18 ¦ almas conectadas

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#DeusesDeMetal

Estanho, 03 de Granada de 122 d

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Estanho, 03 de Granada de 122 d.S.

Quando o tremor ameaçou derrubar o país inteiro, Jimin estava no chão escrevendo.

Ele pendeu para o lado junto com a onda de impacto, sem ter onde se segurar, e gritou de medo enquanto o prédio balançava como folha ao vento. Teria ficado intacto ao balanço intenso se não fosse a janela de vidro ao seu lado estilhaçando completamente em cima dele. Diversos autômatos, caixas e livros de Jimin caíram das estantes, quebrando, se espalhando e amassando. As explosões pareciam intermináveis e ele cobriu o rosto o melhor que pôde, tanto do vidro quanto do barulho das explosões e dos berros de seus vizinhos.

Então os estouros acabaram, restando somente o balançar das estruturas que cessava gradualmente e o medo que ficava no vivo depois de ele não ter morrido. Jimin levantou a cabeça, derrubando cacos de vidro do cabelo e das costas. Achou que havia terminado, até todas as luzes se apagarem completamente e os gritos voltarem. Sem poder enxergar um palmo na sua frente, Jimin permaneceu de joelhos, com suas pernas fracas demais para levantar.

Nunca antes ele havia ficado em tamanha escuridão. A falta de luz pesava como uma pressão ao redor do seu corpo, apertando-o em uma incapacidade de fazer qualquer coisa além de sentir medo.

Jimin, eles destruíram as máquinas de redemoinho. Sarang inteira está sem energia.

O rapaz ouviu a voz de Yerim em sua cabeça e se assustou mais ainda. Depois ficou com raiva porque ela só falava com ele quando a convinha.

— Como você sabe disso? Quem são eles?

Eu apenas sei. Isso não é o mais importante agora, Jimin. Sooyoung não voltou, o que significa que ela pode estar lá fora.

Os gritos aumentaram apesar de nada estar tremendo ou explodindo mais. Pela janela sem vidro, ele viu pequenas luzes laranjas e amarelas tremeluzentes e passou a enxergar tudo em um tom pesado de cinza. Mesmo agora podendo ver parcialmente, estava mais apavorado, por causa de Sooyoung.

Jimin se levantou com as pernas bambas e foi em direção a porta. Antes de abrir, uma pessoa passou correndo segurando uma tocha. Ele viu apenas a luz que veio e foi rapidamente. As pessoas tinham que voltar a usar fogo, como faziam nas outras ilhas à noite. Como quase tudo funcionava a queima de carvão, não demorou até acharem seus estoques e os acenderem.

Ele abriu a porta e os gritos ficaram mais substanciais, envolvendo seus ossos em terror. Com a luz do fogo que saia dos apartamentos, o chão e as paredes assumiram um tom de laranja que fazia parecer que o metal estava derretendo. Ele então viu porque as pessoas continuavam gritando: uns se aproveitaram da vulnerabilidade da situação para cometer crimes.

Do outro lado da rua, Jimin observou uma mulher gritar segurando seu rádio enquanto um homem o puxava do outro lado. Do lado deles, um velho se espatifou no chão de vários andares acima, morto com os membros tortos e os olhos abertos em surpresa, e da janela de onde caiu havia uma jovem ainda com os braços estendidos em posição de empurrão. Abaixo dos pés de Jimin, no outro andar, havia uma criança sozinha aos gritos. No meio da rua, dois homens fugiam de outro que lhes apontava uma arma. Quando Jimin ouviu os tiros, todo seu corpo endureceu. Ele entrou de volta em seu apartamento e fechou a porta, se agachando de costas para ela.

imperfeitos: deuses de metal ; livro 1Onde as histórias ganham vida. Descobre agora