The same apartment - Lee Know

17

   Despertei abruptamente com o som do alarme. Tateei a cama toda e por fim joguei meu celular num lugar qualquer, me apercebi que estava deitada em cima de Lee Know, de forma totalmente desleixada.

    Observei a forma que ele dormia: com um semblante de anjo, nem parecia que o Sol que entrava pela janela o incomodava. Estiquei um pouco o braço, com a mão espalmada e a coloquei sobre seus olhos com uma certa distância, o protegendo dos raios UV.
     
     Vagarosamente, notei ele se mexer um pouco, em seguida abriu as orbes suavemente:

      ㅡ Bom dia! ㅡ o saudei com um sorriso no rosto, parecia uma boba de tão apaixonada.

      ㅡ Mas... Esse é o meu papel. ㅡ ele disse tirando delicadamente minha mão de cima de seu rosto.

       Eu ri fraco, Minho segurou minha mão, fazendo carícias com o polegar ali na região. Mesmo depois de tantos dias, aquilo ainda me dava frio na barriga.

       ㅡ A minha vontade era ficar aqui o resto do dia, mas precisamos ir para a faculdade.ㅡ ele disse.

        O abracei contra meu corpo:

        ㅡ Eu queria tanto ficar aqui...ㅡ resmunguei.

        Ele suspirou e passou a mão nas minhas costas, como uma forma de consolo:

        ㅡ Se quiser passar em medicina, precisa ir para a aula.

        Respirei fundo e me levantei de cima de si, mas não sem antes selar seus lábios:

        ㅡ Vou fazer panquecas para o café da manhã.

        Calcei minhas pantufas de forma certamente atrapalhada e me levantei da cama. Me dirigi até o banheiro quase que me arrastando, abri a torneira e a água gelada veio com pressão, a temperatura perfeita para passá-la no rosto e acordar. Lavei o rosto e fiz minhas higienes diárias, fui até a cozinha e comecei a preparar a massa rápida para panquecas, enquanto a frigideira esquentava.

         Como comíamos muito no café da manhã, fiz três unidades para cada um, coloquei xarope de bordo, chantilly e algumas frutas vermelhas que Minho tinha comprado ontem. Passei um pouco de café para dar energia e conseguir passar o dia sem cochilar e ainda ter forças para aguentar Jongyeon. Minho terminou seu banhoㅡ coisa que era rara quando feita de manhãㅡ e estava bonito:

         ㅡ O cheiro está ótimo.ㅡ afirmou me abraçando por trás. Esta era mais uma das coisas que me acarretava frio na barriga.

          Ruim mesmo era ser aluna de medicina e saber o porquê do "frio na barriga": a pessoa pela qual você era apaixonada, fazia o seu peristaltismo parar, ou seja, ela interrompia o trânsito intestinal.

          Comi às pressas, pois ainda precisava me arrumar. Levantei-me da mesa tão rápido que quase tropeçava em meus próprios pés, ao ponto de Lee rir da minha cara. Coloquei um short jeans curto, uma blusa branca sem estampa e por cima uma jaqueta xadrez que batia nas minhas coxas. Coloquei também uma correntinha com pingente escrito meu nome para dar uma encrementada no look, calcei um tênis branco da Nike e não usei uma gota sequer de maquiagem.

          Passei um pouco de perfume e saí do quarto com a mochila dependurada sobre os ombros:

          ㅡ Estou pronta, podemos ir?

          ㅡ Claro.ㅡ Minho disse, passando o braço por minha cintura, em seguida deixando um selar na minha testa.

          Saímos e deixamos a porta do apartamento trancada, embora fosse um lugar extremamente seguro e tranquilo, tínhamos este hábito apenas por precaução. Cheguei na faculdade e me separei de Minho para não levantar suspeitas, ninguém sabia que namorávamos. Ao adentrar a sala, alguns alunos jogavam bolinhas de papel uns nos outros, parecia mais o Ensino Fundamental.