Reinos da magia ( Em Revisão )

Reciprocidade

Após escutar todo o relato do rei, os presentes na sala ficaram em um absoluto silêncio por alguns momentos.
Ninguém sabia o que dizer para tudo aquilo. Era bizarro demais, macabro demais.

— Eu não acredito que o senhor foi capaz de uma atrocidade dessas meu pai. — Archie quebrou o silêncio no recinto, dizendo aquilo que todos pensavam.

— Eu fiz o que tinha que ser feito e meu único arrependimento foi o de não ter matado aquela diaba. — Linary balançou a cabeça incrédula ao escutar o comentário do rei.

Ela sabia que ele não tinha escrúpulos nenhum, mas aquilo beirava o limite da loucura e insanidade. Ele foi responsável pelo abuso e quase morte de um ser humano a troco de nada, mas o que era pior era que Auheb não parecia sentir nem um pingo de remorço e o único arrependimento que sentia era o de não ter matado Darken.

— Tudo faz sentido agora. O ataque contra o senhor e contra os reinos. — Archie disse em voz alta, mas parecia que aquilo não fora a intenção pois ele olhava para o nada, como se tivesse pensado em voz alta.

— Vê a injustiça vossa majestade? O senhor culpou as bruxas do Reino da terra ao exílio por nada. — Linary disse incapaz de conter-se.

— Olha como fala menina, lembre-se que eu sou o rei daqui...

— De um reino que terá os dias contados se caso nós não o ajudarmos? — Ela falou de maneira convencida e o rei calou-se.

Sabia que ela estava certa. Naquele momento ele iria precisar de um milagre para salvar todo o Reino da ameaça que Darken era. Ameaça até contra a própria vida dele.

— Eu peço perdão por todo o mal que fiz a você e suas irmãs. — Auheb disse em um tom cansado. Por mais que odiasse pedir desculpas pelo o que fosse, aquele não era o momento apropriado para ter o orgulho intacto.

— Eu vou ver como Kyle está Samar. — Linary disse para a ruiva ignorando o pedido do rei. 

— Pode ir. Tenho certeza que ele deve estar bem melhor.

— Assim espero. — Após dizer aquilo ela dirigiu-se para o quarto onde Kyle estava.

Andou pelo corredor a passos rápidos ao mesmo tempo em que tomava cuidado para não esbarrar em nada ou tropeçar nos próprios pés de tão nervosa que estava.

— O que eu tenho afinal? — Ela sussurrou para si mesma em voz alta.

Não era do feitio de Linary estar nervosa na companhia de outra pessoa e ela não costumava sentir-se assim na presença de Kyle. 

O que havia mudado afinal? 

Aquele frio na barriga que não passava, pelo contrário só aumentava conforme a porta do quarto aproximava-se cada vez mais.

O coração acelerado a ponto dela colocar a mão no peito para tentar o acalmar e as palmas das mãos suadas.

Aquilo parecia ser o próprio inferno, mas a sensação não era de todo o ruim. Era prazeroso, o que beirava o contraditório e o confuso.

Só naquele momento Linary havia se dado conta do que estava acontecendo. Lembrando-se da conversa que tivera há um tempo com Samar.

Ela estava apaixonada por Kyle. Não havia outra explicação para seu corpo e sua mente estarem agindo de forma estranha

Ela parou no corredor dando de cara com um enorme espelho de moldura dourada e olhou para seu reflexo.

Seus cabelos estavam fora do lugar e suas bochechas coradas. Ela estava na mais completa desordem.