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    Nós seis, no aeroporto, andando um ao lado do outro, todos de preto, parecia mais um velório, e de certa forma era. Chegamos ao lugar combinado com minha mãe, e em volta dela haviam alguns seguranças de uma empresa terceirizada:

    ㅡ Podem pegá-la, garantam com que ela não fuja.ㅡ minha madrasta disse e dois seguranças vieram ao meu encontro, segurando meus braços.

    Começamos a andar:

    ㅡ Aurora! Não vá! Como eu vou viver se você for embora? Eu não posso viver sem você, por favor!ㅡ Minho vinha atrás de nós e minha madrasta pediu para que andássemos mais rápido.

    Eu sequer podia olhar para trás, porque se o visse por uma última vez, não seria capaz de sair dali:

    ㅡ Pare de correr.ㅡ implorei ainda mantendo a voz firme.

     Meus amigos viam Minho e também queriam voltar, mas não podiam.

    ㅡ Aurora! Não vá embora...ㅡ Lee gritava em meio a soluços e pausas para respirarㅡ Eu preciso de você!

    ㅡ Você sabe Minho... Daqui a um ano ocorrerá outro eclipse.ㅡ Jeongin disse e piscou para Lee, ninguém mais entendia a história do eclipse além de nossos amigos. Isso significava que eu veria Minho daqui a um ano.

    Dito aquilo, não pude mais conter as lágrimas, olhei por cima dos ombros e vi Minho tropeçar nos próprios pés, ele ainda olhava para mim:

    ㅡ A Lua é linda...ㅡ mexi meus lábios, mas não emiti som algum, contudo tenho a certeza de que ele entendeu o que eu disse, ele entenderia em qualquer lugar ou situação.

    Nos afastávamos cada vez mais de Lee e chegávamos mais perto do portão de embarque. Parei de olhar para trás, não aguentava mais ver Minho jogado no chão chorando incessantemente, ainda podia o ouvir chamar meu nome aos gritos. 

     Entrei no avião e pedi para sentar-me ao lado de Bang Chan, pois eu sabia que poderia recostar a cabeça naqueles ombros largos e chorar até pegar no sono:

     ㅡ Por que vocês vieram comigo?

     ㅡ Nós sabíamos que você ia precisar de alguém pra aguentar a saudade dele.ㅡ Chan disse mexendo nos cabelos.

    ㅡ Vocês são os melhores amigos que alguém poderia ter na vida.

    O avião decolou.

    ㅡ Pode parar de se fingir de forte, sua madrasta não está mais olhando para cá.ㅡ ele disse e recostou delicadamente minha cabeça em seu ombro.

    Senti uma pontinha de felicidade com o seu ato, mas então lembrei que Lia não havia vindo junto:

    ㅡ E sua irmã?

    ㅡ Ela ficou... para cuidar dele...

    Depois que ele me deu a justificativa, comecei a chorar desesperadamente enquanto Bang Chan me abraçava de lado. Eu estava despedaçada, o meu ser tinha se quebrado em estilhaços, e um desses estilhaços havia ficado lá, na Coreia do Sul, chorando desconsoladamente no aeroporto.

     Sol e Lua haviam se separado, mas dessa vez, uma parte dos dois ficara perdida em qualquer canto do universo. Mas estas partes um dia ainda irão se juntar...

The same apartment - Lee KnowDonde viven las historias. Descúbrelo ahora