Ameaçado

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          Kabuto estava muito feliz! Orochimaru era muito mais do que ele poderia esperar, sonhar ou desejar. Carinhoso, gentil e um amante fogoso. Seus corpos se encaixavam de uma forma tão perfeita que era impossível  dizer que não foram feitos um para o outro.

          Tinha conhecido Anko, a quem adorara e o sentimento foi recíproco. O almoço fora uma delícia e ele passara uma tarde de cochilos e carinho no sofá da sala ampla da casa do arquiteto, assistindo TV. Lá pelas seis da tarde Kabuto falou:

          - Orochi, preciso ir para casa. Tenho prova amanhã e preciso estudar.

          - Ah, Ka, como assim? Pensei que iria dormir abraçadinho com você... Já  está querendo fugir de mim? - encarou o sorriso tímido do outro. - Eu posso ir e te ajudar a estudar. Acho que ainda me lembro da parte teórica. - disse passando a mão no rosto corado do outro.

          - Orochi, você iria me distrair... - sorriu envergonhado - e o pior é que eu ia gostar da distração... - disse ficando muito vermelho

          Orochimaru nunca se cansaria da capacidade de corar do seu aprendiz. Era fofo e excitante ao mesmo tempo. Puxou-o para um beijo, que tinha a intenção de ser suave e carinhoso, mas Kabuto puxou seus cabelos, enfiou a língua na sua boca de forma selvagem e colou o seus corpos, como se quisesse fundir-se com o seu amado. Quando se separaram para respirar melhor ele baixou os olhos e muito vermelho de desejo e de vergonha disse:

          - É.. é.. desse tipo de distração que eu estou falando - escondendo o rosto no peito dele.

          - Mas você praticamente me atacou! - disse Orochimaru rindo

         - E.. e.. eu sei. Mas esse é o efeito que você tem mim! - Admitiu constrangido.

          - Ok, ok, - concordou o mais velho. - Vou levar você então.

         Eles se arrumaram, pegaram o carro e logo chegaram no prédio onde Kabuto  morava.

          - Acho melhor então eu não subir. - Disse Orochimaro divertido - Assim eu não te atrapalho. - Deu um suave toque de lábios, que virou novamente um beijo selvagem e avassalador em poucos segundos. Separaram se descabelados e arrumando as roupas. O arquiteto rindo e o estagiário muito vermelho.

          Levantou-se, deu a volta e abriu a porta do carro para o jovem que agradeceu. Segurou as duas mãos dele para trás deu um selinho e disse:

          - Tchau amor. Amanhã leve seus materiais pra estudar um pouco lá no escritório - E ficou encostado no carro olhando até o outro entrar no prédio, só depois entrando no carro e seguindo pra sua casa. Apossou-se dele um sentimento de vazio. Já estava sentindo falta do jovem

                           ( ... )

         Kabuto entrou em casa e notou que algo estava estranho. Trancou a porta e acendeu a luz do corredor. Foi andando devagar em direção à sala, quando viu, no canto mais escuro, uma pessoa sentada. Não acreditou nos seus olhos. Era Kidomaru.

           - Oi, Kabutinho! Quanto tempo... - falou debochado. - Sentiu saudades de  mim? Eu senti saudades de você... - E foi se aproximando do jovem, que se afastou assustado

          - O... O que você quer? - perguntou - O que... O que você está fazendo aqui?

          - Vim pelos velhos tempos... Éramos amigos, tão amigos, quase irmãos. Mas você saiu do orfanato e nunca mais fez contato. Demorei  pra te encontrar. Mal sabe a minha surpresa quando te vi com aquele figurão, todo saltitante como uma vadia apaixonada. Pra mim você disse que era hétero. Eu acreditei - os olhos ardiam de mágoa. - Poderia ter te dado o mundo. Tudo o que você quisesse. Era só pedir.

          - Eu... eu conhecia seu temperamento.  Sabia que você nunca aceitaria não como resposta. Sua paixão me deu medo, Kidomaro. Fomos muito amigos. E eu gostava da sua amizade. Mas nunca tive por você esse tipo de sentimento. - o jovem era sincero.

          Pelos olhos do outro passou, muito rápido, um traço de ódio, que logo desapareceu. E os olhos adquiriram um ar carinhoso e suplicante.

          - Você nem me deu uma chance de te fazer feliz. De mostrar o meu amor, meu carinho... - disse dando um passo e tentando pegar sua mão, mas ele puxou o braço e deu outro passo para trás- Dá uma chance pra mim?

          - Não. Nem posso. Hoje eu amo a outro. Meu coração não me pertence mais. - disse com honestidade -  Podemos ser amigos.

          Duas lágrimas  de ódio brilharam  nos olhos de Kidomaro, que segurou Kabuto pelos pulsos, apertando e disse entredentes, com os lábios quase colados na pele do outro, e a voz transtornada pelo rancor:

          - Você não vai ser feliz com ele. Escreva as minhas palavras. Nem com ele, nem com mais ninguém. Você é meu!

          E dizendo isso, colou seus lábios nos do outro com brutalidade, ainda  segurando os pulsos do mesmo. Irritado por que este não corresponder, empurrou-o e saiu batendo a porta. O rapaz trancou-a rapidamente a com as travas internas, além dar de duas voltas na chave. E escorregou na mesma, sentando no chão e caindo em copioso choro.

           O que faria agora? Contaria para Orochi? O que sera que ele ia pensar ? Por que Kidomaro foi aparecer agora? Estava tudo indo tão bem... Tinha perdido o chão.

           Precisou de quase meia hora para se recompor um pouco. Levantou e tomou um banho bem quente, como se  aqueles medos  pudessem evaporar na água escaldante. Vestiu seu pijama e levou os livros pra cama para tentar estudar.

         Entretanto, não conseguiu. O que acontecera com Kidomaro não saia da sua cabeça. Ele tinha sido um bom amigo no orfanato. Kabuto sempre foi muito frágil, pequeno apesar da sua idade. Seu amigo sempre o defendeu, ficando até de castigo quando, se metia em alguma briga pra ajudá-o. Mas eles foram cresceram. Chegou a adolescência  cheia de hormônios... E só a  amizade não era mais suficiente para Kidomaro. Ele começou a querer coisas que Kabuto não poderia dar. Amava-o como a um irmão, mas não sentia aquela atração que fazia o outro querer tocar nele, abraçá-lo e até  beijá-lo a força, coisa que, um dia, o fez ter uma crise de choro e até febre. Desse dia em diante, o rapaz nunca mais tocou. Voltaram a ser amigos, mas algo tinha se quebrado.

          Um dia , Kabuto chegou à maioridade. E teve que sair do orfanato. Desde então, nunca mais tinha visto Kidomaru. E tinha se passado mais de 4 anos.

         Como não  conseguiria estudar, fez um chá de camomila e resolveu tentar dormir. Seu cérebro estava tão cansado de tentar raciocinar, pensar quais atitudes tomar que desligou-se permitindo que Kabuto descansasse um pouco.

         Acordou meio desnorteado, sem saber se o que acontecera fora um sonho ruim ou realidade. Mas seus olhos inchados no espelho não deixaram espaço pra dúvidas.

          Tomou banho, fez o melhor que pode pela sua aparência, tomou um café rápido, chamou um transporte de aplicativo e foi para o trabalho. Tinha decidido contar tudo para Orochi. Também temia pela segurança do outro. Kidomaro era perigoso. Passional, violento e agressivo. Se já era assim, dentro das limitações do orfanato e da idade, agora provavelmente tinha ficado muito pior.

          (...)

          Em casa, Orochimaro se preparava ansioso por estar um tempo com seu amor. Vestiu ima calça bege bem clara e a camisa também clara de mangas comprida, com uma roxa mais larga por cima. Deixou os cabelos soltos, pois era assim que Kabuto gostava. Tomou café com Anko e saiu.

Gente, desculpem a demora, mas comecei a escrever uma outra que era pra ser uma oneshot, mas também está criando vida nas minhas mãos. 

Espero que gostem...

Beijokas 

Amor Com Amor Se Cura Where stories live. Discover now