Em meio a segredos dos mortos e magias desconhecidas, Park Jimin, um criador de autômatos do país de metal, chama a atenção de um casal no topo da hierarquia social e se envolve numa teia de manipulações na qual é difícil saber quem está errado e qu...
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Ouro, 30 de Turquesa de 121 d.S.
Sooyoung ficava assustada com o quanto Jimin conseguia ser intenso e decidido. Porém esse era seu jeito suave de descrevê-lo, pois às vezes ela simplesmente pensava que ele era louco.
- Eu achei que Min Yoongi tinha matado sua amiga - Sooyoung falou para Jimin, sentada na cama e com ele de costas para ela, à mesa de trabalho fazendo um novo autômato.
A garota viu os ombros dele subirem e descerem em uma respiração profunda.
- Matou.
- E você vai à arena mesmo assim? Pode ser uma armadilha.
O mestre de autômatos pensou por um longo tempo antes de responder enquanto seus dedos trabalhavam em medir a circunferência de uma engrenagem. Lembrava-se vividamente do dia que recebeu a carta de Seulgi com um ingresso e um pequeno bilhete.
Caso queira concluir essa história.
- Não acho que seja uma armadilha. Se eles quisessem se livrar de mim poderiam simplesmente mandar um assassino, já que sabem onde moro. Acho que talvez Seulgi pode estar do meu lado. Além do mais, tem coisas que eu quero perguntar a Yoongi.
- Perguntar? Você não deveria querer, sabe, matar ele?
- Eu quero. - Jimin virou para ela na cadeira, apoiando seu braço no encosto. - Mas não sei como posso fazer isso sem ser morto também. Isso não é um conto, mini Park, e eu não sou um herói.
Sooyoung abaixou o olhar, frustrada com a capacidade da vida real de ser tão frustrante.
- Então, o que você quer perguntar a ele? - ela questionou.
Jimin voltou para seu autômato, querendo ocupar as mãos para se distrair do medo que estava sentindo pelo que iria fazer.
- Sobre semideuses. Antes de... Antes que ele... Bem, ele chamou Yerim de semideusa. Quero saber o que significa e se tem a ver com o ataque à torre de dirigíveis.
- Que você diz ser por causa dela, porque aquele era um desenho de Yerim - Sooyoung completou, sem conseguir controlar o ceticismo em sua voz.
- Sei que é difícil de acreditar, mas eu juro que era ela.
Sooyoung esticou as pernas na cama e balançou os pés que saiam de uma das calças de Jimin. Ela havia passado a usar as roupas dele, porque estava cansada de roupas de mulher e como elas faziam os outros a olharem. Como os dois estavam no apartamento praticamente o dia todo há quase três semanas, adquiriram uma intimidade inocente, de dividir cama, banheira e roupas como dois irmãos pequenos. Jimin estava muito deprimido para sentir atração e Sooyoung muito cansada de ser usada.
Nesse meio tempo, ele havia lhe contado sobre pessoas que ela não conhecia: o homem que adotou ele na adolescência, a garota que ele se apaixonou e o irmão dela, e como coincidentemente encontrou outros dois irmãos quando se mudou para Sarang. Também contou sobre um casal rico que ele não conseguia decifrar. Todas pareciam histórias inventadas, porque nenhuma dessas pessoas estava com Jimin naquele momento.
