Faça sua escolha

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Linary parou o cavalo a alguns metros dos portões do Reino do ar. Espreitou por detrás das árvores enormes e frondosas e nada viu. Era como se um grande silêncio tomasse conta do local naquele momento, o que a deixava muito assustada.

Como sou tola. — Pensou.

Não iria encontrar Linayna por ali e era burrice pensar ao contrário. Ela deveria estar no castelo, se não muito perto dele.
Seria muito arriscado entrar, mas ela não havia ido ali a toa, somente para ficar olhando os portões fechados cercados por guardas. De nada teria adiantado ter se arriscado tanto.

Os homens que guardavam a entrada do Castelo eram estranhos, todos eles. Alguns eram deformados e outros normais, mas andavam de forma robótica de um lado para o outro, como se não tivesse controle sobre o próprio corpo.

Ela amarrou o cavalo no troco fino da árvore e seguiu para mais perto dos muros altos. A todo tempo tentando se mesclar as árvores que ali haviam.

As formas mais variadas de tamanhos de pedras dificultavam seu percurso, pois ela tinha que desviar de cada uma delas, torcendo o pé algunas vezes quando pisava em algumas.

Quando chegou bem perto de um muro, ela se posicionou no local onde não era vigiado. Tentou ver alguma brecha por onde pudesse entrar, mas nada havia.

Ela olhou para a árvore e seus galhos elevados que davam para dentro do Reino. Era a única forma de entrar.
Linary subiu no tronco, não se importando de sujar sua capa, e conseguiu entrar.

Sem pensar muito, ela se jogou no chão, sentindo o impacto de suas botas contra o solo íngreme.
Olhou para os lados e respirou aliviada que ninguém havia notado que ela estava ali.

Linary andou por entre as pessoas no Centro. Eles pareciam alheios a presença dela, pareciam muito mais preocupados em comentar sobre a ascensão da rainha Darken. A nova monarca do Reino do ar.

— O futuro é incerto, ela pode ser o início de uma grande desgraça. — Uma senhora de cabelos brancos, presos em uma trança, vendedora de verduras comentava com um homem calvo de barriga avantajada.

— Sinto medo de sua aparência, veja como é horrível. E sem nenhum herdeiro de Daipo não há como alguém lutar para reaver o poder de volta. — O homem falava em voz sussurrada.

Apesar deles estarem falando da rainha sem nenhum medo, Linary via que tudo aquilo era um disfarce. O medo estava lá sim, em seus olhos — que olhavam para ambos os lados diversas vezes — e pelas suas expressões faciais.

Darken era tão horrível assim como aquelas pessoas falavam? — Linary pensou consigo mesma.

A mãe de dela costumara lhe contar histórias sobre a bruxa má. Que ela matava as pessoas apenas lhe sugando a alma e que era possível ver as almas das pessoas atormentadas em seu olho "ruim".

Ela nunca acreditara naquilo tudo, mas ao escutar os relatos daquelas pessoas, que viram a imagem de Darken ao vivo, ela começava a crer que as histórias da mãe não eram mentiras.

Linary desistiu de tentar escutar as falácias dos mercadores e focou no seu ponto de chegada. O Castelo.

Estou louca. — Pensou com receio a cada passo que dava, ficando mais próxima da estrutura imponente.

Sabia que toda aquela aventura era uma grande burrice e que o risco de não voltar e rever suas irmãs era grande, mas precisava ver Linayna, tentar ajudá-la.

Os sonhos não poderiam continuar sendo ignorados, senão ela nunca mais dormiria em paz e o mais importante se aquilo fosse um pedido de socorro da irmã ela não iria deixar aquilo assim.

Reinos da magia ( Em Revisão )Onde as histórias ganham vida. Descobre agora