·Capítulo 10·

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Pov Daryl

...Manhã seguinte após a morte de Lilith

Acordo quando a claridade do dia começa a invadir a sala. Em um pulo eu levanto e pego a minha besta, eu não estava sozinho ali, mas abaixo quando eu noto que é só a garota. Ela está sentada no chão ao lado de duas garrafas, uma vazia e outra pela metade. Onde ela arrumou bebida? Levo meus olhos para a esquerda dela, há uma estante cheia delas, com mais bebidas do que eu podia contar. Como eu nunca reparei nisso antes?

-Oi- ela responde com um sorriso torto no rosto. Sua voz é arrastada, revelando que ela está bêbada.

-Oi- digo colocando a besta no chão- está tudo bem?

-Melhor impossível- ela se levanta desajeitadamente e caminha em passos trocados até chegar perto de mim. O cheiro de álcool que vem dela era forte.

-Por que bebeu?- pergunto levando ela até o sofá e me sentando ao lado dela.

-Eu vou ter que enterrar todos, incluindo a você, e ficar sozinha no final- ela diz encostando o indicador na ponta do meu nariz tentando soar calma, mas seus olhos estão carregadas de lágrimas presas.

-Por que está falando isso?- pergunto- você mesma disse que a Lilith estava velha e uma hora ou outra aquilo ia acontecer- tento acalmá-la- você não vai ter que me enterrar, garota, e nem a mais ninguém.

-Por que eu estou falando isso, rabugento?- ela se enrola na coberta em que eu dormi e repete a minha pergunta- porque é a verdade- uma lágrima escapa de seu olho e ela os aperta com os dedos para que as outras saíam de uma vez- eu tinha a Lilith e um outro cara, mas só sobrou você- ela diz dando de ombros. Cara? Que cara?- eu gosto de você, não quero te perder também- ela me olha e mais lágrimas se formam em seus olhos.

-Você não tinha me falado que conhecia outra pessoa- tento saber mais sobre isso.

-Eu conheci ele depois de conhecer você- ela abaixa a cabeça e dá de ombros- você estava ocupado com todas aquelas coisas e não tinha por que eu te contar coisas idiotas do meu dia.

-Ele podia ter machucado você- minha voz sai rude, a raiva começa a crescer em mim.

-Eu sei me virar, tá bom?- ela diz com a voz embolada- eu não confiei nele de primeira e, além disso, ele salvou minha vida duas vezes- ela diz mostrando dois dedos da mão esquerda.

-Salvou sua vida?

-É, Daryl- seu tom sai como se ela estivesse explicando para uma criança, seu deboche me estressa mais ainda- uma vez quando eu estava desviando uma horda e outra vez de dois babacas.

-Por que você não me contou essas coisas?- meu sangue ferve em raiva.

-Não queria te incomodar, me desculpa- ela fala um pouco mais baixo e eu percebo que fui muito rude.

-Ele era legal comigo- ela continua depois de um longo silêncio meu- era meio insistente e arrogante, mas era legal- ela solta um riso- ele aparecia manhã sim e manhã não no horário em que eu corria- seu riso some- mas faz dias que ele não aparece.

-Insistente?- pergunto tentando entender. Eu ainda estou com raiva, mesmo ela tendo me provado que ele era confiável. Eu estou com ciúmes?- insistente como?- pergunto um pouco mais duro.

-Ele queria me levar para a comunidade dele- ela diz e eu começo a ligar os pontos.

-Ele falou o nome dele ou o nome da comunidade dele?- pergunto para ter certeza.

-Eu não quis saber- ela dá de ombros e se enrola mais na coberta.

-Você não devia ter saído falando com qualquer um assim, Corinna- meio falo, meio grito- poderia ser um dos homens do Negan ou o próprio Negan- minha respiração está descompassada- você deveria pelo menos ter me contado sobre ele.

A Garota na Floresta | The Walking DeadOnde histórias criam vida. Descubra agora