Em meio a segredos dos mortos e magias desconhecidas, Park Jimin, um criador de autômatos do país de metal, chama a atenção de um casal no topo da hierarquia social e se envolve numa teia de manipulações na qual é difícil saber quem está errado e qu...
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Mercúrio, 7 de Topázio de 121 d.S.
A raiva da tarde anterior parecia ter evaporado durante a noite, e Yerim bateu na porta de Jimin bem cedo, oferecendo ovos fritos e um sorriso. Ela de fato se sentia mal pelo modo como agiu, principalmente porque Jimin e Namjoon não sabiam o que estava por trás da sua mudança de humor repentina.
Quando o mestre de autômatos deu as caras, ainda com os cabelos negros amarrotados e um robe mal colocado sobre o corpo, ele pegou o prato da mão dela e fechou a porta em sua cara. Segundos depois, Namjoon desceu para ver de onde vinha o enorme barulho que Yerim fez ao chutar a porta tão forte que ela saiu de metade das dobradiças.
- Kim Yerim - o médico a puxou para longe dos ouvidos de Jimin, que encarava a porta de boca aberta com o prato de ovos fritos na mão -, quantas vezes eu vou ter que repetir para não usar sua força anormal? As pessoas podem suspeitar uma garota magra como você conseguir fazer isso. - Ele apontou para o buraco que ficou e a porta segurada apenas pela dobradiça de baixo.
- Jimin mereceu. Ele foi mal comigo. - Yerim cruzou os braços e inflou as bochechas.
- Ele passou a noite acordado arrumando tudo. Dá um desconto, tudo bem? Bem, pelo menos dá para dizer que foi culpa da ferrugem.
Atrás deles, Jimin saiu com uma carranca e ferramentas na mão para consertar sua porta. Mas ele não reclamou, porque sabia que foi sua culpa por ser rude com ela. No entanto, isso não o impediu de mostrar sua língua para a amiga.
- Ei, irmãzinha - Namjoon chamou sua atenção novamente antes que ela revidasse o gesto malcriado.
Yerim voltou os olhos para ele.
- O que foi?
Porém Namjoon não respondeu de imediato. Parecia estar apenas absorvendo as feições do rosto dela, como se ela fosse o perfume de um lindo frasco que não poderia ser deixado aberto senão evaporaria. Yerim entendia como era difícil para ele ver a menininha que tinha levado escondida através do deserto e entrado clandestinamente em Sarang, alimentado e abrigado da melhor forma que ele pôde, se tornar uma mulher difícil de controlar que parecia não precisar mais dele. No entanto, Yerim sabia que sempre precisaria de seu irmão, ela apenas tinha coisas importantes para fazer primeiro.
- Divirta-se - Namjoon finalmente disse e se aproximou dela para beijar sua testa. Yerim fechou os olhos por alguns instantes, tentando memorizar aquela paz.
Depois de um tempo, eles se separaram e Yerim colocou as mãos na cintura.
- Eu estou indo precisamente para impedir de nos divertirmos. Isso é trabalho, é coisa séria. - Suspirou. - Mas nada é sério com o Jimin envolvido.
Namjoon observou o rapaz fechando a porta consertada e sorriu.
- Não sei, não. Quando arrumamos as bolsas ontem, ele pareceu bem focado. É a grande chance dele, Yerim. Pode ficar magoada o quanto quiser, mas Jimin tem o sonho de sair desse apartamento minúsculo e ir para um lugar melhor, onde os talentos dele serão reconhecidos do jeito que merecem. Nós escolhemos essa vidinha aqui, ele não.
