Acordado

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Orochimaru acordou e se espreguiçou gostosamente. Tinha dormido bem. Como uma pedra. E, mal acreditou, mas estava animado. Pulou da cama, e foi ao banheiro, os dedos ágeis destrançando os belos cabelos.

Ligou o chuveiro e começou a despir-se. Quando o banheiro estava completamente tomado pelo vapor, então entrou, apreciando o calor acariciar sua pele. Tomou um banho demorado, lavou os cabelos com seu shampoo preferido e até gastou algum tempo com hidratante de banho...

Saiu do banho cantarolando uma melodia alegre, com uma toalha no cabelo e outra na cintura, indo direto ao seu closed. Parou e começou olhar indeciso. Há muito tempo não se lembrava de querer escolher uma roupa. Longos dias de pijama e quando era obrigado a sair, pelas circunstâncias, escolhia qualquer roupa e calçado preto. Acabou optando por uma calça escura, grafite, uma camisa lilás, num tom de ametista, sua cor preferida, e um blazer leve e básico, pouca coisa mais claro que a sua calça. Um sapatenis preto, que parecia muito com um sapato social, porém muito mais confortável, e um cinto preto completavam o visual. Vestiu-se, deixou os cabelos soltos pois estavam úmidos, passou seu perfume aquamarine, contornou seus olhos com delineador preto e roxo, como gostava e desceu.

Entrou na cozinha e sentiu um maravilhoso cheiro de café. Anko estava perto da pia. Deu-lhe um beijo estralado na bochecha:

- Bom dia, irmãzinha! - disse animado

- Bom dia! Nossa, como você está gato!... Ah, se não fosse meu irmão... Eu pegava! - ela disse brincalhona. Será, meu Deus, que terei meu irmãozinho de volta? Será que finalmente ele vai voltar ao normal? pensou esperançosa enquanto pegava as xícaras. Na mesa havia torradas e bolo de chocolate. Orochimaru mordiscou uma torrada. E serviu-se de café. Depois, uma fatia fina de bolo de chocolate. Comeram em silêncio, cada um perdido em seus pensamentos.

Após escovar os dentes e dar uma última olhada no espelho, despediu-se com um abraço afetuoso da sua irmã e saiu.

As ruas estavam lotadas como sempre. Mas o olhar de Orochimaru era outro. Animado e feliz, sorria para as crianças e admirava o andar apressado e decidido das pessoas.

Chegando no prédio o de trabalhava, o portão já foi sendo aberto pelo homem na guarita que ganhou um sorriso e um "Bom dia" gritado entre risos, muito diferente do sóbrio aceno de cabeça costumeiro.
Guardou o carro no mesmo lugar de sempre e foi até o elevador, onde entrou cantarolando. Lá dentro encontrou seu vizinho de sala que o olhou desconfiado. Ele não estava com depressão? Não tinha tentado suicídio?
-Bom dia, Kakashi - cumprimentou o colega sorrindo.

- Bom dia, Orochimaru. Bom ver você bem... - disse sincero

Orochimaru apenas meneou a cabeça. sabia que estender-se nesse assunto teria consequências.

O elevador chegou no andar e cada um seguiu na direção da sua sala.

Na sua ante-sala, estava Guren, com seu jeito sério e seu cabelo azul amarrado para cima. Vestia um terninho sóbrio, de cor pastel que não combinava com seu cabelo azul e a maquiagem de roqueira. Alguns não tinham muito boa impressão dela, mas era muito eficiente e dedicada. Além de ser quase uma irmã para Orochimaru. Sua mesa voltara a ter as características da sua ocupante. Cristais coloridos iluminavam a base do computador, assim como post-its coloridos. Aquele cheiro de Camélia tão conhecido de Orochimaru invadia o ambiente.

- Bom dia, Guren - cumprimentou com um sorriso. Ela levantou-se assim que o viu e arrebatou-o num abraço que o deixou sem fôlego.

- Está tão magrinho.... - comentou apalpando-o

- Ei, isso faz cócegas!!! - disse ele rindo e acariciando as costas da sua querida amiga.

- Já conheci seu novo estagiário - cochichou no ouvido dele - muito gatinho... Ele te venera... Tá lá todo ansioso, parecendo um garoto no primeiro encontro... - disse rindo antes de soltar o Orochimaru.

Aquilo aqueceu o coração dele. E seu medo. Mas respirou fundo e entrou. Mas logo ficou sem fôlego. A mais bela visão que poderia ter: Kabuto sentado à sua mesa de desenho, concentrado. A luz que vinha de fora delineava sua silhueta, seus lábios a curva suave do pescoço... Aquilo merecia um quadro... Kabuto estava com uma calça cinza clara e uma camisa azul marinho, com as mangas dobradas até o cotovelo e dois botões abertos, usando por cima um colete de lá. Parecia um "Mauricinho".Ficou mais alguns momentos apreciando aquela visão, depois pigarreou e disse:

-Bom dia, Kabuto...

-Bo... Bom dia, senhor Orochimaru. - gaguejou, levantando-se e olhando para seu ídolo. Ele está tão lindo... Irresistível. Ai meu Deus!!!

-Deixe-me ver seu desenho - pediu Orochimaru, e Kabuto ao perceber que estava, sabe-se lá a quanto tempo, encarando seu ídolo, enrubesceu e entregou--lhe o desenho que era só uma silhueta de um homem contra o horizonte. No nascer ou por do sol. Este tinha cabelos longos ao vento, nariz bem torneado e pescoço másculo. Estava de perfil, como Orochimaru encontrara Kabuto, e os traços estavam muito bem feitos.

- Muito bom - elogiou olhando para ele, desenho e pode presenciar seu estagiário enrubescendo adoravelmente, o que o excitou.

- Obrigado, senhor, agradeceu Kabuto abaixando a cabeça. E guardando o desenho em uma pasta.

Orochimaru começou a falar sobre o trabalho que deveria ser feito, os detalhes que eram importantes e os prazos. Kabuto havia notado uma mesa simples e um pouco menor ao lado da mesa do chefe. Encaminharam-se pra lá e cada um sentoubem sua mesa e começou a trabalhar. Assim ficaram em silêncio por mais de uma hora.

Num certo momento, Kabuto perguntou algo pro Orochimaru, em relação ao trabalho de que tinha sido encarregado, e ele levantou-se indo até o estagiário, tentando observar por trás dele os papéis em cima da mesa e descobrir qual era exatamente a duvida. Ao se inclinar, seus lindos cabelos negros, ainda soltos, cairam como cascata do lado direito, fazendo uma cortina perfumada que desconcertou Kabuto. Ai meu Kami, esse homem me faz derreter... Será que não tem noção do que me faz sentir? Estou ficando duro agora mesmo com essa proximidade...

Por outro lado, o cheiro de Kabuto adentrou às narinas de Orochimaru, mexendo com a sua cabeça e provocando arrepios no seu corpo. Sentiu-se inebriado. E quando tocou o ombro dele, o contato fez a ponta dos seus dedos formigarem, mesmo sobre o colete.

Mas ignoraram o quanto possível as sensações. Kabuto perguntou. Orochimaru esclareceu. E continuaram profissionalmente suas atividades durante a manhã. Embora, nem um dos dois tivesse conseguido tirar o outro dos pensamentos.

As 11:29 Kabuto começou a organizou suas coisas e olhando pro Orochimaru, corou e se despediu, gaguejando. E os olhos amarelos brilharsn de excitação. Imagino como seria tê-lo sob o meu corpo, sob o efeito dos meus beijos... Perdoe- me Kimi
Acho que finalmente vou me apaixonar de novo.

A tarde passou sem maiores novidades. Chegou em casa, tomou um banho, pediu pizza que compartilhou com a sua irmã, enquanto assistiam um filme e dormiram cedo.

O último pensamento foi sobre o perfume de Kabuto e a ingenuidade daqueles olhos negros.

Amor Com Amor Se Cura Where stories live. Discover now