36 ¦ abraço rubro

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#DeusesDeMetal

Estanho, 21 de Ametista

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Estanho, 21 de Ametista

Tarde

Fazia três dias desde que o reinado de terror com as baratas de Taehyung tinha terminado, e ele se encontrava entediado novamente. Sua rotina consistia em acordar tarde, almoçar, passar o resto do dia no salão, às vezes tendo conversas rápidas com outros pacientes, às vezes cochilando sentado, então recebia a visita de Namjoon, jantava, tomava um banho de gelar a alma, desenhava no caderno e dormia de novo.

Surpreendentemente, essa rotina não se diferenciava muito de como ele viveu sua juventude depois do ataque ao seu castelo que o traumatizou aos onze anos de idade. Foi uma noite tenebrosa, onde ele viu a morte brutal de perto e perdeu seu guarda pessoal, um homem importante em sua vida. A partir dali ele passou anos isolado e enclausurado por conta própria, com muito medo do passado e do futuro. Se não fosse por Seulgi, ele teria aceitado viver daquela forma por mais tempo, mas ela o convenceu a mudar. Era engraçado pensar que, tempos depois, ela seria a culpada por colocá-lo naquele tipo de situação de novo.

Taehyung não sabia o que sentir por ela, qual perspectiva escolher. Por um lado, Seulgi foi a sua luz em Bugjjog, e por outro ela era sua sombra em Sarang. Ele a amava e a odiava, ele a entendia e a culpava, ele a perdoava e queria seu mal. Ainda que não soubesse o que sentir, sabia o que precisava fazer: se afastar dela. Agradeceria por toda ajuda até ali e tentaria nunca mais vê-la fora de encontros familiares formais. No mínimo, Taehyung compreendia que aquela relação não o fazia bem.

Sentado na sua poltrona favorita do salão, ou, deveria dizer, sua poltrona menos odiada, ele ficou pensando em todas essas complicações e revisitando memórias que não queria, até que seus olhos pesaram e ele entrou em um limbo entre estar acordado e dormindo. Não conseguia diferenciar sons e cheiros da realidade com as imagens que sua mente criava naquele estado confuso. Permaneceu assim até sentir um chacoalho que mexeu todo o seu corpo e acordou assustado ao ver um enfermeiro com a mão em seu ombro.

ㅡ Kim Taehyung, venha comigo.

O semideus olhou ao redor, tentando entender o que acontecia e viu no relógio da parede que ainda era três da tarde e ele costumava ficar no salão até cinco.

ㅡ Não. Estou esperando o horário da visita, não quero perder.

O rosto do enfermeiro se contorceu em irritação e ele puxou Taehyung pelo braço, o forçando a levantar da poltrona. Taehyung reclamou de dor e se soltou, agora de pé.

ㅡ O que você pensa estar fazendo?

ㅡ Eu mandei você vir comigo e é isso que você vai fazer.

Taehyung cruzou os braços.

ㅡ Não vou a lugar algum até você me explicar o que planeja.

Mas antes mesmo de terminar a frase, ele havia percebido outros dois enfermeiros se aproximando. Quase todos, homens e mulheres que cuidavam dos pacientes, pareciam ter passado no pré-requisito de serem grandes. Obviamente, isso facilitava para eles controlarem os pacientes através da força. Sem explicação, Taehyung foi segurado pelos braços e levantado no ar. Ele se debateu, xingou e pediu socorro, mas enquanto era arrastado para fora do salão, os outros desviavam o olhar, sem querer entrar em confusão por causa dele. Não que Taehyung tivesse esperado algum tipo de contribuição pelo caso com as baratas, mas nem olharem enquanto ele era injustamente arrastado doeu numa parte profunda de si.

imperfeitos: deuses de metal ; livro 1Where stories live. Discover now