23 ¦ pessoa especial

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#DeusesDeMetal

Ouro, 13 de Granada de 122 d

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Ouro, 13 de Granada de 122 d.S.

Sooyoung sabia que Jimin e Yerim não gostavam da ideia dela ficar sozinha no apartamento, mas no dia anterior ela havia ido falar com Yura sobre o emprego e a mulher disse que em Jungsim eles iam trabalhar com o mínimo de criados possíveis e não contratar gente nova por um tempo. Sem muito o que fazer, Sooyoung desceu do bonde no mercado central para comprar comida enquanto os outros dois seguiam em frente para o primeiro dia de trabalho como engenheiro-chefe.

O mercado central era na verdade uma rua de Sarang com apenas comércios e estava relativamente segura, porque patrulhas policiais passavam por ela constantemente. No ataque, muitas lojas foram roubadas, então vários portões estavam fechados e as distribuidoras de alimentos e restaurantes abertos eram os que mais se destacavam.

Metade da rua estava no sol direto e a outra metade deveria estar na sombra, mas sem as nuvens de fumaça sobre o país, as superfícies metálicas refletiam a luz e transformavam a rua inteira numa única frigideira. As pessoas andavam com óculos de sol ou chapéus enormes para se protegerem.

Sooyoung havia saído com pouca roupa, como muitos outros. Ela gostava de usar as camisas e calças de Jimin, mas pegou das roupas de Yerim um short com um rabo de saia atrás, botas de cano baixo e uma camisa com corpete que deixava seus ombros nus. Além disso, havia prendido o cabelo em um coque e carregava um guarda-sol. Mesmo assim ela conseguia sentir as gotas de suor escorrendo por sua pele.

Comprou um borrifador com água e ficou molhando seu rosto e pernas enquanto carregava sua cesta pelo mercado. Estava escolhendo batatas quando percebeu estar com dor de cabeça já há um tempo. Borrifou mais água em si mesma, o que aliviou, mas não tirou a sensação de que ela estava queimando por dentro.

— Quando será que esse calor miserável vai passar? — O dono das batatas puxou assunto com Sooyoung.

— Eu acho que vai melhorar quando as fábricas voltarem a jogar fumaça no céu. Dez batatas, quanto dá?

— Três don. Mas sabia que os chefes das fábricas já estão usando isso como desculpa para obrigar os trabalhadores a voltarem sem aumentar o salário?

— É mesmo? — Ela entregou a cédula para o homem.

— Sim. Meu vizinho de baixo trabalha com solda numa fábrica de portas e janelas. A mulher dele morreu durante o ataque e ele tem que cuidar das duas filhas pequenas sozinho. Sem aumento de salário e sem ter como pagar alguém para ficar com as meninas, como ele pode fazer isso dar certo? E a menorzinha está sofrendo muito com esse calor. Quase morreu de febre.

— Isso é horrível!

— Aí o chefe dele mandou um comunicado para todos os empregados dizendo que era culpa do egoísmo deles que o país estava sem a proteção da fumaça. Ele me disse que vai voltar a trabalhar amanhã.

imperfeitos: deuses de metal ; livro 1Where stories live. Discover now