo que consegue, não deixando o nervosismo aparente. — Vem cá. — Jaebeom o ajuda a se sentar e o pega no colo em seguida. — Segura bem meu cachecol por cima do seu ferimento, okay? — O menor apenas confirma com a cabeça enquanto Jaebeom o carregava sem problemas. — Você está bem? Quer dizer, fora o ferimento no braço, teve algum outro? Sente algum lugar doer?

Finalmente Jaebeom chega a seu carro, colocando Youngjae em pé ao seu lado, mas sem soltar sua cintura, o peso do corpo do menor sobre o seu. Abre a porta do carona e acomoda Youngjae no banco. Fecha a porta e dá a volta no carro, observando o redor, procurando por algum rosto suspeito, o que era difícil, já que o barulho atraiu uma multidão de curiosos.

Entra no carro e dá partida, ainda mantendo a calma. Seu instinto de asssassino estava alerta agora, dirigia prestando atenção a todo e qualquer veículo que estava a frente e atrás. Olhava incessantemente pelo retrovisor, se mantendo quieto o tempo todo. Se distrai por um momento, quando ouve Youngjae choramingar no banco ao seu lado.

— Se acalma, foi um ferimento leve. — Jaebeom olha com o canto do olho para o menino e pousa sua mão sobre a coxa de Youngjae, a acariciando. — É sério. Não precisa se desesperar. O tiro pegou de raspão. Ainda bem que você caiu, senão só Deus sabe o que seria de você agora. — Jaebeom aperta o volante do carro. — Me pergunto o que você fez para ser alvo de um assassino. Eu devo me preocupar? — Jaebeom solta um pequeno sorriso de lado, fazendo piada com a situação para aliviar a tensão. Porém seu sorriso não chegou ao seu olhar, que permanecia atento a tudo o que acontecia ao seu redor.

Parecia que tudo estava se repetindo. O sangue, a dor, a neve manchada de vermelho, o estado de pânico de total incapacidade de se mover em fazer alguma coisa. Ele tinha razão, era mesmo um inútil, e continuava sendo. Um inútil e imóvel saco pesado que se arrastava.

A não ser que dessa vez havia uma voz gentil chamando o seu nome. Kim Jonghyun, aquele homem de olhos intensos que ele mal havia conhecido estava lá consigo. A sua voz profunda o acalmou e o fez respirar fundo, para sair um pouco do estado trêmulo e tentar focar no que estava acontecendo. Ele fora atingido de raspão, não iria sangrar até a morte, só estava doendo, dizia isso para si mesmo. Mas minha nossa mas como estava doendo. Ele choramingou e Jonghyun ofereceu o seu cachecol e o apanhou nos braços, o pegando no colo para levá-lo até o carro. A sua mente confusa mal processou a gentileza do ato.

— Ugh... está doendo tanto. - ele choramingou mais, só sabendo reclamar o tempo inteiro. Mas pelo menos ele estava lá para ajudá-lo, se não, o que faria?

Não era a primeira vez que tentavam matá-lo, mas fazia tantos anos desde a última vez que pensou não voltaria a acontecer. Não era bobo, sabia que deveria andar com Mark para evitar esse tipo de situação, e que quem quer que tenha sido mandado para fazê-lo se aproveitou do fato dele estar sozinho, portanto ele fora idiota em achar que poderia andar por aí em proteção. Droga. Como queria poder ser o inútil que a sua família tanto o acusava de ser, quem sabe deserdava de vez e se livrava desse mundo? Mas isso nunca aconteceria.