Historia Secundária 1 - Capítulo V

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Na Quinta-feira Gabriel já não tinha febre, ele estava bem melhor e Sam estava aliviado com isso, havia ficado tão preocupado o final de semana inteiro. Mas ao mesmo tempo que ele ficou aliviado também ficou apreensivo. Agora que Gabriel estava melhor, teria que cumprir sua promessa e ir embora. Tinha esperança de que Gabriel entendesse o que realmente aconteceu e o deixasse ficar mais um tempo, o deixasse se aproximar mas isso não iria acontecer. Se aquele garoto tivesse metade da teimosia do seu amigo Castiel, e ele tinha, não daria sequer uma chance para o Winchester explicar. E como Sam não queria discutir com ele, apenas se apressou para ir embora antes dele acordar.

Gabriel dormia como um anjinho enquanto Sam tirava suas roupas da gaveta que seu irmão deixou para ele guardar suas coisas e colocava de volta na mala — se perguntava o porquê de não ter deixado tudo na mala mesmo já que não pretendia ficar muito tempo, sequer tinha muitas coisas.
Terminou de arrumar tudo e se ergueu, olhando para ela tentando ter certeza que não havia esquecido nada, de fato estava tudo no lugar, só faltava uma coisa.

Voltou-se para o guarda-roupa e tateou sua mão por cima do mesmo tentando encontrar sua maleta. A guardou ali porque sabia que seu irmão geralmente guardava suas coisas embaixo da cama, além disso não tinha problema em deixar ela tão exposta porque seu irmão não mexia em suas coisas assim como ele também não mexia nas dele. Castiel também não mexia porque não ligava e Gabriel já sabia o que tinha ali.

A achou bem para trás da parte de cima do guarda-roupa e a puxou, tentando não fazer barulho. Mas esse esforço foi inútil quando, ao chegar na ponta do guarda-roupa, a mala escorregou de sua mão e caiu com tudo no chão, abrindo e espalhando tudo que tinha dentro dela.
Gabriel acordou de repente com o barulho. Se assustou quando viu a cena, todos aqueles brinquedos no chão, Sam nervoso ao notar que ele estava desperto e provavelmente pensando muita merda. Engoliu em seco.

— Mas o que...

— Não é o que parece! — Sam afirmou, tentando transparecer o máximo de sinceridade possível.

— Ah, não? — tirou o cobertor de cima do seu corpo e tentou levantar. — Pois eu acho que... — de repente suas pernas fraquejaram e ele caiu de volta sobre a cama.

Sam se aproximou rapidamente para ajudá-lo.

— Você não comeu muito esses dias, deve estar fraco. — colocou a mão sobre a cabeça para conferir se a febre estava voltando, ficou aliviado ao ver que não estava. — Segura. — disse ao tirar o pano de cima de um prato de comida pronto que havia deixado para ele comer quando acordasse.

— Eu não quero. — disse, afastando o prato.

— Só come, okay? — disse, segurando firme a mão do mesmo e o forçando a aceitar o prato. — Depois você pode continuar gritando comigo. — se afastou. — Vou pegar um pouco de água para você.

Quando Sam voltou da cozinha Gabriel estava sentado na cama de pés cruzados e comendo a comida com uma cara tão amarrada que chegava a ser fofo, Sam achou uma graça.

— Só para deixar claro, — disse quando encostou ao lado da cama, oferecendo o copo de água a Gabriel. — eu não ia transar com você quanto estivesse dormindo ou qualquer coisa que você esteja pensando, eu só estava arrumando minhas coisas e a mala escorregou.

Gabriel hesitou, mas no fim pegou o copo de água que ele oferecia mas não bebeu de imediato, voltou o olhar para ele e perguntou:

— Arrumando suas coisas?

— Eu disse que iria embora, não disse? Se isso te deixa mais tranquilo, eu vou. — hesitou em sentar na cama porque não sabia qual seria a reação dele, mas ainda assim se arriscou. — Eu só queria ter a chance de explicar e fazer você entender o que realmente aconteceu aquele dia.

CULPADOS • Destiel •Unde poveștirile trăiesc. Descoperă acum