Será que é possível o tempo parar? Será que é possível algo tão bom acontecer que ela quebra a barreira do espaço-tempo e nos faz ficar congelados, vivendo aquele momento para sempre? E quanto tempo isso duraria?
Se é possível parar no tempo realmente, eu não sei responder, mas eu me sentia assim.
Enquanto minha língua explorava a boca de Park e vice-versa, eu sentia como se tudo tivesse parado. Meu corpo e minha mente pareciam embriagados, como se eu tivesse bebido uma garrafa de vodca inteira sozinho.
Meu coração maratonista continuava disparado e uma sensação boa tomava conta de mim.
Como se eu estivesse flutuando.
Com gosto de liberdade, o beijo parecia tão certo, como se houvesse sido planejado pelo destino.
Senti a mão de Jimin passeando por minha nuca, fazendo um carinho gostoso. Depois, ele a embrenhou no meu cabelo, puxando alguns fios e voltando a fazer carinho. Em resposta, apertei mais meus braços em sua cintura e o puxei para mais perto, de encontro a mim.
Ele soltou uma risadinha e suspirou, descendo um pouco uma das mãos e segurando meu braço. O frio que fazia antes tinha magicamente desaparecido.
Quando cortamos o beijo, ele puxou meu lábio inferior e selou nossos lábios mais uma vez. Suspirei, sem conseguir formular uma única frase, e Park me abraçou, encostando sua cabeça em meu peito. Apertei meus braços à sua volta e respirei fundo.
Talvez a sensação de embriaguez viesse da combinação do cheiro de rosas com leves toques cítricos dele com o cheiro de shampoo e sabonete.
Ainda de olhos fechados, foi como se alguém tivesse encostado a ponta de uma agulha na minha bolha flutuante, me forçando a cair de volta na realidade.
O tempo voltou a passar novamente e eu me dei conta: Eu tinha dado meu primeiro beijo em muito tempo, meu primeiro beijo depois de Kihyun.
E foi com o Jimin.
A imagem de Yoo surgiu em minha mente e eu senti meu coração se apertar, fazendo com que a sensação boa desse lugar à um sentimento estranho. Eu não sabia o que estava sentindo, uma mistura maluca de sensações ruins, que me deixavam incomodado.
Mesmo sem querer, deixei meu nervoso transparecer, porque Jimin se afastou um pouco e me encarou.
- Desculpa.
O olhei, sem entender o porquê ele estava pedindo desculpas. Franzi o cenho e ele respirou fundo, me soltando de vez.
E subitamente eu senti frio.
- Pelo que? – Indaguei, ainda confuso, tentando entender o que se passava em sua cabeça.
- Pelo beijo, pela situação... Eu juro que não era desse tipo de ajuda que eu estava falando. – Sua voz transparecia o quanto ele estava nervoso, o que me fez sorrir por não ser o único.
- Eu sei, aconteceu. – Suspirei. – Isso também não é o que eu tinha em mente para te ajudar.
Ele assentiu, sorrindo fraco. Nós nos encaramos, ainda completamente confusos, e eu tentava entender aquela sensação que estava tomando conta de mim. Parecia algo entre remorso e... Culpa?
- Eu vou indo. – Cortou o silêncio.
Assenti, sorrindo para ele, e movi meu olhar para o horizonte, encarando a paisagem. Eu conseguia escutar sua respiração ficar cada vez mais pesada, até que ele tocou meu ombro.
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Wreck Of A Boy • jikook
RomanceApós o suicídio de seu namorado, Jeon Jungkook se muda para Seul buscando fugir das lembranças que tanto o machucavam. Lá ele conhece Park Jimin, um dos garotos mais populares da escola, que para ele era um poço de futilidade. Ainda abalado por sua...