Em meio a segredos dos mortos e magias desconhecidas, Park Jimin, um criador de autômatos do país de metal, chama a atenção de um casal no topo da hierarquia social e se envolve numa teia de manipulações na qual é difícil saber quem está errado e qu...
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Chumbo, 16 de Ametista
Yerim nunca poderia imaginar que teria depois de morta o que ela tinha muito medo para ter em vida: uma mulher em seus braços. Hwasa não se importava se "Jimin" a acordasse e pedisse para fazer de novo, agindo diferente de como normalmente era. Yerim sabia que estava sendo injusta ao se esconder, mas, primeiro, não tinha ideia de como poderia explicar sua existência naquele corpo e, segundo, não queria revelar ser uma mulher. Não queria ser rejeitada e ridicularizada de novo.
No entanto, não conseguiu esconder de Jimin por muito tempo. Ele acumulou suspeitas e, um dia, depois de Hwasa pegar no sono, quando Yerim pretendia acordá-la, Jimin tomou a frente e a chamou para conversar sentado na varanda do apartamento, vestindo apenas uma calça de linho. Ele sentou em uma cadeira acolchoada no assento e no encosto, que era conjunto com a mesa de chá, e disse:
ㅡ Eu sei que você está usando meu corpo para transar com Hwasa pelas minhas costas.
Yerim não conseguiu identificar que emoção tinha o tom de Jimin.
ㅡ Você está com raiva? ㅡ ela perguntou, usando a boca dele.
ㅡ Não. ㅡ No entanto, também não parecia feliz. Jimin passou a mão na testa e a repousou sobre os olhos. ㅡ Eu não sei o que pensar. Eu já lhe dei permissão para viver através de mim até que nós pensemos no que fazer com sua alma, mas eu sinto que os limites estão muito borrados.
ㅡ A primeira vez aconteceu sem querer e depois... ㅡ Ela tentou explicar, apressada. ㅡ Eu sei que não deveria ter continuado atrás de Hwasa.
ㅡ Não é especificamente sobre Hwasa, Yerim. Estou cansado de você esconder coisas de mim como se eu não fosse capaz de compreendê-las. Qual é o real motivo para você ter tantos segredos com o cara que compartilha o corpo?
Yerim queria fugir. Ela sabia que esse dia viria: quando Jimin se cansaria dela. Estava tentando tanto não ser odiada, não podia contar as coisas que havia feito porque tinha vergonha.
ㅡ Jimin... Você quer que eu vá embora?
Ele bateu o punho fechado no braço da cadeira e até mesmo Yerim sentiu a dor.
ㅡ Ao invés de me responder você quer me transformar no vilão? ㅡ Dessa vez era claro que ele estava irritado.
ㅡ Não era essa minha intenção!
ㅡ Você realmente não vai me explicar nada, não é? Você não confia em mim. Minha paciência já encheu, Yerim.
ㅡ Você está falando sério? Por que eu preciso confessar meus erros para você?
ㅡ Eu não estou falando de erros.
ㅡ Mas eu estou! Jimin, você não entende.
Ele se levantou da cadeira e andou até a borda da varanda, encostando as mãos no guarda-corpo quente. Os dois usarem a mesma boca para falar estava resultando num descontrole em dobro e o coração deles batia tão rápido que era difícil pensar.
