11 ¦ pulmões afogados

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#DeusesDeMetal

Ouro, 30 de Turquesa de 121 d

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Ouro, 30 de Turquesa de 121 d.S.

Min Yoongi levantou a sobrancelha para Jimin quando o olhou.

- Jungkook? - repetiu o nome que o mestre de autômatos tinha gritado com todo o fôlego de seus pulmões. Um sorriso surgiu em seus lábios. - Então você conhece um dos prisioneiros.

Jimin engoliu saliva, sentindo a garganta quase fechada. Ver Jungkook ali e correndo risco de vida o distraiu o bastante para esquecer onde estava e quem sentava ao seu lado, mas ele não podia deixar Yoongi conhecer mais uma de suas fraquezas.

Obrigou sua mente a pensar em algo, qualquer coisa, qualquer ideia que pudesse aliviar aquilo. Então, uma memória sobre Yerim veio como resposta: "Sabia que no meu país tem um pequeno lagarto que abre uma espécie de guarda-chuva ao redor da cabeça? Ele faz isso para parecer maior quando quer espantar ou intimidar outro bicho. Nós temos que ser esse lagarto para sobreviver aqui, Jimin, temos que fingir grandeza, já que não a temos de verdade."

- Ah, eu conheço bastante gente por causa do meu trabalho e do Namjoon, e minha memória boa guarda os nomes mesmo depois de muito tempo - Jimin respondeu. - Por exemplo, o nome daquele ali é Choi Yejun. - Apontou para um homem qualquer no jogo que nunca viu antes. - Ah, e aquela é Kim Nari, a ex-namorada do primo de um amigo meu. - Apontou para uma mulher que pulava a viga perto deles. Também nunca a conheceu. - Esses são os três que eu conheço, mas estou torcendo para meu favorito até agora. Viu como ele achou aquela fruta? Muito habilidoso.

Os dedos de Jimin estavam tremendo, então ele recostou na cadeira e cruzou os braços. Era apenas um palpite seu que Min Yoongi não soubesse os nomes dos prisioneiros, e se estivesse errado iria se condenar mais ainda. Eles se encararam por alguns segundos e Yoongi semicerrou os olhos. No entanto, o ministro depois mostrou uma expressão de confusão e abaixou os ombros como se estivesse decepcionado.

- Entendo.

Jimin soltou o ar com força pelo nariz, tentando parecer o mais natural possível. Tinha se salvado daquela vez; melhor, tinha salvado Jungkook.

Isso caso o rapaz sobrevivesse ao jogo.

Somente não entendia por que ele estava ali. Aquilo somente podia significar que algo aconteceu a sua família, à Hana. Eles não deixariam Jungkook à mercê daquilo. A não ser que ele tivesse feito algo muito ruim e foi deserdado, Jimin raciocinou. Passaram-se sete anos, afinal. No entanto, o Jungkook que ele conhecia era um garoto muito certo e leal ao seu nome. Era estranho que alguém bem criado pudesse mudar tanto assim.

Jimin empurrou seus óculos para mais perto do rosto, e apesar de terem lente azul, possuíam aumento. Ele viu Jungkook mais de perto, pulando de viga em viga, dependendo do equilíbrio e da força de seus braços para não cair no oceano. As mangas da camisa preta de Jungkook abaixavam quando ele estava pendurado e Jimin viu estranhas elevações em sua pele que não pareciam músculos. Observou por um tempo e percebeu: eram marcas de soldado de Dongjjog. Ele havia visto aquilo antes quando ainda morava no país. Eram queimadas a ferro quente, como em cavalos ou gado, para simbolizar a quem pertenciam e quais seus feitos, que permaneceriam eternos não apenas em suas mentes, mas também em seus corpos. E o único jeito de um soldado jovem e com todos os membros como Jungkook estar fora do exército naquele momento era por deserção, Jimin concluiu. De algum jeito, o rapaz havia virado soldado, abandonado sua função e sido preso.

imperfeitos: deuses de metal ; livro 1Onde as histórias ganham vida. Descobre agora