História secundaria 1 - Capítulo III

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Gabriel acordou algumas horas depois com a cabeça pesada, confusa e um pouco dolorida, não conseguia sequer se situar direito. Antes de abrir os olhos tentou levantar mas sentiu seus pulsos presos a algo que não identificou de cara. Também sentiu um estranho peso sobre seu peito que o deixou ainda mais confuso. Onde ele estava? Qual o horário? O que estava acontecendo? Hesitou em abrir os olhos por medo do que poderia descobrir.

— Mas que porra é essa...? — assustou-se quando finalmente abriu os olhos, sua mente ficou apenas mais bagunçada.

Tinha um rapaz, por alguma razão que preferia não saber, deitado sobre seu peito. Um homem grande e forte, com longos cabelos castanhos sedosos que cobriam seu belo rosto. Uma pele levemente queimada pelo sol e, seja lá quem fosse, estava calmo e tranquilo como se a situação em si fosse a coisa mais normal do mundo. Tudo bem que ele tinha a vantagem de estar inconsciente, mas ainda assim Gabriel não entendia.

Prestou um pouco mais de atenção e assusto-se quando percebeu que o mesmo estava sem as suas roupas. Começou a ficar nervoso, passou os olhos por todos os lados para tentar descobrir onde estava. Não adiantou.
Era um lugar que ele nunca tinha estado antes, então não fazia ideia de onde era. Sabia apenas que era um quarto, mas quarto de quem? Ele estava na casa de quem, afinal?

Voltou sua atenção para o homem sobre ele, não conseguia vê-lo direito mas sentia cada centímetro de seu corpo grudado em sua pele, só então percebeu que também estava sem roupa. Se Gabriel estava nervoso antes de perceber esse detalhe, depois disso ele apenas surtou. Tinha medo do que poderia ter acontecido e tudo ao redor indicava que o que havia acontecido era exatamente o que ele estava temendo.
Como havia acabado nessas condições? O que havia acontecido no dia anterior? A última coisa que ele se lembrava era... não lembrava de nada!
Talvez de estar em algum lugar bebendo com alguém, mas não onde nem com quem. Talvez o Castiel. Tinha quase certeza que o havia encontrado no dia anterior, mas essa certeza era só "quase" porque nunca se lembrava das coisas que fazia quando estava bêbado, apenas vez ou outra, mas na maioria sua mente sofria um blecaute completo, e essa parecia ser uma dessas situações.
No momento ele não tinha certeza se isso era uma coisa boa ou ruim.

— Mas... não, isso só pode ser algum mal entendido. — desviou seu olhar e preferiu não acreditar no que estava acontecendo.

Preferiu pensar que havia uma outra razão, lógica e sensata, para ele estar algemado à cabeceira da cama de um quarto estranho, para estar pelado e embaixo de um cara que sequer conhecia. Sentia vontade de morrer, se enfiar em um buraco bem fundo e com pouquíssima luz e não sair de lá nunca mais. Ficar lá pelo resto de sua miserável vida e, conforme resmungava e se lamentava, acabou fazendo barulho e acordou o rapaz sem perceber.

O mesmo se ergueu devagar, sentando na cama, mal tinha aberto os olhos e não fazia ideia do que estava acontecendo. Colocou a mão em frente à boca e bocejou, não entendendo muito bem o motivo de ter acordado tão cansado. De repente olhou para frente, para a razão do seu cansaço, mas apenas ficou confuso. Não tinha muita certeza do que estava acontecendo, e pensou um pouco para tentar recordar o que havia acontecido.

Gabriel realmente não queria ser ele no momento. No momento queria estar morto, estar em outro lugar, ser qualquer outra pessoa. Desviou o rosto quando ficou incomodado com aquele insistente par de olhos verde que se afundavam e mergulhavam num hipnotizante tom de azul e o olhava como se o estivesse estudando, estava envergonhado demais para encará-lo.

— Pode me solt...

— Não estou acreditando, isso realmente aconteceu. — interrompeu Gabriel sem perceber que ele queria dizer algo. — Nós transamos, isso é um fato, mas como exatamente chegamos a isso?

CULPADOS • Destiel •Onde as histórias ganham vida. Descobre agora