Apavorado

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          Kabuto só saía acompanhado de Orochimaru e dos seus seguranças. Se assustava e tremia por qualquer ruído mais alto. Ele até que tentava se controlar, mas era mais forte que ele!

         O arquiteto estava preocupado, sim, mas não tanto. Confiava na polícia, que os acompanhava sempre à distância e aos seguranças da empresa Akatsuki, conhecida intencionalmente.

          Essa empresa pertencia ao seu amigo de infância, Kakuzu, que era muito severo com a escolha dos seus funcionários. Designou Hidan e Sasori. E ainda colocou mais dois. Esses eram especialistas em analisar pessoas e comportamentos. Passavam despercebidos em qualquer ambiente, dois verdadeiros camaleões que dividiam até o codinome, uma vez que só trabalhavam juntos em turnos alternados de 12 horas. Eram o Zetsu Branco, que trabalhava de dia e o Zetsu Negro que trabalhava de noite. Eles estariam sempre de olho em quem entrasse nos locais onde Orochimaru e Kabuto estivessem, à qualquer hora do dia e da noite. E tinham comunicadores em linha direta com os seguranças. Eram uma equipe muito bem treinada

          Não foi fácil adaptar-se à rotina, uma vez que agora, ambos só tinham privacidade à noite, uma vez que, tanto o prédio onde funcionava o escritório de arquitetura, quanto a faculdade e eventuais lugares que frequentassem, como lanchonetes, restaurantes ou mercados eram públicos e estariam acompanhados.

         Kabuto, apesar de estar muito assustado, estava adorando estar com Orochimaru o tempo todo. Até na faculdade, o seu amor conseguiu a liberação do Reitor para ficar na sala dele, onde às vezes, ajudava os professores com as dúvidas dos outros estudantes. Nessas horas, o estagiário tentava disfarçar, mas o mais velho percebia os seus ciúmes pelo biquinho quase infantil que o mesmo fazia. Então, olhava pra ele e dizia, só com os labios: Eu te amo! E Kabuto corava por ter sido pego em flagrante...

          No escritório, as coisas fluiam muito bem. Eles trabalhavam em harmonia e com muita competência juntos. Era como se um conseguisse ler os pensamentos do outro.

          Eventualmente se beijavam, mas mas parecia que Guren adivinhava e entrava na sala bem nessas horas!  Orochimaru não ligava, mas Kabuto ficava roxo de vergonha...

         Suas noites eram muito agradáveis com Anko contando as histórias de infância do arquiteto para Kabuto, que adorava saber mais sobre o outro.

           - Teve um dia que o Orochi foi brincar no quintal, perto do bosque que ficava mos fundos da casa. Ele devia ter uns 7 ou 8 anos de idade. De repente ele volta correndo e gritando:

           - Mana, vem ver... Vem ver... Uma minhoca colorida...

           Porém, quando fui ver, ele correu na minha frente e voltou trazendo uma cobra coral! Quase morri de aflição! Mas a cobra não parecia incomodada. Estava enrolada no bracinho gordinho dele sem fazer sequer pressão. Tive medo de tentar tirá-la e acabar assustando-a, fazendo com que picasse meu menino. Então, juntei toda a calma que eu pude e disse:

          - Orochi, ela está com saudades da mamãe dela. Coloque ela com cuidado no chão pra ela ir embora.

          Meu pequeno falou alguma coisa bem baixinho com a cobra e se agachou. E ela, como mágica, se desenrolou suavemente e seguiu para o bosque...

          Então, abracei ele apertado e comecei a chorar. Ele não entendeu. Mas foi o maior susto que eu tive. Expliquei que as minhocas são marrons e as cobras que são coloridas. Que eram perigosas e ele deveria tomar muito, muito cuidado.

          - Depois  disso - intertompeu Orochimaru divertido - eu continuei brincando com as minhas amigas... Elas nunca me machucaram. Eu só não contei mais pra Anko....
        
         A mulher arregalou os olhos ao ouvir aquilo. Nem conseguiu falar nada. O mais jovem também ficou assustado.

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