Indignado

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        Orochimaru andava de um lado  para outro. Apertava as mãos e mexia no cabelo constantemente, evidenciando o quanto estava nervoso. Não só nervoso, mas desesperado. Embora achasse que o Kidomaro não iria machucar seu amado, pois sabia que, à sua maneira insana, ele amava Kabuto, estava com muitas saudades. Estavam juntos há tão pouco tempo, mas já parecia uma vida inteira.

          Enquanto isso, o chefe da Akatsuki ligava pra um, gritava com outro, batia na mesa, estava fora de si. Nunca, nos 15 anos da empresa, havia  acontecido algo semelhante. Os Zetsus tinham sido enganados e desacordados. Embora as câmeras de segurança mostrassem toda a ação, aqueles que vigiavam a casa não viram nada! Isso era absurdo!!!

          A revolta e a incredulidade eram tão fortes que era quase palpável dentro da Akatsuki.

         - ZETSUS! - Gritou Kakuzu - Na minha sala. Agora! - Ambos acabavam de ser liberados pela equipe médica da firma.

          Orochimaru não sabia bem o que iria acontecer, mas os gritos e o barulho de alguém batendo na mesa diziam que as coisas não estavam boas ali dentro. A angústia que ele sentia era sufocante. Era como se tivesse uma lâmina fincada no seu corpo, que aumentava o corte à cada respiração.

          Foi ao banheiro. Parou, olhando o seu próprio rosto no espelho, vendo as marcas do choro recente e o abatimento na pele pálida. Os olhos estavam sem brilho algum.

          - Kabuto, onde está você,  meu amor? - falou baixinho, sentindo novas lágrimas escorrerem pela sua face.

          Em sua sala na delegacia,  Juugo também já havia esmurrado a mesa. Gritado com os subalternos. Ligado para todos os conhecidos. Mas não tinha conseguido nada. Era vergonhoso o que tinha acontecido, pra não falar desesperador. Um jovem fora sequestrado por um psicopata. Ninguém poderia saber o que aquele indivíduo seria capaz de fazer. O namorado de um dos seus melhores amigos. Aquilo não poderia estar acontecendo!

          A perícia já estava terminando o trabalho. Ele esperava que pudessem ter alguma pista. Afinal de contas, eles não eram fantasmas, como as imagens puderam confirmar. Eram muito bem treinados e suas ações eram sincronizadas. Tudo indicava profissionais e de alto nível. O tal Kidomaro não fez questão de esconder o rosto, ao contrário dos seus companheiros.

          Orochimaru voltou pra casa pra ver Anko. A mais velha estava bem, apesar do susto. Tentou convencê-la a voltar para sua casa, no interior, mas sua irmã estava irredutível. Não iria embora enquanto não encontrasse o Kabuto. Na verdade, temia o que poderia acontecer com o irmão.  Mal saíra de uma situação delicada, nem se recuperara totalmente da depressão. Tinha que acontecer uma tragédia  dessas logo agora?

       - Mas Anko, pode ser perigoso ficar aqui. Você não entende? - falava desesperado. Não wueria nem imaginar alguma coisa acontecendo com uma das  pessoas que amava tanto, uma vez que não sabia se ainda veria a outra. Ele só tinha Anko e Kabuto. Mais ninguém.

          - Se é assim tão perigoso, você também deveria sair daqui - disse com carinho - Vamos pra minha casa. Lá é tranquilo

          - Irmã, precisa entender que só  sairei daqui com Kabuto. Ente...

         - É você quem precisa entender - disse interrompendo o mais novo - que eu não vou sair daqui enquanto você não estiver bem. Simples assim - disse encerrando a discussão e indo pra cozinha - Vou fazer algo pra você comer.

          - Você é muito teimosa! - disse nervoso

          - Eu também??? - perguntou rindo e depois completando - Deve estar no sangue.

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