CULPADOS • Destiel •

Capítulo XXI

Castiel agora estava verificando os livros em um dos corredores da biblioteca, evitando Dean o máximo possível, o que era algo bem difícil já que eles moravam na mesma casa, estudavam na mesma escola e ainda trabalhavam no mesmo lugar.
Mas ele conseguia. Por que afinal, como iria encará-lo agora? Não conseguia encarar nem a si mesmo no espelho. Por que fizera aquilo? Era a única coisa que não entendia e enlouquecia em busca de respostas.

•Quinta-feira, 12:15•

Quer?

Beijo.

Castiel perdeu o controle sobre seus dedos no momento em que os viu acariciar os lábios molhandos de Dean tão suavemente, perdeu o controle sobre essa mesma mão no momento em que ela deslizou sobre aquele rosto e foi até sua nuca. Perdeu o controle sobre seu corpo quando apenas deixou ele se aproximar de Dean sem que pudesse fazer nada. E perdeu completamente o controle sobre sua mente quando apenas sentiu seu rosto, seus lábios, se aproximarem aos de Dean e não conseguir evitar, dizer não, empurrá-lo lo. Por que o estava puxando-o?!

Castiel transitou seus lábios aos de Dean mas não chegou realmente a beijá-lo, virou seu rosto e se afastou rapidamente no momento que recobrou a consciência. Apertou sua camisa, tentando chegar ao seu coração, como se quisesse arrancá-lo do peito e questioná-lo cara a cara porquê dele disparar tanto.

— Cas, o que... O que foi isso? — Dean o questionou, ele estava completamente confuso.

•Segunda-feira, 14:45•

— Aahhh alguém me mata! — deixou escapar em meio a um grito. Se jogou para trás e esbarrou na prateleira, a mesma balançou, deixando alguns livros caírem. Ele fechou os olhos e suspirou exasperado.

Realmente estava com medo do que estava acontecendo. Já havia pensado, repensado e pensado novamente sobre o porquê de ter feito aquilo, ele realmente ia beijá-lo? Estava sentindo algo a mais por Dean? Havia jurado a si mesmo que não deixaria isso acontecer, tinha tomado essa decisão, não podia deixar isso ir mais longe.

Ele com certeza só estava confuso e Dean era só um cara irritante e sem noção, alguém a quem não iria oferecer mais que um acordo comercial, no máximo uma amizade temporária para que eles pudessem conviver decentemente às semanas seguintes.

— Será que tem como ficar pior? — perguntou a si mesmo, esquecendo que essa é uma pergunta que nunca dever ser feita quando as coisas já estão ruins.

‎•﷼•﷼•﷼•

Castiel estava carregando os livros que havia deixado cair quando esbarrou na prateleira. Como não sabia de onde cada um tinha caído, precisava que Dean verificasse novamente para que ele colocasse no luga certo, mas teve uma surpresa quando chegou até ele.

Uma garota conversava com Dean. Ela era morena, tinha cabelos negros encaracolados sobre os ombros e lindos lábios carnudos. E nesses mesmos lábios tinham um estranho sorriso que não se fechava em nenhum segundo em que ela conversava com o loiro.
Isso não seria um problema, se o Dean não retribuisse o mesmo sorriso.
Eles conversavam com intimidade demais, ele estava a vontade com ela como nunca o viu ficar com nenhuma outra garota.

— Nem acreditei quando te vi, achei que estivesse vendo coisas. — disse a garota.

— Acho que faz uns dois anos que a gente não se vê, nem sabia que você tinha voltado. É impressão minha, ou você está mais linda?

Ela sorriu maliciosamente.

— Interessado?

Dean retribuiu o mesmo sorriso.