Prólogo

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O sol brilhava fortemente no céu azul e límpido, as nuvens fofas e macias dançavam em um ritmo lento por toda aquela imensidão. Elas eram tão brancas que aquilo indicava que o dia seria lindo, livre das ocasionais chuvas que se faziam presentes naquela época do ano fazendo com que todos dos quatro Reinos ficassem ainda mais animados para o que ocorria no Reino do fogo.

Chamados de reinos elementais, existiam quatro reinos com esse nomes criados por anciões há muito tempo, mais do que se possa imaginar.
Os anciões eram seres elementais que tomaram a forma humana e ajudaram. construir os reinos nomeando reis e distribuindo os territórios.

Os silfos, associados aos ventos e tempestades criaram o Reino do ar responsável pelo cultivo das melhores frutas e distribuição para os reinos.
As ondinas responsáveis pelos mares, criaram o Reino da água que ficaram responsáveis pelo cultivo de animais aquáticos também usado para abastecer outros reinos.
Os duendes associados a tudo relacionado a terra, criaram o Reino com o mesmo nome ficando responsável pelo cultivo de todos os grãos.
E por fim, os mais esquivos, as salamandras, que formaram o Reino do fogo o que portava mais riqueza, pois seu território coincidiu de ser formado em uma área onde se descobriu jóias raras.

Após tudo feito eles se viram livres para aproveitar, permaneceram no Reino, se casaram e tiveram filhos, daquela união as crianças herdaram os poderes dos elementais tendo o início de uma magia muito poderosa que se perdurou por anos.
Todos eram livres e viviam em paz até o momento que os elementais se foram e divergências foram criadas tomando os quatro reinos com regras e desmandos absurdos criando brigas entre os reis até um certo acontecimento com o monarca do Reino do fogo.

O Reino do fogo encontrava-se lotado de pessoas de vários reinos, todos na mais perfeita harmonia — o que era estranho dada a história dos mesmos.
Os antigos diziam que todos os monarcas viviam em conflito gerados anteriormente e assim fora por muitos anos, até que, há trinta anos aquilo mudara.
O rei do Reino da água ajudara a salvar a rainha do Reino do fogo, na época ela fora acometida por uma grave doença e fora preciso da ajuda da união de diversas bruxas para salvá-la.

Auheb, rei do Reino do fogo, implorara para que todos ajudassem a salvar a vida da esposa, mas somente uma magia poderosa seria capaz de ajudar naquela hora de muito tormento e assim fora feito.
As bruxas de todos as potências se reuniram, em uma missão de paz, e ajudaram a poderosa rainha a ser curada, mas em troca todos os reinos deveriam viver na mais perfeita paz e harmonia.
O festival do outono, evento anual que ocorria naquele momento, fora criado naquele intuito de germinar a paz e os lembrar do porquê aquilo ocorria e o seu propósito.
Se era possível encontrar todos com rostos sorridentes e feições plenas como se aquele evento fosse esperado por muito tempo e eles mal pudessem se conter. As pessoas corriam por todos os lados atrás de suas crianças ou para comprar alguma guloseima.

Auheb estava sentado em seu trono ricamente ornamentado com desenhos muito bem feitos especialmente para ele. O ouro reluzia contra a luz do sol e todo seu povo lhe trazia os mais ricos presentes.
Peles de animais, eram trazidos pelos caçadores, frutas maduras e doces pelos mercadores, os mais finos tecidos pelos comerciantes e cavalos das mais puras raças pelos criadores de gado tudo para agradar o rei.

As bruxas do fogo lançavam suas magias pelo céu criando um espetáculo de cores alegres e fortes tudo misturadas, ocasionando um efeito pirotécnico no céu fazendo com que crianças e alguns adultos olhassem fascinadas para elas.
O som de tambores se fez presente e um homem magro de altura mediana foi para o palanque montado para o propósito de shows de marionetes e um teatro da época.

— Atenção todos. — Um silêncio sepulcral se instalou de imediato naquele local. — O rei Auheb irá nos conceder alguns preciosos minutos do seu tempo para falar

O rei imponente desceu do seu majestoso trono, subiu no palanque e ajeitou sua coroa ardonada com rubis e diamantes na cabeça, pigarreou e endireitou sua postura altiva.

— Povo de todos os Reinos presentes, primeiramente queria lhes agradecer pela presença de todos nesse humilde evento onde o reino do fogo é o anfitrião. Sou tão grato pelo o que foi feito há tantos anos, a ajuda que me fora dada e é com imenso prazer que dou por iniciada as festividades do Reino... — Auheb não teve nem tempo de concluir tais palavras, visto que  uma densa escuridão se fez presente e, logo em seguida, uma magia da cor obscura atingiu o corpo altivo do rei.

A multidão gritava de forma descontrolada e o caos fora instalado no local, o corre corre se fez presente todos procurando um lugar seguro para se esconder daquela ameaça estranha. Quem seria capaz de atingir o rei de um dos maiores reinos? Seria como assinar sua setença de morte.

Os guardas levantaram seu rei e colocaram seu corpo na frente dele como uma forma de proteção. As bruxas do fogo, com seus cabelos ruivos — Sua marca registrada — correram na direção do rei de forma frenética e se abaixaram para ficar o mais próximo possível de Auheb.
A bruxa mais velha tentara localizar o pulso do rei e quando o encontrou tentou reverter a magia com seus feitiços de cura, era providencial e cada minuto contava para manter a vida de sua majestade.

A rainha e o príncipe se mantiveram afastados sendo protegidos pelo guarda chefe, enquanto rezavam para os deuses manterem a vida de Auheb que parecia cada vez mais pálido.
Aos poucos se via o efeito, o feitiço de cura ajudara o rei a voltar ao normal revertendo a magia obscura lançada sobre ele. As finas veias negras começaram a sumir aos poucos, mas ainda poderiam ser vistas.
Os guardas ajudaram a tirar o rei do local e o levaram para o quarto real ele ainda estava pálido e as veias negras eram visíveis em diversas partes de seu corpo ocasionando uma aparência horrível para o belo monarca.

— Quero que todos os líderes dos reinos se façam presentes agora mesmo, fora um ataque calculado queriam me matar e já sei quem poderia ter feito tal ataque.

— Desconfia de algo vossa majestade? —  a voz do conselheiro se fez presente.

— Sim. Tragam todos.

E assim fora feito, todos os líderes logo estavam no quarto do rei fazendo diversas perguntas e criando várias teorias. As bruxas ainda tentavam realizar o feitiço de cura no corpo do rei que dava sinais de melhora cada vez mais aparentes.

— Nos chamou Auheb? — Kindom, o rei do Reino da terra se pronunciou primeiro, após o silêncio que se seguiu.

— Não me olhe como se estive isento de culpa, traidor. — A raiva do rei poderia ser sentida a quilômetros.

— Não sei ao que se refere.

— As bruxas de seu reino me atacaram, é a unica explicação.

— Acho que estás equivocado Auheb. — Kindom falava de forma calma.

— Como ousa traidor. — Auheb gritava fora de controle. — Tome providências Kindom, se não foi arquitetado por você foi pelas bruxas, o feitiço delas são os únicos desconhecidos pelos reinos aquela magia obscura só poderia ter vindo delas.

Aquilo colocava Kindom em uma posição desconfortável, se não fizesse a vontade do rei de uma das maiores potências poderia criar um guerra e pelos olhares dos outros reis aliados ele estaria sozinho contra três reinos poderosos, sem outra solução, ele teve uma idéia.

— O posso fazer?

— Queimem- nas.

— Poderia manifestar minha idéia senhor? — Kindom falou de forma humilde.

— Diga.

— Esse ato já fora coisa do passado, seria um crime agora, então eu poderia exilar as bruxas como forma de castigo e obrigá-las a prestar serviços gratuitos para o Reino do fogo, o que acha Auheb?

O rei parecia pensar sobre o assunto e aquela medida lhe parecia viável e o favorecia de muitas maneiras.
As bruxas do Reino da terra eram muito boas com suas poções de amor e prosperidade não poderia negar os atrativos de adquirir aquilo sem sair nenhuma moeda de ouro de seu cofre.

— Feito Kindom.

E assim foi feito. As bruxas do Reino da terra foram condenadas àquela sentença, sem nem ao menos serem culpadas por tal ato.

Reinos da magia ( Em Revisão )Where stories live. Discover now