Laçado

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         Orochimaru teve outra noite bem dormida e um despertar animado. Ainda deitado na cama, lembrou do cheiro de Kabuto, de como ficava adorável corado e do formigamento em sua mão sempre que o tocava, mesmo que levemente. Lembrou de momentos em que observava-o sem ser notado e as vezes que flagrou-o observando-o com adoração ou luxúria nos olhos negros atrás dos óculos.

Do jeito fofo de ajeitar os óculos quando esses escorregavam para a ponte do nariz, ou momentos como aquele em que o lápis saiu rolando pela sala e Kabuto abaixou para pegar, erguendo aquela bundinha redondinha e arrebitada...

Nem parecia que já fazia duas semanas que voltara ao trabalho. E tudo estava indo muito bem no nível profissional. O rapaz era muito esforçado mesmo e realmente estava ajudando muito Orochimaru, que estava se acostumando ao auxílio do estagiário, Ele também tinha ideias bastante inspiradoras.

Guren divertia-se com os dois, pois estavam como adolescentes envergonhados com medo se declarar. Ela tinha gostado do rapaz também. Um menino simples e até um pouco ingênuo.

Kabuto temia perder o estágio e o prazer da presença do seu ídolo. Ou talvez, que as coisas ficassem estranhas... Eles estavam se dando tão bem...

Orochimaru por sua vez tinha medo. Medo de amar de novo, medo de ser rejeitado, medo de sofrer e também medo de perder a presença daquele que tornava seus dias mais felizes.

O que estava difícil de controlar era o desejo. Era quase palpável. Algumas vezes estavam próximos, se tocavam sem querer e uma espécie de fogo tomava conta deles. Kabuto ficava muito vermelho e gaguejava. Disfarçava, ou na verdade tentava, mas acabava derrubando as coisas todo atrapalhado.

O arquiteto tinha vários sonhos com o aprendiz e cada dia pensava mais no rapaz. Precisava fazer alguma coisa. Então ele pensou em um plano. Queria sentir como o estagiário se portaria em ambiente neutro, para tentar tomar alguma iniciativa. Não gostava da ideia de fazer isso no seu local de trabalho.

Decidiu ir no restaurante onde o rapaz trabalhava. Seria naquele dia, e iria mais no fim do expediente, pra sugerir uma carona... Isso! Seria perfeito!

Levantou-se e se preparou para o dia mais animado ainda, com esse plano se delineando em sua mente. Tomou banho, escolheu uma roupa legal, tomou café com a sua irmã. Depois de mais uma olhadinha no espelho, saiu assoviando.

Chegou mais cedo do que de costume e encontrou Kabuto na mesa de desenho, terminando um projeto que ele havia deixado pro aprendiz completar.

-Bom dia, Kabuto. - disse com seu melhor sorriso

-B.. Bom dia, senhor Orochimaru - gaguejou o rapaz derrubando o lápis e encarando-o. Seria possível?! Ele estava ainda mais bonito com aquela calça social roxa e aquela camisa branca soltinha por cima da gola alta também roxa. Aqueles olhos delineados... Ai como eu queria ser agarrado por ele!

Orochimaru se aproximou por trás para observar o projeto, aspirou o perfume adorável de Kabuto, que também estava inebriado pelo cheiro de mar deste.

-Está ficando muito bom! - elogiou - Estou gostando muito do seu trabalho.

E ao colocar a mão no ombro do aprendiz num gesto de companheirismo, sem querer, roçou levemente o polegar no pescoço desnudo e ambos sentiram aquele fogo...

-O.. Obrigado. Estou me esforçando muito - respondeu corando completamente.

O dia correu sem maiores novidades. Mas a noite seria decisiva.

Orochimaru chegou em casa, tomou um banho demorado, acariciando a pele com a esponja e imaginando-se tocando Kabuto... Resolveu vestir seda, uma calça indiana cinza folgada e uma camisa indiana azul escura de gola redonda, pouco abaixo dos quadris. Semelhante ao vestuário indiano salwar kameez, mas sem bordados. Colocou seus brincos de tomoe, que davam sorte, perfumou-se, delineou os olhos como gostava e desceu. Os cabelos caiam soltos nos ombros

Anko ergueu os olhos do crochê que estava fazendo ao sentir o perfume do irmão e falou:

- Uau! Vai onde gato desse jeito?

- Tentar conquistar um gatinho.... - disse com um sorriso lascivo - Não me espere acordada... - Beijou-a na bochecha e saiu saltitante.

Ela estava feliz por ele, mas triste pois teria que ir embora, porque ele estava sarando e não precisaria mais dela.

Ele colocou o endereço do Ichiraku no gps e foi, ficando mais ansioso a cada minuto. Chegou após quinze minutos entregou as chaves para o manobrista, conferiu a reserva com o matre e foi conduzido à sua mesa, no canto, perto da janela, que dava uma bela vista pra cidade. Observou os garçons, todos trajados de calça preta, camisa branca e um colete vermelho com o nome do estabelecimentos e o nome do garçom abaixo, procurando aqueles cabelos platinados tão conhecidos. Encontrou-o servindo uma mesa do outro lado do restaurante. Observava-o através do reflexo do vidro da janela, quando o rapaz o viu. Seus olhos se encontraram e Kabuto só não derrubou nada porque estava se mãos vazias. Ai, como ele está fofo vestido de garçom! O colete justo destacou a cintura delgada e bumbum arrebitado e cheinho. Orochimaru devorou-o com os olhos. Um leve rubor cobriu sua face, e seu corpo respondeu com um arrepio de desejo.

Como seu ele estava lindo vestido de seda! A roupa caia sobre a pele como uma carícia e o jovem de repente se viu com ciúme daquela vestimenta.

Os devaneios de Kabuto foram interrompidos pelo matre que o mandou atender ao cavalheiro na mesa próxima à janela, sem saber que os dois se conheciam, nem notar o olhar do garçom.

-B.. Boa noite, senhor... B.. Bem-vindo ao Ichiraku. Aqui está o Menu. - Disse tentando ser o mais profissional possível e falhando miseravelmente.

- Obrigado - sorriu malicioso, divertindo-se com o embaraço do mais novo. Depois, inclinando-se na direção do mais jovem, sussurrou - O garçom faz parte do cardápio? Eu adoraria saborear cada pedacinho dele.

Kabuto quase desmaiou. Ficou tão vermelho que se alguém tivesse mais perto, pensaria que ele estava doente. E um leve volume começou a se formar na sua calça.

Como se não tivesse dito nada, Orochimaru encostou-se no assento e pediu:

- Sunomono, Uramaki, Ika e Missoshiro. Banchá pra acompanhar.

Kabuto fez um aceno, recolheu o cardápio e quando ia sair, voltou-se, sem olhar nos olhos de Orochimaru, e perguntou:

- Aceita um ochoko de Sakê morno como cortesia? -perguntou encabulado por quase ter esquecido desse detalhe.

- Sim, obrigado - respondeu - e sussurrou com luxúria - e você de sobremesa.

O garçom quase derrubou o cardápio. Engasgou coma própria saliva e saiu.

Orochimaru gostou de ver o efeito que tinha no mais jovem. Nunca teve essa audácia de dizer tais coisas, nem usar esse tom descarado no seu local de trabalho. Mas ali, e naquela noite, estava disposto a apostar todas as suas fichas. Seria agora ou nunca.

Quando, mais tarde, o rapaz veio trazer a conta que foi solicitada, Orochimaru perguntou em voz baixa.

- Gostaria de te levar para casa. Que horas você sai?

- D... Daqui a q.. quinze minutos.

- E você aceita a carona?

- S.. Sim... Adoraria... - respondeu cor de tomate.

- Te esperarei no carro, na próxima quadra. - Orochimaru disse com um sorriso e saiu ansioso, enquanto o garçom se retirava envergonhado.

Gente, essa capitulo ficou enorme, mas eu estou adorando escrever essa fic.  Deve ser porque é a primeira.
No próximo tem Lemon.
Espero que fique bom.

Beijinhos 💋💋💋

Amor Com Amor Se Cura Where stories live. Discover now