·Capítulo 30·

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Pov Corinna


...Nove horas e cinquenta e nove minutos após a decolagem


Minha ansiedade não melhorou nessas nove horas e cinquenta e nove minutos que o capitão disse que faltavam, pelo contrário, ela só piorou. Enquanto o capitão dormiu o tempo inteiro, eu fiquei as malditas dez horas de olho bem aberto com meu cerebro pensando e criando coisas absurdas na minha mente.

Quando a ficha realmente caiu que eu estava em um fodendo avião indo em direção a um lugar que eu não tenho ideia de como esteja e que todos os que eu amo estão ficando a sei lá quantos quilômetros de distância de mim com um mar gigantesco nos separando, eu comecei a entrar em pânico.

Eu suava por todas as partes possíveis do meu corpo, um suor frio acompanhado de calafrios e tontura. Parece que meu corpo quer me matar alí mesmo para eu não ter que enfrentar o que está por vir. Corro em direção ao banheiro e me ajoelho na frente da privada. Tudo o que eu comi no avião para tentar me acalmar sai acompanhado de uma dor que sobe da minha coluna para a minha cabeça.

-Você está bem, garota?- ouço a voz de Barnes atrás de mim.

-Estou- digo sem olhar para ele.

-Você não está grávida não, não é?- ele pergunta me fazendo olhar para ele.

-Não!- como ele conseguia ser inconveniente até quando eu estou quase morrendo?

-Ótimo- ele diz rindo da minha reação- vim te avisar que vamos pousar em cinco minutos, é melhor ir se sentar- ele diz e saindo da porta do banheiro.

Me levanto e me olho no espelho, eu estou horrível. Meus cabelos estão engrenhados, minha boca está vermelha e inchada e meus olhos não estão muito diferentes. Abro a torneira e começo a lavar a minha boca e o meu rosto. Arrumo o meu cabelo e saio da cabine, indo em direção ao meu acento.

O pouso não foi muito diferente da decolagem, pareceu até pior. Eu tenho que me acalmar, não posso deixar que minhas emoções me atrapalhem e me matem aqui. Saímos do avião deixando os civis e os suprimentos que trouxemos dentro dele. A noite deixa o aeroporto escuro e o lugar está cheio de caminhantes.

Começamos a eliminar todos os mortos da pista para que eles não se amontoassem em volta dos aviões e nos cercassem. Usamos a faca para poupar balas e não chamar a atenção dos caminhantes que estão fora da pista. A pista era enorme, demoramos algum tempo para conseguir matar todos. Quando acabamos, voltamos para o avião e jantamos.

O capitão e outros que conseguiram dormir no vôo vão pegar a vigia da madrugada. Vou até uma das poltronas e me sento. Meu corpo está todo moído, parece que eu fiz dez horas de corrida sem parar. Minha mente vai para Eve e em como ela está, espero que bem. Espero que Negan também esteja bem, espero que Rick tenha conseguido parar a Maggie. O cansaço toma conta do meu corpo e eu durmo sem perceber.

Acordo com Barnes chacoalhando o meu ombro e pedindo para eu acordar para tomar o café. Tomo uma garrafa de água e como um dos enlatados que trouxemos dos Estados Unidos. Fico encarando o símbolo com os três círculos na lata prateada. É incrível como produzem os próprios entalados. Termino de comer e escovo os dentes. Eu preciso de um banho, pelo tanto que eu suei para vir para cá devo estar uma nhaca por baixo dessa roupa.

Fomos limpar o resto do aeroporto. É um lugar muito bonito, com teto e paredes de vidro que iluminam todo o lugar. Olhamos em cada canto onde poderia ter um morto enfiado e matamos todos. Começamos a procurar por carros com gasolina. Aparentemente o aeroporto e os aviões serão a nossa base temporaria. Apenas dez soldados iriam sair para explorar o território, os outros dez ficariam e cuidariam dos civis. Eu cai no grupo que irá sair para explorar, que ótimo.

A Garota na Floresta | The Walking DeadOnde histórias criam vida. Descubra agora