·Capítulo 12·

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Pov Negan

...Dois dias após ser preso pelo Rick


  Os remédios me fazem dormir a maior parte do tempo, mas em alguns dos momentos em que consigo ficar acordado, sempre vem alguém para falar merda ou se gabar por ter me capturado. Hoje eu acordei tarde, já era noite. O babaca do Rick chegou e não demorou muito para o seu cachorrinho Daryl vir atrás. Eles falam baboseiras sobre estarem reconstruindo a civilização e que eu apodreceria em uma cela enquanto isso.

  A porta é aberta desviando a atenção deles e imediatamente uma voz que eu reconheceria até no inferno ecoa pelo quarto. Como eu devo me sentir? Aliviado por ver ela bem ou mal por ela estar aqui? Ela era uma alexandrina esse tempo todo? Como ela não me reconheceu? Era um plano deles ela ir me ver todo esse tempo para conseguir algo de mim? Sou bombardeado por sentimentos e perguntas que fazem minha cabeça girar e meu estômago revirar. Raiva. A raiva me domina, o pensamento de ter sido usado por ela por todo esse tempo faz meu sangue esquentar.

  Ela para de falar no momento em que sinto seus olhos caírem sobre mim. Fecho os olhos com força. Qual poderia ser a merda da explicação para toda essa situação? Eu não sei se estou pronto para ouvir a resposta, mas ela vem. Eu abro os olhos e a garota se aproxima de mim, falando sobre eu ter sumido e fazendo perguntas por eu estar algemado. Ela se preocupou comigo quando eu sumi. Ela não sabe quem eu sou e nem o que eu fiz aqui. Ela deve ter conhecido as pessoas daqui depois de toda aquela merda de luta. Que puta merda.

—Esse é o Negan, Corinna– o caipira diz e é como se ela acordasse de um transe. Ela afasta seus olhos dos meus para poder olhar para ele, suas sobrancelhas estão unidas e ela nega algumas vezes com a cabeça. Então seu nome é Corinna.

—Negan?– ela volta a sustentar o meu olhar, mas eu não aguento ver ela me olhando daquele jeito e fecho meus olhos, como se fazer isso fosse desfazer toda essa situação. Não era assim que eu queria que meu nome soasse em seus lábios.

—Sim, boneca– minha voz sai mais baixa do que eu planejo e ainda não consigo abrir os olhos para olhar para ela.

—Me desculpa– ouço ela dizer com a voz embargada e em seguida ouço a porta novamente, indicando a saída dela do cômodo.

Pov Corinna


  Saio daquele lugar o mais rápido que consigo. Eu sinto que estou sufocando. O que vai acontecer agora? Eles me mandarão ir embora? Pensarão que eu estava com ele esse tempo todo? Que filho da puta. A porta da enfermaria se abre e só então eu percebo que ainda não havia saído do lugar. É o Daryl. Não consigo decifrar o seu rosto, mas puxo todo o ar que consigo e me preparo para ouvir o que quer que ele vá dizer.

—Eu te falei– sua voz sai baixa, mas dura– eu te falei quando você bebeu aquelas malditas bebidas e me contou sobre ele que você podia ter se colocado em risco– ele ligou os pontos e entendeu que o Negan era o cara que eu via na estrada, mas ele não está bravo comigo por conhecer o Negan, mas sim por ter dado confiança para ele.

—Sinto muito– falo tentando conter as minhas lágrimas– não tinha como eu saber, ele me tratou bem e...– ele não me deixa terminar.

—Então qualquer babaca que te tratar bem você já fica amiguinha?– as suas palavras me machucam.

—Eu sinto muito, Daryl– digo com o tom mais rude que eu consigo– se vocês não me quiserem mais aqui eu vou entender– digo e me viro para voltar para a casa.

  Caminho em passos largos enquanto as últimas lágrimas quentes escorrem pelo meu rosto. Daryl não veio atrás de mim como eu pensei que viria, eu nem sei se ele vai querer mais falar comigo depois disso. Eu estraguei tudo, mas não tinha como ter adivinhado. Que merda. Entro na casa e tento não chamar muita atenção. Por sorte, ninguém nota a minha presença, então eu subo as escadas e vou direto para o banheiro no final do corredor.

A Garota na Floresta | The Walking DeadDonde viven las historias. Descúbrelo ahora