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O domingo havia se passado e eu tinha dado uma desculpa estapafúrdia para escapar da conversa com Lee Know. Não é que eu estava confusa ou tinha medo da rejeição (em certa parte sim), mas é que não gostava muito de me abrir assim. E já era segunda-feira novamente, apenas coloquei uma roupa qualquer que não era tão bonita ao ponto de citar aqui. Eu e Minho decidimos chegar juntos na faculdade, não adiantava esconder um segredo que todos já sabiam: morávamos juntos.

Ao chegar na universidade, dois homens de terno se encontravam na porta, igualmente parados:

ㅡ Bom dia senhores, peço que se dirijam ao auditório.ㅡ um deles disse.

Estranhei o ato e ajeitei a alça da mochila sobre os ombros, começando a caminhar na direção do auditório. Ao chegar lá, vi que vários alunos se encontravam no local também, um burburinho tomava conta do local, todos se questionavam o que iria acontecer.

De repente todas as luzes do palco se apagaram, restou apenas uma luz solitária no centro dele, e ali entrou a diretora, com uma pilha de papéis em mãos:

ㅡ Bom dia amados alunos!ㅡ ela saudou e respondemos em coro.ㅡ Esta semana será um pouco diferenciada.

Todos estranharam e o burburinho se espalhou novamente:

ㅡ Se acalmem, não é para todos. Bom, as aulas ocorrerão normalmente até quinta-feira, a partir de sexta, vocês irão num acampamento para a praia. Mas apenas quem tem as melhores notas.

Houve uma grande desaprovação por parte dos alunos, ainda mais aqueles que não tinham as notas lá muito boas.

ㅡ A lista é: Lee Know, Aurora, Jeongin, Jisoo, Bang Chan... E Jongyeon em último lugar. O resto pode ir para suas salas.

Fiquei surpresa ao saber que Jongyeon também iria, vi que seria algo horrível pois ela certamente arranjaria um motivo para brigar comigo. Uma grande onda de pessoas saiu do auditório, resmungando o quanto podiam, outros já argumentavam que era justo e que deveriam se esforçar para poder ir no próximo ano. E então a diretora começou a explicar regras, cujas quais eram detalhadas, mas enfim não tão absurdas e inflexíveis.

Depois da breve explicação da mulher, fomos até nossas salas na maior tranquilidade possível, tentando não causar o alvoroço que os outros causaram.

[...]

A semana toda foi esquisita, eu tentava fugir de Lee Know, pois queria que aquela conversa fosse em um lugar e momento muito especial, não no apartamento no qual passávamos a maior parte do tempo.

Agora estávamos na praia, a noite caía e todos jantavam churrasco nas mesas improvisadas que fizemos com a ajuda do coordenador. Depois disso todos foram dormir, inclusive o coordenador, que roncava alto e arrancava risadas de mim. Eu não estava com muito sono, então saí da barraca que eu, SoYeon e Jisoo dividíamos e fui sentar numa grande pedra, um pouco mais afastada do acampamento e perto do mar.

A água batia nos meus pés, então levantei as pernas sobre a pedra e as abracei contra meu peito. Ora olhava a Lua em si, ora olhava seu reflexo luminoso na água, e então ouvi passos se aproximarem:

ㅡ Não tem sono?ㅡ reconheci a voz de Minho pronunciando aquelas palavras.

ㅡ Nem um pouquinho. Quer sentar?

Me afastei um pouco para o lado, dando espaço para que ele se sentasse:

ㅡ Você quer conversar sobre o beijo, não é? Acho que realmente não tem como escapar desse assunto e...

ㅡ Eu não quero, eu quero saber de você, do que gosta.ㅡ ele disse me interrompendo.

Eu me surpreendi com suas palavras.

ㅡ Bom, eu gosto da Lua, acho que isso é bem óbvio.ㅡ ri fraco, brincando com a bainha da blusa ㅡ Eu gosto muito de café, como pode ver sou apaixonada por medicina, e amo a noite, pois acho que em meio à sua escuridão, as pessoas mais brilhantes se destacam.

ㅡ Por isso gosta da noite, porque é brilhante e se destaca nela...ㅡ ele balbuciou de forma quase inaudível, mas o suficiente para que eu entendesse.

ㅡ Oi?

ㅡ Nada.ㅡ ele me olhou ㅡ Eu gosto do Sol, adoro gatos e sou apaixonado pela dança. Amo o dia.

ㅡ Nós somos o eclipse então.ㅡ disse baixo, observando suas mechas, que esvoaçavam com a pouca brisa que passava por ali.

ㅡ Você... Acha que há a possibilidade de existir um nós? ㅡ ele levantou a cabeça e olhou em meus olhos.

ㅡ Este tempo todo você não percebeu que existia um nós, Minho? Ou você apenas queria ouvir da minha boca para ter certeza?ㅡ um silêncio se instalou e ele abaixou a cabeça ㅡ Seja qual for a opção, saiba que o que falarei agora, vale para as duas alternativas.

Respirei fundo e tomei coragem, mesmo sabendo que as chances de rejeição eram mínimas, tive receio:

ㅡ Desde que você chegou, minhas borboletas pararam de voar e agora elas dançam, no mesmo ritmo de sua boca quando me beijou no sábado, e essas borboletas pertencem totalmente a você, há muito tempo elas voavam para longe e nunca mais voltavam. Minho, a lua é linda.

ㅡ A Lua é linda, Aurora. Quais são as possibilidades de ocorrer um eclipse hoje?

Não respondi, só vi que o Sol já nascia, coloquei a mão em seu cabelo, brincando com as mechas e assim o beijei. E no mesmo ritmo de nossas línguas dançantes, a Lua cobria o Sol, e assim ocorria um eclipse, tanto na Terra quanto no céu.

Ouvi flashes, mas torci que estivessem tirando foto do céu e não de nós.

The same apartment - Lee KnowWhere stories live. Discover now