30

2.9K 284 320
                                    

   Alguns dias se passaram e Minho recebera alta, estávamos agora no aeroporto, aguardando meu pai, que prometera vir se despedir.

   ㅡ Hey, docinho!ㅡ meu pai gritou de longe, fantasiado com um monte de purpurina e serpentinas.

   Ele passava uma energia legal, mas todos olhavam para ele e para nós. Era carnaval no Brasil, o mundo estava em polvorosa e milhares de turistas vinham aproveitar esse feriado festivo que só existia no nosso lindo e amado Brasil.

   ㅡ É uma pena ter que se despedir de vocês justo no carnaval.ㅡ ele disse abraçando meus amigos.

   Uma ideia se iluminou em minha cabeça e dei um sorriso ladino:

   ㅡ Pai, você sabe de algum bloco com o Michel Teló?

   ㅡ Claro, tem um ali na orla de Copacabana. Por quê?

   ㅡ Eu acho que não precisamos ir embora tão cedo.

   Tomei a mão de Minho comigo e puxei correndo dali, em direção à saída, mas parei e olhei para trás quando percebi que ninguém vinha conosco:

   ㅡ O que estão esperando? Vamos nos divertir!

   Os chamei e todos eles deixaram as malas por conta dos seguranças do hotel, correndo conosco. Tratamos de passar em casa e usar roupas carnavalescas, estava um lindo dia para pular carnaval e meu pai não podia estar mais feliz.

   Bang Chan tinha finalmente realizado seu sonho do show do Michel Teló, parecia até um brasileiro cantando "Ai se eu te pego"; Ji Soo tinha sido o sucesso do bloquinho com suas danças; Jeongin atraiu várias meninas para si com sua fofura, ainda que sem querer. So Yeon ficou bêbada, assim como Bang Chan, que se declarou e a pediu em namoro, esta que acertou.

    [...]

    Acordei com uma grande dor de cabeça, deitada em cima no tapete da sala, ainda usava as roupas de ontem. Olhei em volta e todos estavam mais ou menos na mesma situação, com os corpos pendendo do sofá, os pés no rosto do outro. Nunca imaginei ver meu pai libertando seu "adolescente interno", mas era boa a energia que ele passava.

    ㅡ Bom dia, meu bem!ㅡ levei um susto quando Minho me chamou.

    ㅡ Bom dia, Lino! Precisamos acordar eles e ir para casa, não acha?

    ㅡ Sim.

    Os acordamos um por um, e agora estávamos novamente no aeroporto nos despedindo:

    ㅡ Docinho, eu criei uma conta para você, lá tem dinheiro o suficiente para comprar uma casa nova, está bem?

    ㅡ Pai, não precisa.ㅡ disse, tentando me desvencilhar do dinheiro.

    ㅡ Eu quero que se case com ele e viva da melhor forma possível. Vá ser feliz, você passou por muita coisa.ㅡ tomou consigo minhas mãos.ㅡ A senha é "hortênciaélouca123". Use com moderação.

    Começamos a rir da senha idiota que meu pai tinha colocado.

    ㅡ Eu te amo, papai.ㅡ o abracei.

    ㅡ Também te amo, filha.ㅡ retribui o abraço e limpou as lágrimas.

    Entramos no avião e Bang Chan olhava pela janela:

    ㅡ O que foi?ㅡ o questionei.

    ㅡ Eu de fato gostei do carnaval, vamos implantá-lo na Coreia?

    ㅡ De onde você tirou isso?ㅡ Innie perguntou como se fosse a coisa mais descabida do mundo.

    ㅡ Quero viver isto todos os anos.

    ㅡ Eu acho uma boa ideia.ㅡ disse.

    ㅡ Eu também!ㅡ Minho se juntou a nós.

   No fim, todos nós concordamos.

   2 anos depois...

   Era minha formatura, mas o clima do auditório estava diferente, quando entrei para pegar o diploma, um dos alunos me conduziu à uma grande poltrona que ficava de frente para o palco.

   As luzes do palco se apagaram e acendeu-se apenas uma forte luz no centro do palco, revelando Lee Know ali no meio, com três gatos à sua volta:

   ㅡ Há oito anos atrás, eu conheci uma menina diferente. Ela me odiava, e eu a odiava mais ainda, mas esse ódio foi passando. Essa menina ama a Lua, é movida à café, salvou minha vida e hoje está se tornando médica, é o motivo do maior orgulho que habita em mim. E... Aurora, gostaria de saber se você quer cuidar desses três gatos comigo...

   À esta altura eu já me encontrava derramando lágrimas de emoção:

  ㅡ Eu aceito, aceito cuidar deles e do que mais você quiser. ㅡ disse indo ao palco e o abraçando.

  Nós nos casamos, resolvemos não mudar de casa, e sim construir um estúdio de dança para Minho dar aulas em Itaewon, ao lado do salão de Mrs. Sun Gi. Eu trabalhava num hospital particular e era muito bem remunerada pelas cirurgias que fazia, Ji Soo fotografava casamentos e modelos famosos, So Yeon e Jeongin me ajudavam com cirurgias e Bang Chan produzia músicas para muitos grupos.

   Hortência recebeu o laudo de louca e foi internada numa clínica psiquiátrica, ao passo que o General foi preso. Numa das viagens à Coreia do Sul, meu pai se apaixonou por Mrs. Sun Gi e hoje em dia eles são casados e cuidam de uma minivaca no quintal. Já fazia oito anos que se comemorava o carnaval em fevereiro na Coreia.

   E depois de tantos eclipses separados, agora tínhamos um eclipse eterno. 

                                                                      FIM!

The same apartment - Lee KnowWhere stories live. Discover now