Uma mágoa inigualável

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Linary sentia como se seu mundo estivesse acabando ali, como se respirar fosse uma tarefa para ser aprendida novamente pois ela já havia esquecido como se fazia.
A dor em seu peito era enorme, seu corpo estava fraco como se houvesse dias que não tinha comido nada.
Seus membros pesavam como se a dor fosse física, mas a dor era na alma.

Ali estava ela sentada na grama que sujava ainda mais seu vestido e pinicava sua pele delicada, com sua irmã morta em seus braços.
As lágrimas escorriam sem controle e seu corpo tremia como se estivesse levando um choque.
Beijava a face da irmã que ficava cada vez mais fria e de uma coloração diferente daqueles que esbanjavam vida.

— Mana... Me perdoe mana. — Os lamentos dela se tornavam cada vez mais altos ao se dar conta de que realmente a irmã não iria voltar.

Não iria abrir os olhos e dizer que tudo ia ficar bem. 
Não iria sorrir, um sorriso que ela dava que fazia com que tudo ficasse bem.
Não iria fazer o cafuné que Linary tanto gostava, capaz de afastar todos os tipos de pesadelos.
E não iria dizer que a amava. 
Constatar aquilo fez com que ela soltasse um grito de dor capaz de fazer os pássaros voarem para bem longe.

A dor que sentia era muito pior que a do corte da adaga que havia rasgado a pele de seu pescoço, e por mais que ardesse não havia comparação, a dor em sua alma era pior.
Linary fechou os olhos e sentiu o primeiro pingo de chuva cair em seu rosto sem aviso prévio.
Logo as gotas se tornaram mais grossas e a deixaram ensopada, lágrimas de seus olhos se mesclando com a água da chuva que caía em seu corpo.
O tempo, antes com um céu azul límpido, naquele momento encontrava-se cinzento.
Um dia triste como Linary sentia naquele momento.

Em algum recôndito de sua mente ela sabia que tinha que levantar-se e procurar os outros. Tinha que seguir em frente como sua irmã disse para fazer.
Lutar.
Mas parecia que o gosto pela missão havia se perdido.
 Salvar Laynei? Seria possível ou todos iriam morrer? — Era o que Linary pensava com desgosto.

E mesmo sabendo do dever e da promessa para com Laylin ela não conseguia. Não naquele momento que tudo o que queria era estar ao lado da irmã.
Tinha que ser ela e não Linayna, estava disposta àquilo, mas por um efêmero segundo fez o contrário se deixando levar pela fala de Linayna.

Linary fechou os olhos exausta demais até para pensar e só querendo estar perto da irmã, mesmo o que estava ali era apenas a casca vazia de um corpo sem vida.
Para ela pouco importava, ainda era Linayna.
Por isso ela abraçou a irmã e fechou os olhos, esquecendo por poucos segundos que Linayna estava morta e que uma parte vital dela também estava morta.
Se permitiu sonhar que estava nos prados com Linayna ao seu lado.

Parecia que havia passado uma eternidade quando Linary sentiu lábios macios em suas bochechas

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Parecia que havia passado uma eternidade quando Linary sentiu lábios macios em suas bochechas. Ela abriu os olhos e os fechou instantaneamente sentindo dificuldade ao fazê-los.
Chorar até cair no sono havia feito aquilo, naquele momento os olhos dela estavam inchados e vermelhos e Kyle passou os dedos um após o outro como se aquilo fosse capaz de diminuir o inchaço.

Reinos da magia ( Em Revisão )Where stories live. Discover now