·Capítulo 4·

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Pov Corinna


...Três dias após a partida do homem


-Nosso amigo chegou, garota,
obrigada por ajudar ele.

-Amanhã de manhã as coisas já

estarão no local marcado. Câmbio.

...Uma semana após a chamada de rádio


Não tive mais contato com ninguém além dos mortos desde que o rabugento chegou onde queria e me chamaram pelo rádio. Não foi ele quem falou comigo, foi uma mulher, o que confesso que me deixou um pouco decepcionada, mas saber que ele estava bem e seguro me trouxe certo alívio. Eu podia sentir a presença dele ao lado da voz que falou comigo, a mulher me chamou de "garota" e eu soube na hora que foi por um pedido dele.

Não tinha ninguém me esperando no carro velho, bom, tinha, mas era um homem me observando escondido, ele usava um pano no rosto e tinha o cabelo amarrado em um coque. Fingi que não o vi, para não causar uma confusão, deixei as armas como prometi e sai. Ele tinha que ser um dos amigos do rabugento, quais as chances de ser uma pessoa aleatória naquele lugar exato e hora exata?

A neve que cobria o chão já quase não existia mais e as que caíam do céu eram poucas. Isso era bom, era sinal de que a primavera se aproximava e com ela, talvez o rabugento me chamasse via rádio. Isso também era um chamado para que eu voltasse a correr pelas manhãs. Eu não aguentava mais ficar sem correr, era como se eu virasse um passarinho enjaulado no inverno.

Então hoje, mesmo com uma pequena quantidade de neve caindo do céu, eu me levantei cedo e disposta para correr. Lilith estava agitada hoje, como se soubesse de algo que eu ainda não sabia. O caminho pela floresta até a rua foi tranquilo, mas quando eu piso na rua ouço o grunhido de um morto. Me viro em sua direção e pego a faca que eu coloquei no lugar da minha antiga. Ainda me sentia estranha sem a faca da minha mãe, todas as outras ficavam grandes demais ou pequenas demais ocupando o seu lugar.

O caminhante tentou correr em minha direção, mas caiu com um movimento rápido da minha nova faca. Aquele morto descongelado gerou um alerta da minha mente, eu precisava conferir a região para ver se não havia nenhum bando vindo na direção da minha casa. A agitação de Lilith nunca foi bom presságio.

Começo a correr. Sem mais problemas pelo caminho, chego perto da encruzilhada onde eu sempre dou a volta para correr de volta para casa. Um barulho me faz diminuir a velocidade. Caminhantes. Parecem ser muitos e parecem estar vindo da rua a minha esquerda.

Adentro a floresta a minha esquerda e me esgueiro por entre as árvores para tentar ver quantos são. Uma horda. Eu sabia, Lilith não fica agitada a toa. Mas não me preocupo tanto, se eles continuarem seguindo por essa direção, eles vão se afastar sozinhos da região de onde eu moro.

Ouço um ronco forte de motor vindo na minha direção, só pode ser brincadeira. Esses palhaços vão desviar a horda para a minha casa. Tenho que fazer algo. Se eu tentar avisar os palhaços, os mortos irão me ver, mas se eu não avisar, os mortos vão seguir eles em direção a minha casa.

Droga. Saio correndo da floresta em direção ao centro da encruzilhada. Faço sinais para que os carros parem, ao mesmo tempo que aponto para a horda que se aproximava cada vez mais. Todos me ignoram, desviando de mim na estrada e vão direto seja lá para onde estão indo. Que imbecis.

Plano B. Tenho que pensar em alguma coisa para fazer com que os mortos continuem o caminho que estavam fazendo. Alguns já começavam a entrar na floresta para irem atrás dos palhaços. Eu grito. Sei que vou ficar boas horas aqui até juntar e despistar todos eles, mas é a única solução.

A Garota na Floresta | The Walking DeadWhere stories live. Discover now