Historia secundária 2 - Capítulo IV

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Faziam três dias que o Kevin e o Jack haviam se conhecido e faziam três dias que Jack tentava convencê-lo a deixá-lo ensinar taekwondo porque não, o Kevin não havia aceitado a suposta proteção dele dias atrás.
Ele não tinha medo de parecer ingrato ou masoquistas. Não gostava do que estava acontecendo mas pelo menos isso ele conhecia, sabia o que esperar. Como confiar no que um estranho que conheceu em um banheiro fala? Não tinha motivos para ele ajudá-lo. Kevin preferia manter só os machucados externos, não confiando em ninguém.

Estava no meio da aula e o professor escrevia no quadro negro um extenso assunto. Kevin estava concentrado como o bom aluno que era. Já o resto da sala, bom, era o resto da sala. Não dava para esperar muito dela.
Porém, de repente, ele olhou de relance em direção a porta e por coincidência viu o mesmo rapaz de três dias atrás, o tal Jack, entrando de fininho e ninguém estava se importando com isso. Ninguém parecia conhecê-lo, e Kevin rezava para ele não ir até ele.

Entre preces não atendidas, não demorou muito para o Jack estar abaixado ao lado de sua mesa.

O que você está fazendo aqui? — Kevin o questionou baixinho.

Estou em aula vaga. — respondeu no mesmo tom e olhou ao redor para ver se havia alguma cadeira vaga que pudesse sentar mas não havia nenhuma, Kevin sempre sentava na fileira da frente para prestar melhor atenção à aula. — Kevin, é a última vez que eu vou te perguntar, você quer que eu te ajude?

— Não. — respondeu, seco.

Jack revirou os olhos.

Quer que eu te ajude?

Kevin ficou confuso.

Não.

— Última chance, quer que eu te ajude?

— Você já disse que era a última.

Jack respirou frustrado.

Por que você é tão difícil?

— Por que você quer tanto me ajudar? Ninguém insistiria tanto.

— Falando sinceramente? — ele pensou por um instante para ver se falava ou não. No final apenas disse: — Eu ando com muito tempo livre.

Kevin não acreditou no que ouviu.

— Perdão?

Eu não gosto de ficar parado e ultimamente ando tendo muito tempo livre, então por que não usar esse tempo para fazer algo bom? — ele então sorriu. Um sorriso que não importa como você visse, era um sorriso doce e inocente. — Além disso, você é muito fofo, Kevin. Alguém já te disse isso? Mas de todas as vezes que te vi nesses dias você está sempre de cara amarrada. Eu adoraria te ver sorrindo.

Kevin desviou o olhar, meio tímido.

— Você é doido.

Adam! — falou Gabriel e o empurrou.

Adam virou para o amigo, confuso e irritado.

— Que é? — perguntou ríspido.

Gabriel franziu uma das sobrancelhas.

— Estou falando com você.

Ele tinha um olhar como se dissesse: "Fala logo o que você quer" , mas Gabriel não entendia o porquê da hostilidade.

— O que você tem?

— Eu... — olhou para o cara ao lado de Kevin, sequer conseguia disfarçar. — Não tenho nada.

CULPADOS • Destiel •Where stories live. Discover now