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          Os dias restantes até a festa no restaurante haviam se passado, e as coisas entre mim e Minho se resolveram como num passe de mágica, sem sequer uma conversa. Agora eu estava em meu quarto, vestindo a roupa para ir ao tal jantar: coloquei o vestido branco que comprara outro dia, uma sandália de salto prateada, meu colar com pingente de estetoscópio, passei uma maquiagem leve nos olhos e batom vermelho mate nos lábios. Eu estava deslumbrante.

           Saí do quarto e vi Minho saindo do banheiro, com exatamente a mesma roupa, suspirei ao lembrar do sonho.

           ㅡ Como estou?ㅡ perguntou ajeitando os cabelos.

           ㅡ Apresentável.ㅡ respondi dando de ombros.

           [...]

           Chegamos ao restaurante e todos já nos esperavam, mas não pediram os pratos ainda:

            ㅡ Feliz aniversário, Lia! ㅡ eu a felicitei, entregando-a o presente que tinha comprado.

            ㅡ Obrigado! Sentem-se.

            Pedimos pratos diferentes, para assim poder dividir a comida. Após o parabéns, eu me levantei, e fui olhar a vista da cidade, toda iluminada.

           ㅡ Aurora.ㅡ Minho me chamou.

           ㅡ Quer admirar a Lua e a cidade comigo?

           ㅡ É como se não houvesse escolha. Eu não aguento mais esperar.

           Dito isto, ele se levantou rapidamente e veio em minha direção, com os olhos fixos em mim. Num ato rápido e preciso, ele pegou na parte lateral de meu maxilar, e como se pudesse prever que eu fosse pender para trás, apoiou sua outra mão em minhas costas. E assim colou nossos lábios. Num ato totalmente involuntário, cedi ao ósculo, e acompanhei os movimentos de sua língua.

            O puxei para mais perto, deixando o espaço entre nós quase nulo. E em questão de segundos, não havia Minho suficiente, não havia pele, tempo, espaço suficiente. Ele cravava as mãos nas minhas costas como se fosse desmoronar caso nos separássemos.

            Todo o meu receio e medo tinha ido embora, talvez o acontecimento do sonho não tivesse sido algo ruim, mas sim algo que veio para mudar completamente nossas vidas. Fomos separados pela falta de ar, e quando olhei em volta, o cenário era o mesmo do sonho: aplausos, gritos e assobios, e Jisoo totalmente surpresa com aquela situação.

            Lee Know olhou para mim e sorriu, e então meu coração acelerou. Nos olhávamos tão intensamente que todo o barulho à nossa volta parecia ter desaparecido, como se só houvesse restado eu, ele e a Lua sobre nossas cabeças, impedindo que a única luz presente ali fosse as chamas de nossos corações. Foi ali que eu percebi a coisa mais importante nos últimos meses: eu gostava de Minho, queria lutar por ele, e não o faria mais me odiar.

             De repente tudo acabou, com o tilintar do telefone de Bang Chan:

             ㅡ Nossa mãe infelizmente está nos chamando para casa.ㅡ ele justificou ao terminar a ligação.

             ㅡ Bom gente, eu agradeço imensamente por terem comparecido a este jantar, foi um dos melhores aniversários.ㅡ Lia discursou ao tomar a palavra ㅡ Depois quero atualização do relacionamento dos pombinhos.

             Bang Chan a ajudou com os presentes e logo todos fomos para nossas casas, sem falar tampouco um "boa noite", entrei em meu quarto e me apoiei atrás da porta tentando raciocinar tudo o que tinha acontecido em tão pouco tempo.

            ㅡ Aurora? Podemos conversar?ㅡ escutei batidas na porta.

            Respondi que não sabia sobre meus sentimentos e que iria esperar até amanhã pois precisava espairecer. Mas a verdade é que eu gostava dele, queria lutar por ele, mas minha vergonha e cansaço falavam mais alto. Eu iria simplesmente deixar as coisas acontecerem.

Vesti meu pijama e logo adormeci.

The same apartment - Lee KnowWhere stories live. Discover now