CULPADOS • Destiel •

História Secundária 1

— Acho que essa é a nossa deixa. — falou Sam, indicando que iria sair e chamando Gabriel com ele.

Gabriel levantou do sofá e foi até a saída sem dizer nada.

— Acho que hoje, seja de um modo positivo ou não, isso acaba. — Sam comentou antes de sair e fechar a porta.

Após fechar a porta ele ficou atrás dela por alguns segundos, meio receoso com o final daquela conversa, com medo do que o irmão faria se a escolha final do Castiel fosse não ficar com ele.

— Você vai ficar ouvido a conversa? — Gabriel perguntou quanto reparou que o garoto não se afastava da porta. — Então por que pediu para a gente sair?

Não era a intenção de Sam ficar escutando atrás da porta, ele nem percebeu que estava fazendo isso.
Se afastou e olhou em direção ao corredor.

— Será que vai ficar tudo bem? — ele estava nervoso. Deixou escapar um longo suspiro. — Sabe, quando éramos pequenos o Dean estava sempre cuidando de nós, minha irmã e eu, ele sempre foi muito super-protetor e o melhor dos irmãos. — olhou para a porta novamente. — Nossos pais morreram tão de repente, o acidente abalou todos nós. O acidente do Cassiano aconteceu na mesma época mas naquele tempo nós não sabíamos. Aconteceram tantas coisas nesse meio tempo, o Dean estava sofrendo por tantas coisas ao mesmo tempo e eu sequer estava por perto para ajudá-lo já que alguns meses depois eu recebi uma proposta de intercâmbio e apenas decidi ir, eu estava tentando fugir de tudo. Você não faz ideia do quanto eu me senti inútil na época, incapaz. Eu era tão jovens e estava com tanto medo. — de repente ele se surpreendeu quando sentiu as mãos de Gabriel pousando nas suas e a segurando firme.

— Está tudo bem agora, você conseguiu ajudá-lo. — Sam olhou para ele e seu olhar estava sincero e fixo nele. — Não precisa continuar se sentindo assim, isso é passado, são só lembranças. — pôs a mão sobre o rosto dele. — Não gosto de te ver assim, me sinto mal. Mas ao mesmo tempo estou feliz que esteja sendo sincero, pode falar comigo sempre que precisar. Não fique preso ao passado, agora você tem tudo para ser feliz, mas isso não vai acontecer se você ficar baseando sua vida em memória que sequer tem mais a ver com a sua realidade.

Sam pôs sua mão sobre a de Gabriel, não entendia porquê desde o início se sentia tão bem perto dele, estava tão feliz por estarem juntos, queria poder dizer isso ao mundo todo. Mas como faria isso se sequer tinha certeza dos sentimentos do garoto à sua frente, um garoto que amava tanto.

De repente Gabriel abaixou o olhar, era como se uma memória muito triste tivesse invadido sua mente.

— Mas eu sei que é mais fácil falar do que fazer. — ele tentou afastar suas mãos lentamente mas Sam as segurou.

— Está tudo para você também, Gabe. Sei que esse seu passado é mais recente, mas podemos resolver ele também, vamos superar isso juntos até o momento que isso também se torne apenas uma memória ruim. — fechou os olhos e deu um beijo suave na mão de Gabriel que ainda estava sobre seu rosto. — Elas não podem te machucar. Mas se você sentir que pode, sinta também que eu estou ao seu lado para te proteger delas.

Gabriel não queria admitir, mas foi tão bom ouvir aquilo. Tinha alguém ao seu lado que parecia disposto a tudo apenas para fazê-lo sorrir, isso era tão mais do que ele sequer poderia pedir.

Ele sorriu suavemente.

— Mas ainda há algo que eu preciso fazer. — disse apenas, estava decidido.

Sam entendeu o que ele queria dizer, estava disposto a apoiá-lo.

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