Sentimentos conflitantes

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Laynei cozinhava os legumes e fazia o caldo de galinha para quando Linary acordasse. Ela sabia que a irmã havia aprontado uma das suas, só não sabia calcular se os danos eram enormes.

— Quando Linary irá acordar mana? — Laylin questionou após repousar todos os talheres em seus devidos lugares na mesa.

— Eu vou acordá-la para comer um pouco. 

— Você não está brava por Linary ter sumido por tanto tempo? — Laynei olhou para o canteiro de rosas, estava pensativa sobre a questão de Laylin.

Era óbvio que estava com raiva. Fazia mais de um par de dias que Linary havia sumido sem dar notícias e nem dizer para onde ia. Estava a ponto de ir até kindom para que ele lhe ajudasse, o que ela duvidava muito que ele fizesse.
Ela só queria que Linary acordasse para obter as respostas que ela tanto precisava mas Laynei desconfiava que ela tinha ido ver Linayna.

A mais nova ficou muito sentida pela notícia do que havia acontecido ao Reino do ar. E quem poderia culpá-la por estar preocupada se ela mesma também estava.

Laylin mordia o lábio inferior e olhava para todos os lados, como se quisesse contar alguma coisa para ela Laynei, ao ver aquilo, tratou de obter repostas de uma forma ou outra.

— Se você sabe de alguma coisa me fala logo Laylin. — Ela disse, fazendo com que a mais nova pulasse de susto e assumisse um semblante culpado.

Laylin era muito previsível e não sabia guardar segredos nem que sua vida dependesse daquilo, então Laynei já sabia quando ela tinha culpa antes mesmo dela se manifestar.

— Não sei de nada mana. 

— Olha Laylin eu vou colocá-la de castigo se não me contar. — Aquilo foi o suficiente para que Laylin desse com a língua nos dentes.

— Linary estava lendo seu livro de feitiços. — Os olhos de Laynei saltaram nas órbitas.

Aquele livro era perigoso para pessoas inexperientes, como Linary era. Ali não havia somente feitiços de cura, amor e prosperidade, havia também os maus — como os proibidos. Aquilo explicava o porquê Linary estava daquela forma. 

Feitiços proibidos, principalmente os de tortura, eram muito perigosos e nunca deveriam ser usados pois a pessoa que o fazia sempre dava uma parte de sua força vital neles e se usado muitas vezes poderia levar o bruxo a óbito.
Laynei sabia que a inconsequência de Linary poderia fazê-la usar o feitiço e deveria ser por conta daquilo que ela estava naquelas condições.

Laynei sentia vontade de matar Linary com as próprias mãos, pois além de se prejudicar ela mesma, também deve ter prejudicado outra pessoa.

— Quando foi isso Laylin? 

— Mana por favor, Linary vai ficar uma fera quando descobrir que falei nosso segredo para você.

— Se você não quer ficar de castigo por duas luas é melhor me falar Laylin. —Laynei estava irredutível, com sua expressão zangada e mãos nos quadris.

— Foi antes do sumiço dela. — Laylin disse de forma resignada.

Sem dizer mais nada, Laynei foi até o quarto e viu, com alívio, que Linary já estava acordada e com uma expressão inconsolável em seu belo rosto. Ela olhava para a janela e Laynei jurava ter visto uma lágrima escorrendo por um de seus olhos amarelados.
A raiva que sentia e a vontade de dizer umas poucas e boas para ela se dissipou. Laynei nunca havia visto Linary em um estágio tão frágil, e não era somente o externo.
Ela estava apática e pálida, mas seu rosto estava com uma infindável tristeza e aquilo fazia com que Laynei tivesse pena da mais nova.

Reinos da magia ( Em Revisão )Onde as histórias ganham vida. Descobre agora