Preocupado

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          Já era o terceiro dia daquele cativeiro. Kabuto estava preocupado. Ainda não tinha sido levado pra conhecer o exterior da casa. Saíra do quarto apenas uma vez. Era um sobrado. O andar de cima tinha o quarto onde ele ficava, o banheiro e uma porta que ficava fechada, que o rapaz suspeitava ser o quarto de Kimimaro.
          No andar de baixo, havia a cozinha e uma sala grandes, com uma porta principal e outra que levava ao quintal dos fundos. Essa estava aberta e o estagiário pode ver uma área coberta com uma máquina de lavar, um tanque e varais para estender roupa, além de uma pequena área gramada, com um canteiro de tempeiros na base  esquerda do muro, que, pra desespero de Kabuto, tinha uns três metros e meio de altura, sem nem um buraquinho por onde pudesse espiar o exterior.

          Tentou olhar pela janela da sala, que também tinha grades. O que viu foi  um carro preto tipo sedan, um pequeno, mais bem cuidado, jardim de margaridas e um muro tão alto quanto o do quintal nos fundos, fechado por um portão grande de metal, que também impedia de ver o exterior.

           O jovem tinha apurado os ouvidos nos últimos dias e só escutava de vez em quando alguns sons de carro, um trem que apitava regularmente quatro vezes por dia e um cachorro que eventualmente latia ao longe. Parece que a casa ficava numa área afastada. Pra tristeza de Kabuto.

                            .....

          Em casa, Orochimaru não conseguia se concentrar em nada. Andava pra lá e pra cá olhando o celular a cada momento. A última  mensagem era de Kakuzu, com o valor que deveria pagar para o homem que ia procurar Kabuto. Duzentos Mil dólares! Teve que retirar um pouco do seu fundo de investimento, vender algumas jóias de família e seu quadro da Tarsila da Amaral, que ele amava tanto... Mas por Kabuto, seria capaz de vender até a casa e morar num papelão embaixo da ponte.

          - Orochi, pare um pouco. Já estou até ficando tonta! - reclamou Anko, levantando os olhos do seu crochê.

          - Já são três dias sem notícias, Anko! - disse desesperado torcendo as mãos - Eu não consigo me conter!

          - Por que não tenta desenhar? Isso sempre te acalmou...

          - Pode ser... - disse pensativo - indo para o quarto e pegando sua prancheta portátil e uma espécie de estojo de madeira com lapis 2B, 3B, 6B, lapiseira, borracha, carvão,  instrumentos de desenho, folhas de gramaturas, cores e tamanhos diferentes e mais de 100 lapis de cor váriados. Acomodou-se com os apetrechos no sofá e começou a desenhar compenetradamente. Parecia uma criança...

          "Ufa, um pouco de sossego" , pensou Anko. Ela disfarçava muito bem, mas estava bastante preocupada. Duas vezes preocupada. Em primeiro lugar pelo que poderia acontecer com Kabuto, a quem aprendera amar também nesses poucos dias; E em segundo, pelo que poderia acontecer com Orochimaru se eles não encontrassem o rapaz. O que seria do seu irmãozinho? Ela não queria mais presenciar o sofrimento que o tomou, como aconteceu após a morte de Kimimaro. Nunca mais!

                               .......

          Na Akatsuki, também havia alguém muito ansioso. O encontro com Zabuza e seu companheiro Haku fora há mais de três dias e até agora eles não deram nenhuma notícia. Ainda lembrava daquela noite.

(Flash back on)

          Quando eram dez para meia-noite, já estava no topo do prédio da Akatsuki. Acendeu um cigarro e esperou. De repente, sem nem um único som que anunciasse a presença, ouviu a voz de Zabuza atrás de si.

Amor Com Amor Se Cura Where stories live. Discover now