Resgatado

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          Kabuto começou a cortar os ingredientes para o Yakissoba enquanto pensava. Quem seria aquela pessoa que o olhou tão significativamente? Será que era policial? Teria Orochimaru contratado alguém para encontrá-lo?
Vai ver que era só um curioso e ele estava fantasiando as coisas...

          - Quer que eu te ajude? - perguntou Kidomaro tirando-o de seus pensamentos.

          - Não precisa - tentou falar com uma voz doce - Sabe o que eu penso sobre duas pessoas cuidando da mesma panela...

          - Ou fica salgado ou queimado - interrompeu ele - Tudo bem. Vou colocar um pouco de música, pois sei que você gosta quando vai cozinhar - disse pegando o rádio e colocando o pen drive - Madonna?

          - Perfeito!

          E a cozinha logo se encheu com o som de La Isla Bonita, animando o jovem. Kidomaro foi pra sala, deixando o rapaz sozinho.

          Kabuto continuou seu trabalho no preparo do Yakiasoba, enquanto seus pensamentos foram até Orochimaru. " Ah, meu amor, nunca cozinhei pra você, não é? Mas vou corrigir isso assim que voltar!"

                              ....

          Em casa, o Engenheiro voltou a desenhar. Ainda estava ansioso, porém mais feliz. Era só questão de tempo para ter seu amado nos braços de novo. Seu Kabuto estava bem!!!

          Anko andava de lá pra cá com uma diarista que ela contratara, indicação da esposa de Kakuzu. Mas estava muito ansiosa, quase deixando a pobre mulher louca!

          - Orochi, pode ir para o seu escritório, pois a Karin já limpou lá e os quartos. Agora ela precisa limpar a parte de baixo - disse Anko ao irmão num tom que não permitia questionamentos.

          - Tudo bem, já estou indo - disse o arquiteto organizando suas coisas.

                              .....

          Kakuzu andava sem parar, nos corredores internos e externos do prédio da Akatsuki. E devia estar fumando um cigarro atrás do outro, pois cada vez que era visto estava com um cigarro recém aceso na boca.

          - Pelo menos ele está mais calminho... - cochichou um empregado para o outro, com uma risadinha.

          - Calmo ele não está. Mas também não está mais descontando em nós. Acho que alguma coisa boa deve ter acontecido - respondeu o outro - Mas eu que não sou louco de ficar no caminho dele.

                            .....

         Aproximadamente umas dez quadras distante da casa onde estava Kabuto, dentro de uma construção de três andares, que fora abandonada antes da fase de acabamento, estavam Zabuza e Haku. Eles haviam invadido o prédio e montado um acampamento escondido no interior da construção. Tinham sacos de dormir e um pequeno fogareiro portátil para cozinharem refeições simples. Só o básico. Como ninjas treinados, estavam acostumados a se adaptar a qualquer ambiente. Ali, na verdade, era um hotel cinco estrelas, comparado a alguns lugares onde tiveram que ficar em algumas missões.

          Eles haviam almoçado e descansado depois do almoço. Agora estavam fazendo os últimos preparativos para o resgate de Kabuto. Tinham comprado cordas, equipamento de alpinista completo, óculos de visão noturna, além de uma pistola cada e das armas ninjas de praxe, afinal, não queriam surpresas.

          - Depois das oito horas vamos para lá. Ficaremos observando qualquer movimentação diferente, para termos certeza que não haverá ninguém além dos dois - disse Zabuza muito concentrado, como se visualizasse a cena em seu cérebro - Escalaremos o muro de trás da casa e invadiremos pela porta dos fundos. Precisaremos de muito cuidado, pois não sabemos se o sequestrador estará acordado ou pior, armado. Eu vou acabar com ele, e você pega o garoto e sai.

          - Será simples. Vou deixar o carro de fuga há umas cinco quadras da casa - disse Haku - com o tanque cheio e estepe conferido. Também uma manta para cobrir o rapaz e uma garrafa d'água - dizendo isso, ele deu um selinho no companheiro e foi terminar de organizar as coisas.

                              .....

         O Yakissoba tinha ficado perfeito, apesar de almoçarem depois das três da tarde. Kidomaro comeu muito e inda bebeu quase a garrafa toda de sakê. Depois apagou no sofá. As chaves estavam presas no cinto do algoz e o celular no bolso. O jovem sabia que não seria boa ideia tentar pegar. Era muito arriscado. Decidiu então explorar a casa livremente. Subiu as escadas e tentou o quarto de Kidomaro mas estava trancado. Foi ao seu quarto e tentou observar pela janela, mas só viu o muro e as nuvens. Saiu no quintal dos fundos e poderia jurar que viu alguém no alto do muro espiando. Mas quando olhou novamente não tinha ninguém. Pior que isso. Teve a impressão que era aquela pessoa que fizera a entrega dos ingredientes do Yakissoba. "Devo estar ficando louco!"

           Nem olhou pela janela da sala, pois já tinha visto tudo o que podia por ali. E a porta da frente estava trancada. Resolveu voltar para o quarto e dormir um pouco.

          Quando acordou, pode ver que já estava escuro. Noite fechada mesmo. Ficou quieto e escutou. A casa estava em silêncio. Ele viu uma fraca no andar de baixo. Esfregou os olhos, colocou os óculos e levantou-se.  Olhou o relógio, passava das dez da noite! Andou até a porta do quarto mas resolveu ir ao banheiro primeiro. Passou uma água no rosto e então desceu a escada.

          Lá em baixo, Kidomaro estava dormindo no sofá com a televisão  ligada. Seguiu até a cozinha, pois estsva com sede. Abriu a torneira e estava enchendo o copo com água quando escutou um ruído na área de serviço. Ao mesmo  tempo em que estava com medo, estava curioso. Resolveu ir lá fora ver o que era.

          Se já estava assustado, quase desmaiou quando viu um ninja, igual a aqueles de filme, todo de preto, descendo por uma corda pela parede. Ele era enorme. Deveria ter uns dois metros de altura e era musculoso. Logo em seguida, com equipamentos de rappel, desceu mais um ninja. Esse era menor, mais delicado. O rapaz achou que deveria ser uma mulher, mesmo porque tinha uma longa trança nas costas, que ele só percebeu porque ela balançava conforme esse descia.

          O maior chegou perto dele e abaixou-se um pouco, fitando-o. Tinha olhos frios. Só isso que era possivel ver. Ele fez um sinal de silêncio levando o dedo à boca. Kabuto não ousaria desobedecer o dono de olhos tão assustadores, embora estivesse em choque e realmente não fosse capaz de falar nada ou mesmo sair do lugar. Sem fazer ruído, o gigante adentrou a casa.

          Enquanto isso, o menor que descera de rappel, e se aproximara silenciosamente, falou ao seu ouvido, com uma voz rouca, que o rapaz foi incapaz de definir se era de homem ou mulher:

         - Viemos te salvar. Venha e se agarre a mim. Vamos subir o muro.

          E enquanto o outro passava a corda de forma rápida e precisa,  unindo os dois corpos para a subida. Por uma fracão de segundos os seus olhos se cruzaram, mas foi suficiente para Kabuto reconhecer o rapaz (ou moça) da entrega. Isso trouxe uma onda de tranquilidade para o jovem. Depois de findar as amarrações, o ninja  içou-os  para cima do muro.

          Dentro da casa, Zabuza encontrou Kidomaro deitado no sofá, adormecido.
"Fácil demais! Chega a ser chato" pensou  preparando a máscara que  faria o sequestrador respirar o gás mortal que o mataria rapidamente. Era indetectável na autópsia. Ia parecer uma parada cardíaca por causa desconhecida. Como se ele tivesse morrido dormindo. Depois era só ligar o gás do fogão e jogar um fósforo.  Simples.

          Correu para os fundos e subiu pela corda, chegando rápido do outro lado. Jogou Kabuto nos ombros, sem nem dar tempo do rapaz ao menos reclamar, e correu junto com Haku para o carro. Enquanto a casa pegava fogo.

          Colocaram Kabuto no banco de trás e entraram no carro, travando as portas.

          - Vamos te levar para Orochimaru.  Ponha o cinto de segurança e descanse. São quatro horas de viagem - disse o de cabelo comprido.

          - Obrigado - disse Kabuto, pondo o cinto e se enrolando na manta

         

    

Amor Com Amor Se Cura Where stories live. Discover now