✫ capítulo vinte e um ✫

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''A menina, agora, quer que eu faça tudo relacionado à natureza. Tá quase pedindo pra eu me balançar em um cipó feito o Tarzan.'' Gizelly lamentou, enquanto Manoela não se aguentava de rir ao se lembrar do desespero da advogada em acender a fogueira.'' Isso tudo porque eu fui usar uma expressão idiota pra desviar do assunto do plano.''

''Eu acho que você conseguiu, pelo menos.'' Manu disse animada, tentando ver o lado bom da situação. "Você sabe que podia ter dito que não era escoteira porcaria nenhuma e ter acabado com essa palhaçada, né?"

"Mas aí a minha credibilidade ia estar no lixo.'' A advogada disse.

"Tem razão. Agora que você tá toda suja de terra, e mentiu sobre sua infância pra todo mundo a sua credibilidade está intacta." A cantora debochou.

As duas já estavam na volta do passeio, fazendo o caminho de retorno. Todos já estavam exausto, seja fisicamente ou mentalmente. O céu estava alaranjado, e a revolta de Gizelly em continuar naquele lugar tinha acontecido no tempo perfeito para eles conseguirem chegar em casa antes de escurecer. Ambas andavam lado a lado, e riam de suas trapalhadas do dia que estavam sendo compartilhadas.

''Eu não tô nem conseguindo olhar na cara do Daniel.'' A advogada disse, com uma risada sofrida.

''Eu imagino.'' Manu riu. ''Eu to desviando da Rafa desde que a gente saiu da caverna, mas eu já tô me preparando pra quando ela me chamar pra conversar.'' Manu disse, enquanto observava a mais alta andar à sua frente, novamente guiando o grupo.

''Ela me envolveu com você no Twitter. Acho que ela percebeu que a gente está agindo esquisito.''

''Qualquer um percebe. Eu e a Mari somos as meninas que aparecem atrás das pedras magicamente e você a escoteira que não sabe acender uma fogueira.'' Ela riu, passando às mãos pelo cabelo. ''Ainda tem a Flay, que tem espasmos musculares e quebra celulares.''

''Eu sei acender.'' Gizelly comentou triste. ''Eu quase soube, o Daniel que atrapalhou.'' Ela fez um biquinho e Manu afagou as costas da mesma, confortando-a.

''Eu só fico feliz que a Bia e a Rafa se deram super bem hoje.'' Manu disse, com um sorriso triste, ao se lembrar das duas na caverna, antes de tudo ser arruinado.

''Estão se dando, olha ali.'' Gizelly apontou, demonstrando a imagem de Bianca aproximando-se de Rafaella.

Mais à frente, Bia estava realmente querendo ficar perto de Rafa, quase como se uma força sobrenatural estivesse empurrando-a para perto da mais alta.

''Oi.'' Bianca acenou alegre. Rafa a olhou por alguns segundos, depois abriu um sorriso antes de voltar a olhar adiante.

''Oi.'' A missionária respondeu.

Sem saber o que falar, Bia só tranquilamente acompanhou a outra. Elas andaram lado a lado alguns segundos, em silêncio, até que Rafaella sentiu a necessidade de questionar a empresária:

''Posso te fazer uma pergunta?''

''Já fez.'' Bianca disse, com um risinho. Rafa suspirou, revirando os olhos. ''Mas pode fazer outra.'' Ela acrescentou.

''Você não achou esquisito a Mari e a Manu na caverna, não?" A missionária disse, lembrando-se da interação bizarra ocorrida no local. Era impossível não perceber aquilo.

"Mais ou menos?'' Bom, talvez não tão impossível quanto Rafaella achou. Bia estava muito incerta sobre o que estava achando de tudo aquilo. Não é como se ela estivesse desconfiando certeiramente de algo, mas ela não poderia negar que tinha uma pulguinha atrás de sua orelha. ''Eu achei elas normais, eu acho...'' Ela disse, com o tom de voz claramente duvidoso.

THE TRIP | RABIAOnde as histórias ganham vida. Descobre agora