13 ¦ solecismo futuro

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#DeusesDeMetal

Prata, 31 de Turquesa de 121 d

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Prata, 31 de Turquesa de 121 d.S.

O clima era o mesmo de sempre quando anoitecia: luzes amarelas acendiam nas fachadas dos prédios e nos postes das calçadas, o céu negro não tinha começo nem fim, as mesas das barracas de comida invadiam a rua devido ao grande fluxo de trabalhadores famintos saindo do expediente, o barulho dos rádios avisava com dicção perfeita sobre como a guarda ainda não havia descoberto os causadores do atentado à torre de dirigíveis, mulheres e homens se debruçavam sobre os peitoris das janelas esperando chamar a atenção de algum carente desesperado, mas tudo isso com uma única diferença: todos usavam máscaras.

Eles sabiam que, de certa forma, era inocência achar que mudar de ano faria-os mudar de vida, mas todos pensavam "o que custa tentar?", colocavam suas máscaras e festejavam.

Àquela hora, Jimin estaria no caminho para Jungsim e, pela primeira vez em dias, Park Sooyoung decidiu sair do apartamento dele para passear sozinha. Estava usando máscara então mesmo se aquele homem por algum motivo estranho saísse de Jungsim e a encontrasse, provavelmente não a reconheceria.

O cheiro também não havia mudado: era ferrugem, maresia, fumaça e carne na brasa, além do ar abafado preso entre metais e suor. Um estrangeiro não conseguiria aguentar ou reconhecer aqueles cheiros, mas ela fez parte do povo de Sarang a vida toda, teve contato com diversas peles e histórias. No entanto, estava cansada de suprimir sua própria dor para lidar com a dor dos outros. Não era um depósito de frustrações, era humana e tinha sonhos.

— A música ressoa alta pelas paredes da morada do Ministro das Arenas, mas eu tenho certeza que vocês não conseguem ouví-la — disse o locutor da rádio. — Estão todos com suas máscaras? Vamos começar nossa própria festa.

De repente, uma música dramática de dançar valsa começou a sair do aparelho como se toda uma pequeníssima orquestra estivesse dentro dele. As pessoas se levantaram de suas mesas, saíram de seus apartamentos e soltaram as comidas e bebidas e sem importar o gênero, idade ou o grau de intimidade, cada um arranjou um par e giraram desengonçados pela rua. Zombavam daqueles que treinaram dança a vida toda para os bailes ao mesmo tempo que matavam um pouco da vontade de participar de um deles.

Sooyoung riu enquanto fugia de ser arrastada para dançar por alguém e foi se esconder atrás de uma vendedora de peixe frito que não podia sair do forno senão queimava a carne.

— Não gosta de dançar, mocinha? — a vendedora perguntou.

Dançar era divertido, o que ela não gostava mesmo era de contato físico com qualquer um. Ah, menos Jimin, pensou.

— Sou uma fabulosa pisadora de pés quando danço — mentiu.

— Ora, eu conheço dançarinos piores. — A mulher levantou a barra de seu vestido e mostrou uma vara de metal no lugar da canela direita.

imperfeitos: deuses de metal ; livro 1Onde as histórias ganham vida. Descobre agora