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       Logo de manhãzinha, Minho adentrou meu quarto e abriu as cortinas, fazendo com que um Sol forte atingisse minhas pálpebras fechadas. Resmunguei:

        ㅡ Deixe-me dormir mais...

        Emaranhei minhas pernas nos edredons.

        ㅡ Precisamos ir à faculdade, certo?ㅡ o mesmo se abaixou à altura da cama e começou a acariciar meus cabelos com os dedos.

        ㅡ Eu estou com muito sono, Lino...

        ㅡ Tome um banho frio e irá melhorar, o.k?

        Assenti com a cabeça e tirei as cobertas de cima de meu corpo, levantei-me da cama e dei um beijinho no topo da cabeça de Minho, que ainda estava ali agachado. De fato, tomei um banho bastante frio e a preguiça se esvaiu aos poucos. Pus uma roupa qualquer e peguei minhas coisas, por mais que a aula fosse medicina, não tinha a mínima intenção de sair da minha cama quentinha.

         Optei por não tomar café da manhã, Lee Know também não tomou e fomos para a universidade. Lá, as pessoas que não foram, fizeram diversas perguntas sobre como tinha sido o acampamento, sorri por ter me lembrado da madrugada de sábado, quando eu me declarei. A aula de hoje havia sido sobre leucócitos, algo um tanto quanto chato, e a professora passara mais um trabalho para fazermos.

           Quando estava indo para o refeitório, senti uma sensação estranha de estar sendo observada, e então a minha mochila foi puxada, juntamente comigo, para um corredor escuro:

            ㅡ Ora, ora, ora... Você se assusta com tudo, não é mesmo!?

             Logo reconheci a voz de Jongyeon e ela se aproximou de mim, revelando seu rosto pela pouca luz que adentrava ali:

             ㅡ O que você quer?

              A mesma pegou seu celular e pareceu procurar algo, em seguida me mostrou uma foto. E lá estávamos nós: eu e Minho nos beijando em cima da pedra:

              ㅡ Como conseguiu isso?ㅡ perguntei, espantada.

              ㅡ Você infringiu as regras, eu tinha que denunciá-la à diretora.

              Minha respiração começou a ficar pesada, eu sabia qual era a punição para isso.

              ㅡ Mas isso não vai acontecer se você fizer meus trabalhos...ㅡ continuou.

              ㅡ Eu não posso aceitar isso.

              ㅡ Está bem.ㅡ ela começou a se dirigir até a saída do corredor, mas a puxei pelo colarinho de seu suéter.

               Prensei Jongyeon na parede, ainda segurando-a pelo colarinho:

               ㅡ Eu farei, mas não ouse me delatar sem motivo.

               Antes de sair dali, desferi um soco forte em seu rosto. Me retirei dali com lágrimas nos olhos, detestava ser corrupta, mas não aceitava ter que me separar de Minho e voltar para o Brasil. Vi Jeongin me chamando para comer com ele, mas ignorei seu aceno e segui para o pátio, a passos largos.

               Me sentei fitando o chão, ainda atônita. Pude sentir passos em minha direção, contudo ignorei:

               ㅡ Está tudo bem?

               Aquela pergunta me destruiu, então desatei a chorar por ali mesmo, torcendo para quem lá que estivesse do meu lado, não percebesse.

               ㅡ Aurora...

               A voz de Jeongin ecoou pelos meus ouvidos, então o mesmo apoiou suas mãos em meu tronco, puxando meu corpo para cima:

              ㅡ Me fale o que está acontecendo.

              ㅡ Não posso, Innie.

              ㅡ Então chore em meu ombro, não me importo se irá molhá-lo.

              Abracei sua cintura com força e e me permiti chorar, até melhorar, limpei meus olhos e agradeci:

              ㅡ Eu vou para casa, agora.

               

The same apartment - Lee KnowDonde viven las historias. Descúbrelo ahora