21.2 ¦ sombras rastejantes

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#DeusesDeMetal

Quando pequenos grupos de pessoas começaram a marchar pacificamente nas ruas contra o governo de Sarang, faltavam dois dias até o céu azul

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Quando pequenos grupos de pessoas começaram a marchar pacificamente nas ruas contra o governo de Sarang, faltavam dois dias até o céu azul.

Mercúrio, 09 de Granada de 122 d.S.

Hoseok estava agindo como se a conversa do dia anterior sobre Seulgi nunca tivesse acontecido. Jungkook fingiu junto a ele. Os dois eram bons em deixar as coisas pra lá quando elas ameaçavam algo importante.

Naquela manhã, eles foram acordados como sempre (com batidas nas grades e gritos), comeram como sempre (sopa de legumes e pão), e conversaram como sempre (Hoseok fazia as pessoas rirem e Jungkook observava com um sorriso). No entanto, as coisas não estavam normais e isso ficou bem óbvio à tarde.

Para se livrar de mais prisioneiros, dessa vez os de crime médio, alguns representantes do exército de Dongjjog apareceram. Jungkook estava sentado no mesmo local dos últimos dias, vendo quem passava no corredor. Ele ouviu as botas pesadas e o ritmo confiante e regrado dos passos antes de ver o uniforme verde e os olhos intolerantes. Apertou o braço direito com a mão esquerda, onde uma queimadura na sua pele tinha o símbolo da deserção que recebeu quando foi preso. Jungkook era visto pelo exército como alguém mais covarde do que um rato.

Quebrou o contato visual, mas era tarde demais.

ㅡ Olha só ㅡ a voz masculina disse. ㅡ Eu acho que conheço esse olhar assustado. Você de cabelo preto encostado à parede. Qual seu nome?

Jungkook manteve a cabeça abaixada e a boca fechada. A porta foi chutada, fazendo um barulhão, mas Jungkook não se mexeu um centímetro.

ㅡ É o cabo Jeon, tenente Choi. ㅡ Outra voz de homem. ㅡ Era um de nossos melhores soldados. Você deve se lembrar.

ㅡ Eu não perguntei a você, sargento.

ㅡ Eu sei, mas você não vai conseguir a atenção do Jeon se ele não quiser dar, senhor.

ㅡ Ah, foda-se! Ele é só um inútil agora.

Quando os dois se afastaram, Hoseok engatinhou até Jungkook, seus olhos arregalados.

ㅡ O que foi aquilo?

ㅡ Meus superiores do exército. Provavelmente estão aqui para levar prisioneiros para servir. Foi o que aconteceu comigo depois de eu ter sido preso quando a mansão dos meus pais queimou.

ㅡ Hm. Se eu me lembro bem, vários empregados morreram porque foi no meio da noite, não é?

ㅡ Sim. ㅡ Fazia cinco anos e falar sobre isso não era mais como enfiar uma faca em seu próprio coração, mas Jungkook ainda evitava o assunto.

Jungkook de repente sentiu uma mão em sua cabeça; era Hoseok lhe fazendo carinho, os olhos caídos enquanto sorria.

ㅡ Se você quiser, eu canto uma canção para te deixar feliz.

imperfeitos: deuses de metal ; livro 1Onde as histórias ganham vida. Descobre agora