·Capítulo 26·

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Pov Corinna


...Doze dias após a explosão da ponte


  “Abra seus olhos, Corinna”

  Um sussurro ecoa na minha cabeça e eu abro meus olhos como é pedido. A primeira coisa que eu vejo é um teto branco, o ambiente está muito claro apesar da lâmpada estar apagada, meus olhos queimam por uns segundos antes de se acostumarem. Onde eu estou? O que aconteceu? Estou com dificuldade de respirar e meu corpo não quer obedecer aos meus comandos.

  Ergo a minha mão com dificuldade, parece que tem uma bola de ferro de noventa quilos segurando ela. Passo ela pela minha barriga e sinto algo grosso nela por baixo do lençol e da blusa. Um curativo. A ponte, Daryl, Eugene, a horda. Todas as lembranças voltam como um tornado na minha mente. Me sento com rapidez na cama onde eu estou, minha cabeça parece que está sendo pisoteada por um elefante e a minha visão começa a escurecer.

—Corinna?– uma voz fina é a última coisa que eu ouço antes de apagar.

...Um dia depois


  Parece que tem dez rinocerontes sentados em cima do meu corpo. Abro meus olhos e movo lentamente a minha cabeça para o lado para tentar ver onde eu estou. Vejo uma garota de cabelos castanhos de costas para mim. É a mesma garota que chamou por mim quando eu acordei? Como ela sabe o meu nome? Estendo minha mão tentando alcançar a garota para chamar a sua atenção.

—Ei, você acordou?– a garota se vira na minha direção quando meus dedos relam em seu jaleco.

—Água– é a única coisa que consigo falar.

—Você não pode beber ainda, mas você está com o soro no braço, não se preocupe– a garota aponta e eu olho para a agulha no meu braço fazendo uma careta, sempre odiei agulhas– me desculpe– ela pede me fazendo olhar para ela de novo.

—Onde estou?– meu peito dói quando eu falo.

—Você está segura, não se preocupe.

—Onde eu estou?– repito a pergunta.

—Em uma comunidade na Filadélfia.

—Filadélfia?– meus olhos se arregalam.

—Ei, calma aí– ela diz levantando as mãos em um pedido de paciência– você ainda está fraca, sua anemia ainda está alta– ela não desvia os olhos dos meus– você pode desmaiar de novo como nas outras vezes que você conseguiu acordar, mas só de você estar se comunicando já é um grande avanço– ela sorri e eu junto as sobrancelhas sem entender o que ela diz.

—Outras vezes? Que outras vezes?– forço a minha memória e só consigo me lembrar de quando eu me sentei na cama e ela chamou pelo meu nome antes de eu apagar.

—Você não se lembra?– é a vez dela unir as sobrancelhas– você vem acordando e desmaiando já faz semana– ela diz com tranquilidade, totalmente diferente de como eu estou por dentro– mas calma, é normal a perda da memória quando se tem uma perda de sangue tão grande quanto você teve.

—Uma semana?– pergunto com a minha voz fraca– a quanto tempo eu estou aqui?

—Quase duas semanas– ela diz séria.

—Eu tenho que sair daqui, eu tenho que voltar– digo tentando me levantar, mas a garota segura os meus ombros e me mantém deitada sem muita dificuldade.

—Calma, do jeito que você está você não vai aguentar nem chegar na saída do hospital– ela dá um suspiro– e você não pode ir.

—Como assim eu não posso ir?– eu pergunto com indignação.

A Garota na Floresta | The Walking DeadWhere stories live. Discover now