A verdade sempre aparece

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Linary queria gritar, mas a mão a impedia daquilo, então só restava tentar o embate corpo a corpo contra a pessoa que lhe segurava. O que a deixava em desespero era o fato da pessoa ter tanta força braçal para que mesmo em sua luta seus movimentos fossem impedidos.

— Se acalme moça, eu só queria te impedir de fazer uma besteira. — Ela sentiu arrepios percorrerem por seu pescoço e descerem por sua espinha com a proximidade da voz rouca do homem e pelo hálito quente soprando em seu pescoço. Ele retirou a mão que lhe cobria a boca, talvez para lhe dar uma oportunidade de responder.

— Tenho uma irmã mais velha, não preciso de uma babá senhor. — Linary retrucou de forma irônica.

O peito largo e maciço do homem vibrava contra as costas dela em uma gargalhada sonora e o braço dele apertava a cintura dela com mais força causando a Linary uma vontade absurda de bater nele

— Sou jovem demais para ser chamado de senhor e mau demais para ser uma babá.

— Vejo que o senhor estava me espiando para estar tão próximo a ponto de me impedir de entrar ali. Agora me solte. — Ela enfatizou a palavra senhor como em desafio ao desconhecido.

— Vejo que não tem mais intenção de entrar na floresta então estás livre. —Linary foi solta e pôde olhar para trás para ver o abusado que lhe agarrou.

Ele possuía vestes da cor marrom, tanto suas calças, como botas e uma camisa larga. Preso em suas costas um grande arco e uma adjava com muitas flechas de tamanho médio e ele era muito alto, tanto que ela tinha que inclinar a cabeça para trás para poder lhe olhar nos olhos.

— Estaria correndo um perigo muito grande se entrasse ali.

— Sei muito bem disso, estava atrás de uma ave suspeita.

— Sua vida vale menos do que uma ave. — Ele debochou. Sentou-se em uma grande rocha coberta por musgo e pegou seu cantil de água bebendo longos goles sem nunca deixar de observar a jovem.

— Olha isso não te diz respeito, eu preciso saber o porquê dessa ave estar ali. — Linary queria entrar na floresta de novo, mas sabia que o estranho iria impedir então resolveu voltar ali mais tarde.

— Qual seu nome garota bonita? — Ele parou de beber a água e lhe lançou um olhar malicioso.

Linary sentiu suas bochechas corarem, mas rapidamente endireitou sua postura e pôs-se a caminhar de volta para casa.

— Não lhe direi, só pelo seu incômodo. Vou embora. — Ela sentiu seu braço sendo agarrado e seu corpo virado tão rápido que sentiu uma leve tontura pelo movimento imprevisto.

— Nunca mais chegue perto da floresta. — Os olhos do homem eram de um azul escuro profundo, mal se conseguia ver sua pupila negra de tão escuro que era seu olhar. Os cabelos dele caíam em seus olhos e a cada vinte segundos ele era obrigado a tirar os fios pretos rebeldes que lhe atrapalharam a visão. Linary conseguia ver um sombreado de uma barba por fazer em seu queixo angular. Sua pele portava um leve bronzeado, como se ele tivesse passado várias horas sob a luz do sol e uma fina cicatriz em sua sobrancelha negra lhe davam um ar sombrio.

— Me solte seu insolente, não sabe com quem mexe.

— Óbvio que sei. Acha que não notei que é uma bruxa? — Ele deu um sorriso para Linary e ela fez um careta para ele.

O aperto dele era tão forte que Linary sabia que se ele quisesse eles poderiam ficar naquela posição o tempo inteiro, então teria que usar de outros artifícios, o distraindo para que a soltasse.

Ela se aproximou dele, piscando seu cílios de forma sedutora, o homem se viu preso naquele olhar penetrante, completamente, a mercê daquele belo par de olhos amarelados, ela chegou mais perto dele e repousou a mão em seu peito largo. O homem respirou fundo e tocou na pele dela fazendo círculos na palma da mão com o polegar.

Reinos da magia ( Em Revisão )Where stories live. Discover now